Detido há mais de 1 ano, na primeira fase da Operação Omertá, o policial federal Everaldo Monteiro de Assis teve sua prisão preventiva revogada pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho.
O policial federal foi acusado pelo Grupo de Apoio Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de ser o “espião” de Jamil Name e Jamil Name Filho na organização criminosa que, conforme os promotores de Justiça, é comandada por pai e filho presos em Mossoró (RN).
No material apreendido ao longo das várias fases da investigação feita pelos policiais civis do Grupo Armador de Repressão a Assaltos e Sequestros Garras) havia dossiês levantados por Everaldo, de possíveis alvos da organização criminosa. Nos dossiês havia, inclusive, acesso aos sistemas de investigação da Polícia Federal que o agente utilizava para levantar a ficha das possíveis vítimas do grupo supostamente comandado por Jamil Name e o filho dele.
Roberto Ferreira Filho considera que a prisão de Everaldo não é mais necessária. Deste modo, julgo que a manutenção da prisão preventiva do requerente é, atualmente, desnecessária, porquanto a garantia da ordem pública e da eventual aplicação da lei penal, bem como a conveniência da instrução criminal (reafirmando que a instrução já está praticamente encerrada, no aguardo, unicamente, de eventuais requerimentos na fase do artigo 402 do CPP - onde algumas diligências específicas podem ser requeridas)”, argumentou o magistrado.
Everaldo, que também é conhecido pelo apelido de “Jabá” é réu em pelo menos duas ações penais vinculadas à Operação Omertá. No suposto vínculo com a organização de Jamil Name é acusado, além de integrar a organização criminosa, também responde por violação de sigilo funcional. Em outra ação penal, também é envolvido na organização supostamente chefiada por Fahd Jamil e Flavio Correia Jamil Georges, e também teria participação no homicídio de Marcelo Costa Hernandes Colombo. “Usou de sua função e de seu cargo em benefício das maiores organizações criminosas em atuação em Mato Grosso do Sul”, afirmou o Gaeco, em uma das ações penais contra ele.
Everaldo, que é defendido pelo advogado Adriano de Oliveira, já integrou o grupo da Polícia Federal responsável pela segurança do juiz federal Odilon de Oliveira, pai de Adriano. Nas eleições de 2018, por exemplo, foram várias as ocasiões em que ele fazia a segurança do juiz aposentado.