Beatriz Valenzuela da Costa, 4 anos, que foi baleada na cabeça pelo vigilante Rosemir Fernandes, 52, morreu no hospital nessa quarta-feira (15). Crime aconteceu na noite de domingo (12), quando o criminoso matou a ex-esposa, Lucineide Maria dos Santos Ortega, 51, atirou em outras sete pessoas e se matou no altar de uma igreja, em Dourados.
A criança era neta de Lucineide e estava na frente da casa da avó quando o homem chegou e atirou em todos os que estavam no local.
Menina foi socorrida com vida e encaminhada ao Hospital Universitário, onde ficou internada até ontem, quando não resistiu ao ferimento e teve morte encefálica.
Pelas redes sociais, o avô de Laura disse que a família decidiu doar os órgãos da menina. “Um grande gesto de manter ela viva para doação de órgãos", disse o familiar na postagem.
Antes de se suicidar, em áudio enviado para a irmã, o vigilante disse não se arrepender, mas lamentou ter matado a criança.
Atentado
Na noite de domingo, vigilante foi armado até a casa da ex-mulher, Lucineide Maria dos Santos Ortega, de 51 anos, e matou ela com um tiro.
Outras quatro pessoas que estavam com ela em frente a residência foram atingidas por disparos: Luzia Gonçalves, 32 anos, Dhionatan Santos Ortega, 20, Laura Beatriz, 10, e Beatriz dos Santos, 4 anos, que morreu no hospital.
Uma outra mulher não foi atingida porque a munição acabou, mas foi agredida com uma coronhada na cabeça.
O vigilante também invadiu e disparou contra uma outra ex-mulher, Sônia Barros Galvão, 47 anos, e contra um advogado e um outro rapaz que estava com a vítima.
Ao terminar a sequência de atentados, o homem se matou no altar da igreja São José, com um tiro na cabeça. No momento do suicídio, havia fiéis aguardando para receber a comunhão pelo sistema drive-thru.
Áudio
Depois de matar a ex-mulher e da sequência de atentados, o vigilante enviou um áudio para a família, contando sobre o crime e comunicando que iria se matar dentro de uma igreja. Ele diz que foi fraco, mas não se arrepende do crime, apenas de ter atirado em duas crianças. (Ouça o áudio abaixo).
“Eu estou me matando agora. Me arrependo muito do que eu fiz, não me arrependo, não. A raiva que eu estou é melhor eu fazer isso. Só que eu matei criança, não era para ter matado. Mas eu queria matar tudo aqueles vagabundos. Aí eu dei uns tiros na Sônia, não sei se acertei. Fui na casa do vagabundo lá, mas não achei ele. Agora vou me matar aqui dentro da igreja, aqui na Joaquin Teixeira Alves. Tá cheio de gente aqui, mas eu vou entrar lá dentro, vou me matar lá dentro agora. Eu amo vocês tá, reza muito por mim, ora muito por mim. Minha moto está aqui na rua Joaquim Teixeira Alves, em frente à igreja aqui perto do condomínio que eu morei. Fala para minha mãe que não me arrependo. Fala para ela não chorar muito. Abraços para vocês. Eu fui fraco”, disse.
Vigilante enviou áudio para irmã contando sobre o crime e informando que iria se matar Reprodução