A terceira fase da Operação Deep Caught, que combate crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes praticados na internet, foi deflagrada nesta quinta-feira (29) e prendeu quatro suspeitos.
A ação foi realizada pela Polícia Civil de Campo Grande e Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
Durante os mandados de buscas na Capital, os policiais localizaram materiais contendo pornografia infanto-juvenil e duas armas de fogo, de uso permitido.
Foram presos um sargento do Exército Brasileiro, no bairro Lar do Trabalhador, e um auxiliar de contábil, de 34 anos, no bairro São Francisco.
Um advogado de 35 anos também foi preso no bairro Bom Jardim e um empresário, de 37 anos, no bairro Vila Vilas Boas. Os quatro detidos foram encaminhados para a Depca.
As prisões foram em flagrante com base no 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que descreve como crime o ato de “adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”.
Outros mandados de busca e apreensão ainda são cumpridos no interior de Mato Grosso do Sul.
De acordo com a polícia, os alvos da operação “foram identificados com base em elementos informativos coletados em ambientes virtuais, com indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva”.
No Brasil, a pena para quem armazena esse tipo de conteúdo varia de 1 a 4 anos de prisão, de 3 a 6 anos pelo compartilhamento e de 4 a 8 anos de prisão pela produção de conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual.
Deep Caught
O nome da operação é referente às investigações realizadas pela Polícia Civil na deep web, uma camada mais profunda da internet onde atuar os criminosos. Do inglês, o termo significa algo buscado na profundeza.
A primeira fase da operação aconteceu em maio deste ano e prendeu um professor de Matemática, de 35 anos, um agente patrimonial, de 41 anos, técnico de telecomunicações, 29, e estudante de gestão comercial, de 32 anos.
A segunda fase foi realizada em agosto e prendeu três pessoas. Uma delas, um homem de 29 anos possuía uma vasta quantidade de material pornográfico armazenado no computador, a maioria envolvendo crianças de 3 e 5 anos, além de portar drogas para consumo pessoal.