Operação internacional que mobiliza as polícias do Paraguai e do Brasil, com etapa iniciada nesta segunda-feira, está combatendo a produção e a colheita de uma supersafra de maconha no país vizinho.
Para os policiais, a ação dos narcotraficantes é também uma movimentação da droga represada nesses tempos de pandemia do novo coronavírus, tanto de um lado da fronteira quanto do outro.
Em decorrência disso, nesta segunda-feira um grande contingente de agentes especiais e integrantes das Forças Especiais da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), com apoio de equipe de helicópteros da Polícia Federal do Brasil, se instalou em Pedro Juan Caballero.
A intenção, usando essa região como base, é executar mais uma fase a Operación Nova Aliança 22, que busca atacar os principais centros de produção e manipulação de maconha na fronteira e ao mesmo tempo atacar fortemente a estrutura econômica do tráfico no Paraguai.
Com a chegada dos helicópteros Federal, que colaboram com a Senad, já tiveram início as incursões das equipes táticas por terra, especialmente nas áreas de mata, com destaque na localidade conhecida como Chiriguelo.
Já no primeiro dia da operação, foram localizados e destruídos dois acampamentos de traficantes e 2,2 toneladas de maconha colhidas recentemente.
De acordo com as informações, os antidrogas eliminaram 19 hectares de plantações de maconha, que correspondem a pelo menos 57 toneladas da droga.
Outros dias
Desta forma, nos primeiros dez dias de operação foram retiradas de circulação mais de 59 toneladas de maconha, o que representa um prejuízo às estruturas do tráfico de aproximadamente US$ 2 milhões, cifra que pode ser dez vezes maior se tivesse ingressado no território brasileiro.
A Operação Nova Aliança 22 representa um trabalho permanente e em conjunto entre a Senad do Paraguai e a Polícia Federal do Brasil na luta contra o tráfico.
Grande prejuízo
No lado brasileiro, estima-se que o crime organizado sofreu um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões em função das ações do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas (Vigia) contra as organizações criminosas que atuam nas fronteiras do país.
De abril a julho deste ano, a Operação Hórus, um dos eixos do Vigia, registrou um aumento de 632% nas apreensões de drogas, passando de 34 toneladas no primeiro trimestre para um pouco mais de 250 toneladas de drogas no segundo trimestre.
De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, presente em nove estados de fronteiras – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia, Acre e Amazonas, além de duas divisas – Tocantins e Goiás, o trabalho das forças policiais estaduais e federais e de militares do Exército resultou, ainda, em um acréscimo de 30% na apreensão de cigarros, passando de 17 milhões de maços para 22 milhões nos últimos 90 dias.
Nesse período, as forças de segurança impuseram grandes perdas aos criminosos com incremento de 110% de prejuízo direto ao crime, passando de R$ 230 milhões para R$ 490 milhões, ao comparar os meses de abril a junho com janeiro a março deste ano.
Nos últimos três meses, mais de mil veículos foram interceptados e 1.500 criminosos presos, desarticulando e enfraquecendo as facções criminosas.
Últimas apreensões
Somente do lado brasileiro, no fim de semana, policiais do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) apreenderam um caminhão Scania branco acoplado a duas carretas carregadas com 17,3 toneladas de maconha.
A ação ocorreu em virtude da Operação Hórus, parceria da Secretaria Estadual Justiça e Segurança Pública com o Ministério da Justiça, durante um patrulhamento ostensivo em Caarapó.
Também no fim de semana, o DOF apreendeu 1,3 tonelada de maconha e 50 quilos de skank no Bairro da Mooca, em Ponta Porã.