Polícia

IGUALDADE

A+ A-

Entenda o porquê presença de mulheres na CPI gera indignação de senadores

Segundo a líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB), a representação delas no colegiado "não é privilégio, mas sim prerrogativa"

Continue lendo...

Alguns senadores, que compõem a CPI da Covid do Senado, estão descontentes com a decisão do presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD), em conceder uma cadeira à bancada feminina da Casa de Leis, liderada pela senadora Simone Tebtet (MDB).  

Além disso, Aziz concedeu ao bloco feminino a prerrogativa de fazer a primeira pergunta, após as indagações do relator da comissão, Renan Calheiros (MDB).  

Esse gesto, gerou revolta de alguns senadores, principalmente do senador e aliado do presidente Jair Bolsonaro (PP-PI), que tentou interromper a pergunta da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).  

Nas CPIs, a regra para a formulação do colegiado, no qual é composto entre titulares e suplentes, depende da indicação dos partidos. Ocorre que, dos 18 integrantes, a siglas optarem a não indicar nenhuma senadora.  

na comissão que apura "ações e omissões" do governo federal durante a pandemia e o uso dos recursos federais enviados a estados e municípios.

O acerto, no entanto, obriga as senadoras a fazerem um rodízio – isso porque só uma delas pode participar a cada rodada.  

Senadores governistas questionaram essa concessão, porque ela faz com que as mulheres sejam as primeiras a falar logo após o relator e "passem na frente" dos titulares.  

A regra de ter de esperar todos os membros falarem antes de fazer perguntas vale para quaisquer senadores que não integrem a comissão.

As senadoras, no entanto, não poderão apresentar requerimentos nem votar, o que são prerrogativas dos integrantes da CPI.

Bate boca

Um bate-boca entre a bancada feminina e os governistas na CPI da Covid-19 fez o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), suspender a sessão em que os senadores ouvem o ex-ministro da Saúde Nelson Teich. A reunião foi, depois, retomada.  

A confusão começou quando a palavra foi passada à senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que não é integrante titular da comissão, mas conseguiu espaço para participar do interrogatório a Teich após um acordo fechado ontem na colegiado.

“Há uma grande diferença entre privilégio. Não é admissível, em um Estado Democrático de Direito não existe privilégios e nós, mulheres desta Casa, nunca admitiremos isso. Nós pedimos ao plenário desta comissão ontem, que pudéssemos ter uma fala entre os titulares e os suplentes”, disse.  

Posteriormente, ela agradeceu à líder da bancada feminina agradeceu o acordo feito por Aziz com o bloco. 

“Vossa excelência (Omar Aziz) em uma decisão salomônica, colocou em votação para o colegiado que aprovou e nos colocou como as primeiras na lista da titularidade, o que nós agradecemos.”

Tentando conter o debate acalorado, o presidente da comissão explicou que, no final da sessão de terça-feira, disse que nesta quarta iriam falar, nesta ordem, o relator, vice-presidente e uma mulher.  

A situação incomodou os senadores governistas, que elevaram o tom para reclamar desse arranjo.  

"Aguentando grito de homem. Vossa excelência acha que vai calar a gente", disse Eliziane ao senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI).

Bloco feminino

Simone Tebet (MDB-MS): líder da bancada feminina no Senado, foi a primeira mulher a concorrer à Presidência do Senado, mas perdeu a disputa deste ano para o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que foi eleito com 57 votos – enquanto ela recebeu 21.

Eliziane Gama (Cidadania-MA): senadora pelo Maranhão, ela protocolou quatro projetos para derrubar os decretos presidenciais que facilitavam o acesso a armas de fogo no Brasil. Ela chegou a dizer que "a hora é de se pensar em vacinas para o Brasil, e não em armas”. Como deputada, causou barulho na CPI da Petrobras, que isentou Dilma, Lula e Graça Foster de envolvimento no esquema de corrupção da estatal.

Leila Barros (PSB-DF): a parlamentar do Distrito Federal ficou famosa como atleta profissional de vôlei. Pela seleção brasileira, foi medalhista de bronze na Olimpíada de Atlanta-1996 e de Sydney-2000. Eleita em 2018, esta é primeira vez que Barros assume um mandato político.

Soraya Thronicke (PSL-MS): senadora pelo partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018, Thronicke foi a relatora de um projeto de lei que determina que os custos das prisões têm que ser cobertos pelos próprios detentos.

RONNIE-LESSA

Justiça nega novo pedido para transferência de Ronnie Lessa ao RJ

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande

12/04/2024 15h00

Ronnie Lessa, acusado de ser autor dos disparos contra Marielle Foto: Reprodução

Continue Lendo...

A Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido da defesa de Ronnie Lessa para que ele deixasse a Penitenciária Federal de Campo Grande e fosse transferido para um presídio da PM no Rio de Janeiro.

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande. A informação foi confirmada ao UOL pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.


Defesa é procurada. O UOL tenta contatar o novo advogado de Ronnie Lessa, que assumiu o caso desde que ele assinou acordo de delação e foi abandonado pela defesa anterior. O espaço segue aberto para manifestação.

PRESO EM CAMPO GRANDE DESDE 2020

Ronnie Lessa está preso em Campo Grande desde 2020. O ex-policial foi transferido para o Mato Grosso do Sul após ficar 1 ano e 8 meses no presídio de Porto Velho.

Delação feita pelo ex-PM à PF colocou os Chiquinho e Domingos Brazão na prisão. Além dos irmãos, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também foi preso em 24 de março e levado para a Papuda.

Lessa disse que os irmãos garantiram lotes em uma zona de tráfico e milícia como pagamento pelo crime. Na ocasião, ele também citou Chiquinho como mentor do assassinato.

Irmãos Brazão negam envolvimento com a morte de Marielle. O advogado Ubiratan Guedes, que representa Domingos, disse que tem "certeza que ele é inocente". "Ele não tem ligação com a Marielle, não a conhecia". Já Chiquinho disse que foi "surpreendido" com a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal.

A investigação do caso já foi comandada por cinco delegados diferentes e três grupos de promotores. O Ministério da Justiça e Segurança Pública escalou uma equipe para investigar o caso logo nos primeiro meses do governo Lula (PT).

Assine o Correio do Estado

 

Depoimento

Esposa e melhor amigo relembram últimos momentos com entregador atropelado por Porsche

Família busca por justiça após trágico acidente que matou Hudson Ferreira de 39 anos; o autor, um empresário de Campo Grande fugiu do local do acidente e se apresentou à polícia somente depois de 15 dias

11/04/2024 18h33

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302. Divulgação/Correio do Estado/Gerson Oliveira

Continue Lendo...

No desdobramento do trágico incidente que culminou na morte do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, na noite de 22 de março, esposa e amigo próximo compartilham os últimos instantes vividos com a vítima.

O fatídico acidente ocorreu na Rua Antônio Maria Coelho, quando Hudson foi brutalmente atingido por um Porsche Cayenne, conduzido pelo empresário, Arthur Torres Rodrigues Navarro, de 34 anos, que em seguida fugiu do local. Hudson veio a falecer dois dias após o incidente, na Santa Casa da Capital, devido à gravidade de seus ferimentos.

Segundo relatos, Hudson enviou um áudio desesperador à esposa, Kelly Ferreira, pedindo-lhe que fosse até o local do acidente.

"Vem aqui. Vem ligeiro, vida. Acabou com a minha perna, acabou", disse ele.

Kelly, ao responder ao chamado, assegurou que estava a caminho para socorrê-lo e comunicou que outra pessoa também estava se dirigindo ao local para prestar auxílio.

Em seu depoimento, Kelly Ferreira, de 39 anos, atendente no Restaurante Kobe, situado na Artur Jorge, relatou que Hudson, seu esposo, também trabalhava no mesmo estabelecimento, como entregador. Ela descreveu o momento em que recebeu a ligação de Hudson, por volta das 20h08min, informando sobre o acidente e a localização.

"Já estava presente no local uma Unidade do Corpo de Bombeiros prestando o atendimento a Hudson, que apresentava ferimento (fratura e esmagamento) da perna e pé direito", detalhou Kelly em seu depoimento à DEPAC/CEPOL.

Por sua vez, Marcos Ewerton Paulo de Campos, de 35 anos, também entregador e amigo de infância de Hudson, reiterou a proximidade entre eles, inclusive no ambiente profissional, onde ambos trabalhavam como motoentregadores.

Ele descreveu o momento em que encontrou a vítima caída na rua, com graves ferimentos, e ficou ao seu lado tentando acalmá-lo até o encaminhamento de Hudson para o hospital.

“Ele estava assustado com o ferimento e contou que o motorista fugiu do local em alta velocidade. Fiquei com ele e falei pra olhar pra cima, para não ficar olhando a perna. O Corpo de Bombeiros chegou e eu me ofereci para levar a moto dele para casa”, relembra o amigo de Hudson.

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conforme solicitação da família da vítima.

Enquanto Arthur Torres Rodrigues Navarro se apresentou à polícia após duas semanas do ocorrido, a família clama por justiça e questiona a impunidade diante de casos de irresponsabilidade ao volante, que ceifam vidas e deixam marcas irreversiveis nos que ficam.

“Se o motorista tivesse parado, prestado socorro. Esses minutos foram o diferencial entre a vida e a morte do Hudson”, analisa a advogada da família de Hudson, Janice Andrade.


Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).