Polícia

CRIME ORGANIZADO

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Quadrilha de Corumbá é denunciada por lavagem e evasão de R$ 37 milhões

Investigações da Polícia Federal apontavam que em quatro anos anos de atuação o grupo criminoso chegou a movimentar ilegalmente até R$ 90 milhões

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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta semana à Justiça Federal a quadrilha que atuava no ramo de lavagem de dinheiro e evasão de divisas para o tráfico de drogas na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, em Corumbá e Puerto Quijarro, e também no Maranhão. Ela foi desmantelada no mês de junho, durante a Operação Hipócrates.

Na época, a investigação da Polícia Federal (PF) apontava que o dinheiro 'lavado' pelo grupo criminoso poderia chegar a até R$ 90 milhões. Porém, a denúncia oferecida ao judiciário foi de lavagem de R$ 37 milhões entre 2016 e 2020, período de atuação da quadrilha.

A atividade do grupo - que teve contas bancárias bloqueadas, e imóveis e outros bens em nome de seus integrantes sequestrados por decisão da 3ª Vara Federal de Campo Grande - consistia em receber depósitos de vários lugares do país e realizar saques em agências bancárias de Corumbá, levando o dinheiro até as vizinhas bolivianas Puerto Quijarro e Puerto Suarez.

Lá, quadrilha depositava o dinheiro em casas de câmbio, enviando o dinheiro para estudantes brasileiros de medicina na Bolívia como fachada para disfarçar a evasão e lavagem. Segundo o MPF, o casal Cláudio e Cristaini Cardoso tinha em sua posse 30 cartões bancários em nome deles e de terceiros, usando-os para cometer tais crimes.  

Diariamente eles se deslocavam a diversas agências bancárias brasileiras e sacavam valores dentro do limite legal para sair do país, e atravessavam a fronteira. Entre 2016 e 2018, somente Claudio Cardoso realizou 5.907 operações a crédito.  

O MPF indica que as transações incluem diversos valores e depositantes, sempre fracionados. Nesse período, as movimentações totalizaram mais de R$ 20 milhões e são completamente incompatíveis com a renda declarada por Cláudio Cardoso, de R$ 4,5 mil semanalmente, a evasão de divisas chegaria a casa de R$ 50 mil.

Além do casal, Oldack Alexandre, sua mãe Rosymeire e sua irmã Fernanda se associaram ao casal Cardoso para cometer os crimes. Fernanda Alexandre se apresentava como estudante de medicina na Bolívia e, nesse período, movimentou R$ 7,2 milhões em quatro meses, enquanto Oldack movimentou R$ 10,4 milhões em sete meses - ambos valores incompatíveis a renda deles.

Justiça

Ex-militar da Aeronáutica que tirou a vida da esposa é condenado a mais de 24 anos de prisão

O júri ocorreu na tarde desta quarta-feira (27) e pelo crime de feminicídio, entre outras atenuantes, Tamerson irá ficar preso por 24 anos e 8 meses

27/03/2024 18h30

Tamerson foi condenado por feminicídio, ocultação do cadáver e por ter cometido o crime na frente do filha do casal Reprodução Redes Sociais

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O ex-militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, 33 anos, foi condenado, na tarde desta quarta-feira (27), a 24 anos e 8 meses de prisão.

Também terá de pagar a multa de 40 dias no valor de 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo vigente à época dos fatos. 

O Conselho de Sentença, por maioria de votos revelados, condenou o acusado pelo feminicídio da esposa, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, com as qualificadoras de asfixia e motivo torpe, com atenuante do crime ter sido cometido na presença de uma criança e a ocultação do cadáver. A sentença foi determinada pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª vara do tribunal do júri.

Feminicídio

Tamerson já havia passado por júri popular em novembro de 2022, tendo sido condenado a 23 anos e quatro meses de prisão. A época, o Ministério Público Estadual entrou com recurso de apelação, pedindo a anulação do júri por decisão contrária à prova dos autos. Isto porque os jurados afastaram a qualificadora de feminicídio.

"Contrariando todo o contexto probatório do feito, que comprovou a existência de relacionamento afetivo entre as partes, o cometimento do crime no âmbito doméstico e a relação fática-causal do delito com assuntos ligados à vida conjugal, em clara hipótese de violência doméstica e familiar contra a mulher, envolvendo situação de menosprezo e discriminação à ofendida, elementos aptos a consubstanciar a qualificadora objetiva relacionada às “razões do sexo feminino”.

 

O caso


Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, foi encontrada morta com o pescoço quebrado e uma lesão no braço no dia 6 de fevereiro de 2022.

O marido da vítima, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, 31 anos, então 2º sargento da Aeronáutica, foi preso pelo feminicídio.

Na época, a Polícia Civil informou esclareceu que, após o corpo ser encontrado, equipe foi até a residência da vítima e encontrou o militar e a filha da vítima. Questionado, o suspeito disse que a mulher teria ido embora para outro estado.

Já a criança disse que o pai havia informado a ele que a mãe passou mal e morreu no hospital.

Eles foram encaminhados à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), com o militar sempre mantendo a versão de que a mulher se mudou de estado e ele não sabia o que tinha acontecido. Depois, ele mudou a versão e confessou que matou a mulher.

Segundo versão dele à polícia, no dia do crime a mulher havia saído com amigos e ele ficou sozinho cuidando da filha;

Ainda conforme a versão do suspeito, a mulher voltou alcoolizada e o agrediu. Para se defender, ele alega que deu um golpe de mata leão e a matou sem intenção.

O corpo foi escondido no porta-malas do carro do militar, que levou a criança para a escola com o corpo da vítima no carro e, em seguida, desovou na rodovia. A vítima estava com o braço fraturado e o corpo enrolado em um lençol.

Para tentar encobrir o crime, o homem pegou o celular da mulher e mandou mensagens para amigos dela, com um texto simulando que ela tivesse ido embora e deixado a filha.

Na sequência, ele resetou o aparelho e colocou à venda no Facebook.

Testemunhas disseram à polícia que brigas do casal eram constantes.

Em julho de 2022, ele foi excluído da Aeronáutica, após processo administrativo interno.

** Colaborou Glaucea Vaccari

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Operação Murder

Irmãos Brazão prometeram loteamento e comando de milícia para assassino de Marielle, diz PF

Ainda de acordo com o delator, a implementação da infraestrutura e urbanização da área seria Major Ronald, empreiteiro de construções irregulares em áreas de milícia

24/03/2024 20h00

Os detalhes constam do relatório da Polícia Federal que resultou na prisão dos irmãos Brazão neste domingo, 24. Divulgação/ Polícia Federal

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A contrapartida para a proposta dos irmãos Brazão, de matar a vereadora Marielle Franco 'em pleno exercício de seu mandato' era um loteamento nas imediações da Rua Comandante Luís Souto, Tanque, Rio de Janeiro. A promessa de recompensa pelo homicídio foi detalhada pelo ex-PM Ronnie Lessa, que ainda apontou à Polícia Federal o 'maior atrativo da iniciativa': 'a exploração dos serviços típicos de milícia decorrentes da ocupação dos loteamentos, como exploração de "gatonet", gás, transporte alternativo'. Segundo os investigadores,

Os detalhes constam do relatório da Polícia Federal que resultou na prisão dos irmãos Brazão neste domingo, 24, assim como a detenção do ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Segundo a corporação, a 'torpeza' das condutas dos executores de Marielle e Anderson está diretamente ligada à promessa de recompensa: 'a implementação e o comando de um grupo paramilitar em uma grande extensão de terras vinculada à família Brazão'.

"Ronnie Lessa narrou que receberia, juntamente com Macalé, uma grande extensão de terras que os Irmãos Brazão estavam planejando invadir para promover o parcelamento do solo para posterior revenda dos lotes. Ressaltou que, pelas dimensões das terras, se tratava de uma empreitada milionária. Contudo, asseverou que o maior atrativo da iniciativa residia na exploração dos serviços típicos de milícia decorrentes da ocupação dos loteamentos, como exploração de "gatonet", gás, transporte alternativo, dentre outros, pelos quais o colaborador e seu comparsa seriam os responsáveis", anotou a PF ao pedir a abertura da Operação Murder Inc.

Ainda de acordo com o delator, a implementação da infraestrutura e urbanização da área seria Major Ronald, empreiteiro de construções irregulares em áreas de milícia, notadamente Rio das Pedras.

Segundo a PF, Lessa queria 'uma área para chamar de sua e explorá-la economicamente sem ter que abaixar a cabeça para outras lideranças. Apesar de atuar em atividades de milícia há pelo menos dez anos, o delator 'não tinha um reduto onde pudesse dar as cartas'.

"A promessa de recompensa materializada pelos Irmãos Brazão era a oportunidade que ele precisava para colocar isso em prática. Ademais, essa sanha para ser alçado ao patamar do Capitão Adriano se alastrou para a tentativa de tentar se consolidar no cenário da contravenção carioca, oportunidade na qual se reaproximou de Rogério de Andrade, notório contraventor da Zona Oeste do Rio"

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