Em Mato Grosso do Sul, 30 mulheres foram mortas em feminicídios de 1º de janeiro de 2019 a 31 de dezembro do mesmo ano. Esse número, porém, poderia ter sido muito maior, já que outras 98 sofreram com a tentativa desse crime, no mesmo período.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (1º), por meio do Mapa do Feminicídio, feito pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM) em parceria com a Delegacia-Geral da Polícia Civil. A data foi escolhida porque hoje é o Dia Estadual de Combate a este crime.
De acordo com o Mapa, esse é o maior número de tentativas registradas nos últimos 5 anos no Estado. Em 2015 foram registrados 24 tentativas, no ano seguinte outras 59. No ano de 2017 foram 58 e no ano seguinte esse crime subiu para 79 ocorrências, dado que é 24% menor que o alcançado em 2019.
A maior parte desses crimes foi cometida no interior do Estado (77), entretanto Campo Grande teve 21 tentativas de feminicídio, um caso a mais que o registrado no ano anterior (aumento de 5%). Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), entre 2015 a 2018 foram 110 casos de feminicídios consumados e 220 casos de feminicídios na forma tentada.
O Estado também registrou o maior número de boletins de ameça às mulheres no ano passado. Foram 16.846 casos, sendo que o ano com o maior registro havia sido 2017, com 16.787 boletins de ocorrência. Do ocorrido em 2019, 5.780 foram em Campo Grande, ou seja, pouco mais de um terço das ocorrências daquele ano foi em uma única cidade.
O estudo ainda mostra que dos 30 casos ocorridos no Estado em 2019, 77% das mortes ocorreram na sua residência. Além disso, em 37% dos casos os autores utilizaram de arma branca (faca, canivete ou machadinha). A maior parte das mulheres foram mortas por homens com quem conviviam e tinham relacionamento afetivo (56,66%). Em 40% dos casos, o motivo foi a não aceitação do término do relacionamento e que em 33,33% o motivo alegado pelo assassino foi ciúme.