Polícia

TRIBUNAL DO CRIME

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Réu muda depoimento em juízo e afirma que matou para vingar morte de primo

Esquema de segurança foi reforçado no Fórum devido a periculosidade

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Primeiro réu a ser ouvido no julgamento pelo homicídio de John Hudson dos Santos Marques - o “John John” -, de 27 anos, em fevereiro de 2018, Gabriel Rondon da Silva - o “Biel” - negou em juízo fazer parte do Primeiro Comando da Capital (PCC) e desconhecer que a vítima fizesse parte da facção Comando Vermelho (CV). 

Segundo disse o réu ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande,  ele participou da execução de John John porque a vítima havia participado do homicídio de um primo “mais ou menos um ano antes” do crime julgado, em 2016. Além disso ele afirmou ter sido coagido por policiais durante as investigações para falar que pertencia ao PCC e que John teria passado pelo tribunal do crime da facção criminosa por fazer parte da facção rival. 

Conforme apontam as oitivas da Polícia Civil, o rapaz foi sequestrado, questionado sobre envolvimento com o CV, e mantido em cárcere privado em um barraco localizado no Jardim Canguru, até a data do julgamento paralelo realizado pelo tribunal do crime, através de videoconferência com chefes. A sentença foi morte por decapitação. 

Contrariando seu depoimento inicial e a polícia, “Biel” disse que foram até a casa de John - depois de sair de uma festa de carnaval nas proximidades da Orla Morena, onde estavam bebendo - para comprar drogas. “Cocaína e maconha”, segundo ele, que estava com Maikon Ferreira dos Santos, de 30 anos, e Elionai Oliveira Emiliano, de 24. 

Da casa, conforme relatou Biel, todos os quatro foram até uma conveniência onde continuaram bebendo e consumindo drogas, onde John começou a relatar sobre o suposto assassinato do primo do réu. Saindo do local, os três suspeitos enganaram a vítima dizendo que iam levar ela até em casa, mas o levaram para uma estrada vicinal em Terenos, onde John John, que não foi acusado judicialmente pelo assassinato ocorrido em 2016, foi morto.

Biel confessou que deu o tiro na vítima com seu revólver calibre. 38 e que Eleonai o decapitou. Ao ser questionado sobre a foto da cabeça, o réu primeiramente ficou em silêncio e disse que após atirar entrou no carro. Eleonai decapitou e por exclusão só sobrou Maikon. 

No conhecido tribunal do crime do PCC, é comum documentar as execuções para comprová-las aos “chefões” da facção. Neste caso, a família recebeu a foto tirada de John, por uma vizinha que tem o marido preso em um presídio, segundo consta nos autos do processo. 

SEGUNDO DEPOIMENTO 

Logo após Gabriel falar, Maykon foi ouvido pelo júri. Ele negou qualquer envolvimento com o crime, mas confirmou conhecer “Biel” desde a infância. Ele alegou primeiramente participar da ação para proteger o irmão, Mackson Ferreira dos Santos - julgado e absolvido em novembro do ano passado, por ter cedido, em troca de drogas, a casa para o tribunal ser realizado. 

Ainda precisam ser ouvidos Tiago Rodrigues de Souza, de 37 anos, Elionai Oliveira Emiliano, 24, e Leonardo Caio dos Santos Costa, 31. Outro acusado de envolvimento no crime, Wellington Felipe dos Santos Silva, foi julgado com Mackson e condenado a 17 anos e 10 meses. 

SEGURANÇA REFORÇADA 

A Polícia Militar e o Batalhão de Choque estão no Fórum para fazer reforçar a segurança do local, devido à periculosidade dos acusados. Em virtude do grande número de réus, o julgamento deve se encerrar somente amanhã pela parte da tarde e exigirá a pernoite dos jurados em um hotel reservado pelo Tribunal de Justiça, permanecendo incomunicáveis durante o período de julgamento.

Justiça

Ex-militar da Aeronáutica que tirou a vida da esposa é condenado a mais de 24 anos de prisão

O júri ocorreu na tarde desta quarta-feira (27) e pelo crime de feminicídio, entre outras atenuantes, Tamerson irá ficar preso por 24 anos e 8 meses

27/03/2024 18h30

Tamerson foi condenado por feminicídio, ocultação do cadáver e por ter cometido o crime na frente do filha do casal Reprodução Redes Sociais

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O ex-militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, 33 anos, foi condenado, na tarde desta quarta-feira (27), a 24 anos e 8 meses de prisão.

Também terá de pagar a multa de 40 dias no valor de 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo vigente à época dos fatos. 

O Conselho de Sentença, por maioria de votos revelados, condenou o acusado pelo feminicídio da esposa, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, com as qualificadoras de asfixia e motivo torpe, com atenuante do crime ter sido cometido na presença de uma criança e a ocultação do cadáver. A sentença foi determinada pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª vara do tribunal do júri.

Feminicídio

Tamerson já havia passado por júri popular em novembro de 2022, tendo sido condenado a 23 anos e quatro meses de prisão. A época, o Ministério Público Estadual entrou com recurso de apelação, pedindo a anulação do júri por decisão contrária à prova dos autos. Isto porque os jurados afastaram a qualificadora de feminicídio.

"Contrariando todo o contexto probatório do feito, que comprovou a existência de relacionamento afetivo entre as partes, o cometimento do crime no âmbito doméstico e a relação fática-causal do delito com assuntos ligados à vida conjugal, em clara hipótese de violência doméstica e familiar contra a mulher, envolvendo situação de menosprezo e discriminação à ofendida, elementos aptos a consubstanciar a qualificadora objetiva relacionada às “razões do sexo feminino”.

 

O caso


Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, foi encontrada morta com o pescoço quebrado e uma lesão no braço no dia 6 de fevereiro de 2022.

O marido da vítima, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, 31 anos, então 2º sargento da Aeronáutica, foi preso pelo feminicídio.

Na época, a Polícia Civil informou esclareceu que, após o corpo ser encontrado, equipe foi até a residência da vítima e encontrou o militar e a filha da vítima. Questionado, o suspeito disse que a mulher teria ido embora para outro estado.

Já a criança disse que o pai havia informado a ele que a mãe passou mal e morreu no hospital.

Eles foram encaminhados à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), com o militar sempre mantendo a versão de que a mulher se mudou de estado e ele não sabia o que tinha acontecido. Depois, ele mudou a versão e confessou que matou a mulher.

Segundo versão dele à polícia, no dia do crime a mulher havia saído com amigos e ele ficou sozinho cuidando da filha;

Ainda conforme a versão do suspeito, a mulher voltou alcoolizada e o agrediu. Para se defender, ele alega que deu um golpe de mata leão e a matou sem intenção.

O corpo foi escondido no porta-malas do carro do militar, que levou a criança para a escola com o corpo da vítima no carro e, em seguida, desovou na rodovia. A vítima estava com o braço fraturado e o corpo enrolado em um lençol.

Para tentar encobrir o crime, o homem pegou o celular da mulher e mandou mensagens para amigos dela, com um texto simulando que ela tivesse ido embora e deixado a filha.

Na sequência, ele resetou o aparelho e colocou à venda no Facebook.

Testemunhas disseram à polícia que brigas do casal eram constantes.

Em julho de 2022, ele foi excluído da Aeronáutica, após processo administrativo interno.

** Colaborou Glaucea Vaccari

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Operação Murder

Irmãos Brazão prometeram loteamento e comando de milícia para assassino de Marielle, diz PF

Ainda de acordo com o delator, a implementação da infraestrutura e urbanização da área seria Major Ronald, empreiteiro de construções irregulares em áreas de milícia

24/03/2024 20h00

Os detalhes constam do relatório da Polícia Federal que resultou na prisão dos irmãos Brazão neste domingo, 24. Divulgação/ Polícia Federal

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A contrapartida para a proposta dos irmãos Brazão, de matar a vereadora Marielle Franco 'em pleno exercício de seu mandato' era um loteamento nas imediações da Rua Comandante Luís Souto, Tanque, Rio de Janeiro. A promessa de recompensa pelo homicídio foi detalhada pelo ex-PM Ronnie Lessa, que ainda apontou à Polícia Federal o 'maior atrativo da iniciativa': 'a exploração dos serviços típicos de milícia decorrentes da ocupação dos loteamentos, como exploração de "gatonet", gás, transporte alternativo'. Segundo os investigadores,

Os detalhes constam do relatório da Polícia Federal que resultou na prisão dos irmãos Brazão neste domingo, 24, assim como a detenção do ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Segundo a corporação, a 'torpeza' das condutas dos executores de Marielle e Anderson está diretamente ligada à promessa de recompensa: 'a implementação e o comando de um grupo paramilitar em uma grande extensão de terras vinculada à família Brazão'.

"Ronnie Lessa narrou que receberia, juntamente com Macalé, uma grande extensão de terras que os Irmãos Brazão estavam planejando invadir para promover o parcelamento do solo para posterior revenda dos lotes. Ressaltou que, pelas dimensões das terras, se tratava de uma empreitada milionária. Contudo, asseverou que o maior atrativo da iniciativa residia na exploração dos serviços típicos de milícia decorrentes da ocupação dos loteamentos, como exploração de "gatonet", gás, transporte alternativo, dentre outros, pelos quais o colaborador e seu comparsa seriam os responsáveis", anotou a PF ao pedir a abertura da Operação Murder Inc.

Ainda de acordo com o delator, a implementação da infraestrutura e urbanização da área seria Major Ronald, empreiteiro de construções irregulares em áreas de milícia, notadamente Rio das Pedras.

Segundo a PF, Lessa queria 'uma área para chamar de sua e explorá-la economicamente sem ter que abaixar a cabeça para outras lideranças. Apesar de atuar em atividades de milícia há pelo menos dez anos, o delator 'não tinha um reduto onde pudesse dar as cartas'.

"A promessa de recompensa materializada pelos Irmãos Brazão era a oportunidade que ele precisava para colocar isso em prática. Ademais, essa sanha para ser alçado ao patamar do Capitão Adriano se alastrou para a tentativa de tentar se consolidar no cenário da contravenção carioca, oportunidade na qual se reaproximou de Rogério de Andrade, notório contraventor da Zona Oeste do Rio"

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