A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (23) a Operação “Free Pass”, no município de Naviraí, a 364 km de Campo Grande. Um servidor da Receita Federal da Alfândega em Mundo Novo é investigado por fazer parte da organização criminosa que contrabandeava cigarros na fronteira com o Paraguai.
Ele vigiava os colegas de trabalho e passava informações privilegiadas aos contrabandistas, sobre os momentos em que eles poderiam passar pela Alfândega da Receita Federal do município sem serem revistados.
É o segundo servidor da Receita Federal do Brasil (RFB) a ser investigado em menos de um mês. No dia 2 de outubro, outra funcionária foi presa em flagrante por desviar mercadorias apreendidas do depósito da instituição, na Operação Warehouse.
Desta vez, os criminosos agiam em Mato Grosso do Sul e Paraná, onde são cumpridos hoje cinco mandados de busca e apreensão por cerca de 25 policiais, expedidos pela Justiça Federal de Naviraí.
Residências e estabelecimentos comerciais em Umuarama e Guaíra, no Paraná, e Naviraí e Mundo Novo, em Mato Grosso do Sul, são revistados nesta manhã.
As investigações começaram depois de uma apreensão de cigarros em Mundo Novo, município que faz fronteira com o Paraguai, uma das principais rotas dos contrabandos vindos do país vizinho.
No início deste mês, no dia 1º, a PF encontrou em um sítio, 1.300 caixas de cigarros contrabandeados e dois caminhões, que foram encaminhados para a Receita Federal de Mundo Novo, onde trabalhava o servidor integrante da organização criminosa.
Em outra operação, em julho de 2020, a Equipe de Vigilância e Repressão (EVR) identificou um depósito utilizado para armazenagem de cigarros estrangeiros irregulares no mesmo município. No local, foi apreendido um caminhão carregado com milhares de maços de cigarros de origem paraguaia, carga estimada em cerca de R$ 1 milhão.
Em maio deste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Receita Federal também apreenderam quatro milhões de maços de cigarros, também encaminhados para a unidade da RFB em Mundo Novo.
Operação Free Pass
O nome da operação se refere ao “passe livre”, tradução de free pass, que os contrabandistas tinham na Receita Federal.