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Tribunal do Júri atende tese da legítima defesa, e absolve tentente-coronel que matou o marido

Tenente-coronel Itamara Romeiro matou o marido, major Valdeni Nogueira em 2016

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A tenente-coronel da Polícia Militar  de Mato Grosso do Sul, Itamara Romeiro Nogueira foi absolvida da acusação de assassinar do marido, o major Valdeni Lopes Nogueira, também da PM. O crime aconteceu no dia 12 de julho de 2016, e ela foi julgada ontem (23) em Campo Grande.

O julgamento foi no plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri, e teve mais de 12 horas de duração.  

A acusada foi absolvida por quatro votos a três. Ela alegava que a morte foi em legítima defesa. O crime ocorreu na casa do casal, localizada na Avenida Brasil Central, Bairro Jardim Santo Antônio, na Capital.  

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul alegava que Itamara matou o marido e que Valdeni Nogueira teria se dirigido à porta da casa que dá acesso à garagem para deixar o local. Os advogados da ré, porém, afirmaram que ela agiu em legítima defesa. No processo, a defesa ainda sustentou que, por vezes, o major apresentava-se agressivo, chegando a agredir a esposa.  

 

Ambição

Para família de Valdeni Lopes Nogueira, morto em 2016 pela esposa Itamara Romeiro Nogueira, 44 anos, o homicídio foi motivado por ambição. O julgamento do caso começou na manhã desta quarta-feira (23), às 8h30.

Os advogados assistentes da tenente-coronel da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), Edson José da Silva e Aparecido Rodrigues de Farias, levaram quatro testemunhas, que ainda estão sendo ouvidas, e alegaram legítima defesa.  

A única testemunha de acusação foi Valdeci Alves Nogueira, irmão do major da PMMS, Valdenir Nogueira, e o primeiro a depor.  

“Na verdade, a ambição foi o que levou a tudo isso, essa tragédia, o assassinato”, disse ao júri, formado por seis mulheres e um homem.  

Ele acredita na hipótese porque a tenente-coronel, segundo Valdeci, não aceitaria que Valdenir compartilhasse os bens que os dois conquistaram juntos em uma suposta separação.

O único ponto em que acusação e defesa concordaram é que o relacionamento entre Itamara e Valdenir era conturbado por muitas brigas e discussões. 

O caso

Em 12 de julho de 2016, a briga entre os dois policiais militares começou porque o major Valdeni Lopes Nogueira, então com 44 anos, desistiu de viagem de férias do casal, para Alagoas. O embarque estava marcado para o dia seguinte.

Segundo versão de Itamara, Valdenir não apresentou justificativa para a desistência e, durante a briga, começou a agredi-la com socos no rosto e braços.

Além das agressões, Valdenir Lopes teria dito que pegaria arma no carro e que atiraria na cabeça da esposa. Nesse momento, ela fez dois disparos contra ele. Os tiros acertaram a vítima nas costas.

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A tenente-coronel Itamara tem vasta carreira na Polícia Militar e até posou para livro da instituição como representante de bons exemplos.

Depois do crime, ela permaneceu na ativa até dezembro de 2020, quando foi reformada administrativamente pelo Conselho de Justificação da Polícia Militar, o que significa que ela não pode exercer nenhum trabalho ativo na corporação.  

Em maio de 2020, transferência para a reserva remunerada, com salário de mais de R$ 22 mil, foi publicada pela Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul.

RONNIE-LESSA

Justiça nega novo pedido para transferência de Ronnie Lessa ao RJ

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande

12/04/2024 15h00

Ronnie Lessa, acusado de ser autor dos disparos contra Marielle Foto: Reprodução

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A Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido da defesa de Ronnie Lessa para que ele deixasse a Penitenciária Federal de Campo Grande e fosse transferido para um presídio da PM no Rio de Janeiro.

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande. A informação foi confirmada ao UOL pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.


Defesa é procurada. O UOL tenta contatar o novo advogado de Ronnie Lessa, que assumiu o caso desde que ele assinou acordo de delação e foi abandonado pela defesa anterior. O espaço segue aberto para manifestação.

PRESO EM CAMPO GRANDE DESDE 2020

Ronnie Lessa está preso em Campo Grande desde 2020. O ex-policial foi transferido para o Mato Grosso do Sul após ficar 1 ano e 8 meses no presídio de Porto Velho.

Delação feita pelo ex-PM à PF colocou os Chiquinho e Domingos Brazão na prisão. Além dos irmãos, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também foi preso em 24 de março e levado para a Papuda.

Lessa disse que os irmãos garantiram lotes em uma zona de tráfico e milícia como pagamento pelo crime. Na ocasião, ele também citou Chiquinho como mentor do assassinato.

Irmãos Brazão negam envolvimento com a morte de Marielle. O advogado Ubiratan Guedes, que representa Domingos, disse que tem "certeza que ele é inocente". "Ele não tem ligação com a Marielle, não a conhecia". Já Chiquinho disse que foi "surpreendido" com a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal.

A investigação do caso já foi comandada por cinco delegados diferentes e três grupos de promotores. O Ministério da Justiça e Segurança Pública escalou uma equipe para investigar o caso logo nos primeiro meses do governo Lula (PT).

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Depoimento

Esposa e melhor amigo relembram últimos momentos com entregador atropelado por Porsche

Família busca por justiça após trágico acidente que matou Hudson Ferreira de 39 anos; o autor, um empresário de Campo Grande fugiu do local do acidente e se apresentou à polícia somente depois de 15 dias

11/04/2024 18h33

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302. Divulgação/Correio do Estado/Gerson Oliveira

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No desdobramento do trágico incidente que culminou na morte do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, na noite de 22 de março, esposa e amigo próximo compartilham os últimos instantes vividos com a vítima.

O fatídico acidente ocorreu na Rua Antônio Maria Coelho, quando Hudson foi brutalmente atingido por um Porsche Cayenne, conduzido pelo empresário, Arthur Torres Rodrigues Navarro, de 34 anos, que em seguida fugiu do local. Hudson veio a falecer dois dias após o incidente, na Santa Casa da Capital, devido à gravidade de seus ferimentos.

Segundo relatos, Hudson enviou um áudio desesperador à esposa, Kelly Ferreira, pedindo-lhe que fosse até o local do acidente.

"Vem aqui. Vem ligeiro, vida. Acabou com a minha perna, acabou", disse ele.

Kelly, ao responder ao chamado, assegurou que estava a caminho para socorrê-lo e comunicou que outra pessoa também estava se dirigindo ao local para prestar auxílio.

Em seu depoimento, Kelly Ferreira, de 39 anos, atendente no Restaurante Kobe, situado na Artur Jorge, relatou que Hudson, seu esposo, também trabalhava no mesmo estabelecimento, como entregador. Ela descreveu o momento em que recebeu a ligação de Hudson, por volta das 20h08min, informando sobre o acidente e a localização.

"Já estava presente no local uma Unidade do Corpo de Bombeiros prestando o atendimento a Hudson, que apresentava ferimento (fratura e esmagamento) da perna e pé direito", detalhou Kelly em seu depoimento à DEPAC/CEPOL.

Por sua vez, Marcos Ewerton Paulo de Campos, de 35 anos, também entregador e amigo de infância de Hudson, reiterou a proximidade entre eles, inclusive no ambiente profissional, onde ambos trabalhavam como motoentregadores.

Ele descreveu o momento em que encontrou a vítima caída na rua, com graves ferimentos, e ficou ao seu lado tentando acalmá-lo até o encaminhamento de Hudson para o hospital.

“Ele estava assustado com o ferimento e contou que o motorista fugiu do local em alta velocidade. Fiquei com ele e falei pra olhar pra cima, para não ficar olhando a perna. O Corpo de Bombeiros chegou e eu me ofereci para levar a moto dele para casa”, relembra o amigo de Hudson.

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conforme solicitação da família da vítima.

Enquanto Arthur Torres Rodrigues Navarro se apresentou à polícia após duas semanas do ocorrido, a família clama por justiça e questiona a impunidade diante de casos de irresponsabilidade ao volante, que ceifam vidas e deixam marcas irreversiveis nos que ficam.

“Se o motorista tivesse parado, prestado socorro. Esses minutos foram o diferencial entre a vida e a morte do Hudson”, analisa a advogada da família de Hudson, Janice Andrade.


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