“Sem chances. Isso é uma estória, escrita assim mesmo, com e [não é baseada em fatos]. Eu garanto”.
Foi assim que o presidente do MDB de Mato Grosso do Sul, Junior Mochi, explicou à reportagem sobre os recentes rumores indicando que o PSDB do governador Reinaldo Azambuja já estaria combinando com o comando emedebista o nome de um vice para disputar o governo com o pré-candidato tucano, Eduardo Riedel, já no primeiro turno. Caso ocorra alguma aliança, ela ocorreria apenas no segundo turno das eleições, explica.
“Conversar todos conversam nesse período. Já temos candidato, é o ex-governador André Puccinelli. Estamos montando chapas proporcionais, debatendo o pleito eleitoral, já temos marqueteiro trabalhando. Sem chances disso, nós temos candidatura própria”, disse ontem à tarde ao Correio do Estado o chefe regional do MDB e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi.
Chapas proporcionais, como mencionou Mochi, sucintamente vigorando desta forma: tem-se uma bancada com um número determinado de vagas. Em cada legenda partidária, serão eleitos os candidatos mais votados até que se preencha o número de cadeiras disponíveis na eleição.
A reportagem tentou conversar com integrantes do diretório regional do PSDB, mas a maioria viaja de férias e seus celulares estavam desligados ontem à tarde. Aquele que se propôs falar, mas sem ser identificado, não quis comentar a eventual aliança PSDB-MDB já no primeiro turno. Adiantou, apenas, que o vice não será do PSDB e, sim, de alguma indicação de siglas parceiras.
Riedel, em viagem, não atendeu o telefone e também não respondeu mensagem enviada por WhatsApp.
Ainda de acordo com Mochi, depois de garantir que “não há previsão alguma” de o MDB virar vice na chapa do PSDB pela disputa do governo sul-mato-grossense, ponderando sobre o próprio ponto de vista: “Isso ocorreria, talvez, em um caso fortuito”, reconsiderou Junior Mochi.
Diálogos quanto às possibilidades das alianças avançaram no cenário político local há cerca de um mês com a declaração do prefeito de Campo Grande, eventual candidato ao governo pelo PSD, Marquinhos Trad.
Trad disse que “hoje” discordaria de alianças com os ex-governadores Zeca do PT, pré-candidato dos petistas, e André Puccinelli, além do governador Reinaldo Azambuja, principal incentivador do pré-candidato dos tucanos, o chefe da Pasta de Infraestrutura, Eduardo Riedel.
A fala de Marquinhos provocou reações. Azambuja queixou-se ao recordar que em eleições anteriores apoiou o prefeito e nada tinha contra Zeca e Puccinelli. Pelo contrário, elogiou os dois, deixando a entender que não recusaria alianças com os dois.
Puccinelli e Zeca disseram que “estão abertos” aos diálogos e não citaram nenhum nome ou partido que poderiam rejeitá-los como aliados.
Ao menos até agora, demonstraram interesse na disputa pelo governo, em outubro, Marquinhos, Puccinelli, Zeca e Eduardo Riedel. União Brasil, a sigla surgida da fusão do DEM e do PSL, ainda não se manifestou se lança candidatura própria, ou não.
O prefeito Marquinhos, embora tenha dito ser possível a candidatura, precisaria deixar o mandato até abril.
Aliança antiga não deve se repetir este ano
Emedebistas e tucanos possuem longo histórico de proximidade até 2014, quando se “separaram” em Mato Grosso do Sul.
Dali em diante, cada sigla seguiu seu caminho nas urnas, sendo o PSDB quem se deu melhor com dois mandatos à frente do Executivo estadual. Contudo, a ida do deputado Eduardo Rocha para a Segov reaqueceu especulações recentemente.