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Acordo avança para Aziz presidir CPI e Renan ficar na relatoria, mas governo tenta barrar senador do MDB

Cabe ao presidente da CPI conduzir as sessões e a pauta de votações

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Os senadores independentes e de oposição que compõem a CPI da Covid do Senado fecharam um acordo para os principais cargos da comissão, definindo que o relator será Renan Calheiros (MDB-AL).

No entanto, o governo Bolsonaro iniciou uma reação, embora seja minoria na comissão, e pressiona para que a relatoria fique com o senador aliado Marcos Rogério (DEM-RO).

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Omar Aziz (PSD-AM) seria o presidente da comissão, mas, por causa da pressão do governo federal, interlocutores desse parlamentar afirmam que o acordo para definir sua situação e a de Renan Calheiros avançaram, mas ressaltam que faltam alguns ajustes.

Como o jornal Folha de S.Paulo tinha mostrado, os dois já eram os mais cotados para ocupar a presidência e a relatoria.

Cabe ao presidente da CPI conduzir as sessões e a pauta de votações. O relator é responsável por dirigir a investigação e preparar um relatório final a ser votado pelos membros da comissão.​ 

Enquanto o primeiro é eleito pelo voto da maioria dos membros, o relator é uma indicação do presidente.

Os parlamentares independentes e de oposição são maioria na comissão, contando com número suficiente para escolher o presidente, reunindo 6 dos 11 membros. Há também quatro governistas, e o outro parlamentar é o próprio Aziz.

Os parlamentares que compõem um chamado G6 tiveram reunião virtual na manhã desta sexta-feira (16), a pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Fazem parte do grupo Randolfe, Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Humberto Costa (PT-PE) e Otto Alencar (PSD-BA).

Randolfe havia conversado por telefone no dia anterior com Omar Aziz, que já havia manifestado sua intenção de ocupar a presidência e contava com a anuência do Palácio do Planalto.

Omar sugeriu que Randolfe ocupasse a vice-presidência, por ter sido o autor do requerimento da instalação da CPI.

O senador amapaense aceitou a oferta, mas impôs como condição que Renan Calheiros fosse o relator e disse que apenas precisava bater o martelo com os outros parceiros independentes e de oposição.

O grupo então discutiu nesta manhã e fechou questão nessa composição, com Aziz na presidência, Randolfe como vice-presidente e Renan como relator.

A única resistência a esse formato havia partido do senador Humberto Costa, que preferia outro parlamentar na presidência, sendo favorável ao próprio Randolfe Rodrigues.

Embora não conste no regimento do Senado, existe uma tradição na Casa de que o autor do requerimento para a instalação da comissão, no caso Randolfe, ocupe a presidência ou a relatoria. O outro cargo seria destinado à maior bancada, no caso, o MDB.

A liderança do governo no Congresso afirma oficialmente que ainda não está 100% definida a composição, mas acrescentou que não teme ter Renan, um senador mais para o lado oposicionista, na relatoria.

Após ter perdido a eleição pela presidência, em 2019, Renan manteve uma atuação parlamentar mais discreta, embora com grande influência sobre muitos senadores. Publicamente tem se mostrado um grande crítico ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Todos os 11 senadores da CPI têm condições de serem presidente ou relator. Mais importante do que o relatório são os fatos, e o governo tem consciência de que cumpriu com suas obrigações, repasssou os recursos para estados e municípios se prepararem para o enfrentamento da pandemia", afirmou Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso.

Nos bastidores, por outro lado, os governistas começaram uma articulação para pressionar Omar Aziz a não indicar Renan Calheiros, optando por Marcos Rogério. A ação é capitaneada pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).

Esta costura não seria fácil de ser concretizada exatamente porque o senador de Alagoas já recebeu declaração de votos da maior parte dos colegas.

Apesar de caber ao presidente indicar o relator, senadores avaliam que se Aziz não se comprometer a escalar Renan na relatoria, o parlamentar do MDB pode decidir reivindicar a presidência da CPI.

Neste cenário, o jogo ficaria embolado porque o ex-presidente do Senado entraria na disputa por voto no colegiado. Os governistas também não aceitam Randolfe como vice-presidente da comissão.

A primeira reunião da comissão vai ser destinada para a escolha da presidência e relatoria. A definição, portanto, pode ainda passar por modificações até a data da instalação da comissão.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), leu nesta quinta-feira as indicações da composição o que, na prática, permite já a sua instalação.

Na tarde desta sexta-feira (16), Pacheco falou a jornalistas que a primeira reunião e a consequente instalação da CPI deverá ser na próxima quinta-feira (22) ou na terça-feira da outra semana (27).

"Na próxima semana teremos o feriado de quarta-feira, dia 21 de abril, então podemos eventualmente instalá-la na quinta-feira ou na terça-feira da semana que vem [seguinte], como dois dias possíveis de ser instalada a comissão parlamentar de inquérito", afirmou.

A eleição do presidente e vice-presidente, segundo Pacheco, será presencial. Será usado sistema semelhante ao da eleição para a presidência do Senado, em fevereiro, com urnas espalhadas em diversos pontos para senadores que optem por não entrar no prédio da casa legislativa.

Uma delas deve ficar dentro da sala que abrigará a comissão, outra no corredor das comissões e uma terceira na garagem ou na chapelaria -no subterrâneo do Senado- para os senadores que optem pelo voto drive-thru, sem entrar no Senado.

Pacheco voltou a afirmar que defende que a CPI seja presencial, pela natureza dos trabalhos ali desenvolvidos, mas reforçou que a decisão caberá ao presidente da comissão e seus membros.

"Há alguns atos que é irremediável a presença física das pessoas. Eu não vejo, por exemplo, a inquirição de testemunhas, às quais se deve garantir a incomunicabilidade, elas não podem ser orientadas, de outra maneira que não seja presencial."

"Já o interrogatório daqueles investigados, a quem o próprio Supremo Tribunal Federal já reconheceu o direito inclusive de não comparecer à CPI, é uma orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal, eventualmente se pode fazer pelo sistema virtual", completou.

OS MEMBROS TITULARES DA CPI

Governistas
Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Girão (Podemos-CE), Marcos Rogério (DEM-RO) e Ciro Nogueira (PP-PI)

Demais
Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Eduardo Braga (MDB-AM)

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BOLSONARO-DENÚNCIAS

Após indiciamento de Bolsonaro, PGR pede mais apuração sobre fraude em cartão de vacina

Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em março

23/04/2024 20h00

Esse pedido deve ser analisado pelo relator do processo no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes Valter Campanato/ Agência Brasil

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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta terça-feira (23) ao STF (Supremo Tribunal Federal) o aprofundamento de investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.

Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em março.


A investigação apontou a suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa, e a PF diz que a fraude pode ter sido realizada no escopo da tentativa de aplicar um golpe de Estado no país e impedir a posse de Lula (PT).

Para Gonet, apesar de "relevantes achados que constam do minucioso relatório final da investigação", ainda não há uma resposta do DoJ (o Departamento de Justiça dos EUA) a pedido Polícia Federal de "esclarecimento sobre se os investigados fizeram uso dos certificados de vacinação ideologicamente falsos quando da entrada e estada no território norte-americano".

"É relevante saber se algum certificado de vacinação foi apresentado por Jair Bolsonaro e pelos demais integrantes da comitiva presidencial, quando da entrada e permanência no território norte-americano", diz o PGR.

Ele afirmou também: "Seria de interesse apurar se havia, à época, norma no local de entrada da comitiva nos EUA impositiva para o ingresso no país da apresentação do certificado de vacina de todo estrangeiro, mesmo que detentor de passaporte e visto diplomático. A notícia é relevante para a avaliação dos tipos penais incidentes no episódio. Solicita-se, portanto, da digna Autoridade Policial a produção de desses informes, para o que se pede a devolução dos autos à Polícia Federal."

Esse pedido deve ser analisado pelo relator do processo no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes.

Gonet quer, ainda, a análise do conteúdo de dispositivos apreendidos com investigados, entre eles os de Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração depois de ter sido preso.

O procurador-geral também quer que a PF faça análise de dados da quebra do sigilo telemático do celular do deputado Gutemberg Reis. Ele é suspeito de ter articulado a inserção de dados falsos nos cartões de vacina.

"Encontram-se igualmente pendentes de conclusão e de juntada aos autos os laudos periciais de informática e os relatórios de extração/análise de conteúdo da maioria dos dispositivos eletrônicos apreendidos nos autos", afirmou.


Em março, a defesa de Bolsonaro criticou o indiciamento e o chamou de precipitado.

À época, os advogados afirmaram que "não há fundada e objetiva suspeita de sua participação ou autoria nos delitos em apuração".

"Se qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nomes."

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Política

Vereadores aprovam projeto que permite a entrada de água potável em shows e festivais

O projeto aprovado em sessão na Câmara Municipal, especifica que a água deverá estar acondicionada em embalagem plástica transparente e lacrada em eventos de Campo Grande.

23/04/2024 17h37

Divulgação/ Câmara Municipal de Campo Grande

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Na manhã de hoje, os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande se reuniram para aprovar o projeto de lei 11.196/23, que autoriza a entrada de água potável para consumo pessoal em shows e festivais na capital.

Conforme o documento de autoria dos vereadores Dr. Victor Rocha e Carlão, o projeto dispõe sobre a permissão para a entrada de água potável para consumo pessoal em shows, festivais, exposições e eventos similares no âmbito do município de Campo Grande.

A proposta, apresentada pelo vereador Vitor Rocha (PSDB) em novembro do ano passado, será discutida. Naquele período, o país enfrentava altas temperaturas. Nesse mesmo período, a estudante sul-mato-grossense, Ana Clara Benevides Machado, morreu após passar mal durante um show da cantora norte-americana Taylor Swift, no Rio de Janeiro (RJ). 
 
A partir de hoje, em caso de não cumprimento da lei, o evento corre o risco de ser cancelado. 

 

Outras pautas aprovadas

Outra pauta debatida e aprovada em regime de urgência foi o projeto de lei 11.307/24, do Executivo Municipal, que autoriza a Prefeitura a realizar permuta de área de sua propriedade com área pertencente à JM Administradora de Bens LTDA, localizada no loteamento Nova Campo Grande.

Também foi aprovado o projeto de lei complementar 923/24, de autoria da Mesa Diretora, que altera dispositivo da Lei Complementar 476/23. Esta última concede anistia condicional aos proprietários de edificações cuja execução esteja em desacordo com o Código de Obras e a Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo. 

Durante a sessão, os parlamentares mantiveram o veto parcial ao projeto de lei 11.040/24, que estabelece o Programa Municipal de Identificação de Lar Atípico para pessoas com hipersensibilidade auditiva residentes no município de Campo Grande. A proposta foi apresentada pelos vereadores Carlos Augusto Borges (Carlão) e Prof. André Luis.

Também foi debatido o veto total ao projeto de lei complementar 917/24, que propõe alterações no Artigo 2º da lei 2.786/90. A proposta é de autoria dos vereadores Claudinho Serra, Betinho, Professor André Luis, Dr. Victor Rocha, Ronilço Guerreiro, Clodoilson Pires e Edu Miranda."

Em segunda discussão e votação, foi aprovado o projeto de lei 11.162/23, de autoria dos vereadores Papy e Carlos Augusto Borges (Carlão), que inclui a "Feira Científica" no calendário oficial de eventos do município de Campo Grande.

Ainda durante a sessão, foi analisado o projeto de lei 11.199/23, de autoria do vereador Papy, que propõe a criação da carteira funcional digital e física dos conselheiros tutelares.

E, por fim, o projeto de lei 11.238/24, proposto pelo vereador Professor Juari, que trata da instituição da campanha permanente de valorização e respeito ao trabalho do professor, nas escolas públicas e particulares do ensino fundamental e médio do município de Campo Grande.

 

 

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