Política

GUERRA ELEITORAL

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Adversários vão às redes em busca dos votos de Harfouche e procurador tenta mantê-los

O mais combativo é o candidato Vinicius Siqueira (PSL); ele afirma "que o procurador mente para seu eleitorado"

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Um dia antes das eleições municipais que decidiram o novo prefeito de Campo Grande, os adversários do candidato, Sérgio Harfouche (Avante), intensificam ações nas redes sociais para tentar capitalizar os votos do procurador de Justiça licenciado. 

A candidatura de Harfouche foi indeferida em duas instâncias no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), a defesa da chapa recorreu com uma peça jurídica de embargos de declaração.  

Os adversários tentam convencer os eleitores do procurador em dar o que eles denominam de “voto útil”, pois entendem que uma campanha que está sub judice pode acarretar insegurança jurídica ao pleito, além de promover uma possível vitória do prefeito e candidato à reeleição, Marcos Trad (PSD). 

Como a candidatura de Harfouche está indeferida, os votos dele serão contabilizados, porém, não serão lançados como válidos pela Justiça Eleitoral.  

Um deles é o vereador da Capital e candidato do PSL Vinícius Siqueira. Nas redes o político indagou que o procurador tenta iludir o eleitorado “mentindo”.  

“Harfouche favorece a velha política mentindo aos seus eleitores de quê seus votos serão válidos. O promotor disse que o tribunal de segunda instância iria inocentá-lo, no dia seguinte o tribunal impugnou sua candidatura. Depois disse que todos estão mentindo e que seus votos serão válidos, no dia seguinte outro juiz diz que os votos serão invalidados. A verdade é que seus votos serão contabilizados sob júdice e serão anulados: isso pode dar sim a eleição para Marquinhos em primeiro turno”, afirmou nas redes.  

Já Paulo Matos (PSC), afirmou que adversário está tumultuando as eleições municipais com a judicialização do registro da sua candidatura. Paulo Matos alega que o promotor não cumpriu com a Legislação Eleitoral, e já sabia que enfrentaria uma batalha judicial desde o começo.

“Voto útil é o voto consciente, que mostra a realidade do que o povo quer para o futuro da cidade. Não se deixe levar pela insistência da velha política em determinar quem já ganhou”, afirmou nas redes.

Já Esacheu Nascimento (PP); que sua legenda entrou com o processo questionando a candidatura de Harfouche, bem como a Coligação “Avançar e Fazer Mais” de Marcos Trad (PSD); lançou nas redes a campanha voto válido.  

Em todas as peças publicitárias, o promotor de Justiça aposentado e ex-presidente da Santa Casa, tem como título essa chamada. Posteriormente ele coloca as propostas da sua chapa para cada setor público.  

A delegada Sidneia Tobias (Podemos) também abordou a situação em suas propagandas eleitorais gratuitas, em rádio e TV, e nas redes sociais.  

Algo inusitado é que todos esses adversários navegam pelo mesmo espectro político de Harfouche. Ou seja, se posicionam como políticos representantes de direita, alguns mais radicais, outros mais dentro.  

Porém, os adversários mais esquerda como Cris Duarte (Psol), Dagoberto Nogueira (PDT) e Pedro Kemp (PT), que em tese seriam antagonistas do procurador de Justiça, não intensificaram críticas ao adversário.  

Contra-ataque

O procurador criticou seus adversários e destacou a decisão de 2018 do TRE que liberou sua candidatura ao Senado.  

“Meus adversários estão usando de métodos escusos, pois estão com medo do meu nome nas urnas. Mesmo respeitando o TRE, eu acredito que fui vítima de um julgamento político, pois temos precedentes de uma decisão favorável. Todos os magistrados que votaram nesse julgamento, pelo jeito, já tinham uma ideia formatada. Agora irei lutar até a última instância para que meu direito de disputar às eleições seja garantido”, lamentou.

Impugnação

A candidatura de Harfouche foi indeferida em outubro, pelo juiz da 53ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, pois para ele o procurador deveria ter deixado o Ministério Público de Mato Grosso do Sul ou se aposentado para concorrer ao pleito.  

O pedido de impugnação contra Harfouche foi solicitado por Marcos Trad (PSD) e Esacheu Nascimento (PP).

O candidato recorreu da decisão, mas o pleno negou o recurso por cinco votos a um. A juíza Monique Marchiori Leite foi a única a votar a favor do provimento do recurso. Assim, a Justiça Eleitoral manteve decisão que indeferiu o registro de candidatura para a prefeitura da Capital.  

Em seu parecer, o relator do processo, juiz Juliano Tannus, votou pela manutenção da impugnação, afirmando que a emenda constitucional de 2004 – que proíbe que os membros do MP concorram a cargos eletivos – é clara.  

No relatório, o magistrado afirmou ainda que os integrantes do órgão só podem concorrer a um cargo eletivo mediante exoneração ou aposentadoria.

Já o advogado de defesa de Harfouche, Vinícius Monteiro de Paiva, alegou que o Conselho Nacional do Ministério Público fixou a aplicação dos efeitos da emenda apenas aos que ingressaram após a sua publicação.  

Como seu cliente ingressou na promotoria em 1992, não seria afetado pela legislação atual.

 

TERRAS-INDÍGENAS

Em marcha, indígenas levam pautas sobre demarcação de terras ao Congresso

A marcha foi guiada por um trio elétrico, onde os indígenas dos seis biomas brasileiros e diferentes territórios relataram os problemas que enfrentam

23/04/2024 22h00

O requerimento para a sessão foi feito pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que também preside a sessão José Cruz / Agência Brasil

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Os movimentos indígenas marcharam nesta terça-feira (23) do ATL (Acampamento Terra Livre), no Eixo Cultural Ibero-americano, em Brasília, até o Congresso Nacional, onde participaram de uma sessão solene.

O requerimento para a sessão foi feito pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que também preside a sessão.

A marcha foi guiada por um trio elétrico, onde os indígenas dos seis biomas brasileiros e diferentes territórios relataram os problemas que enfrentam. As falas cobraram das autoridades políticas de demarcações de terras, mas também citaram descasos nas áreas de saúde, segurança e educação.

Ana Ruth Kokama, 36, conta que viajou de Amaturá (AM) a Brasília, por custo próprio, para participar do ATL pela primeira vez. Ela é representante dos povos indígenas do Alto Solimões e relatou as pautas da região no trio elétrico.

"A Constituição de 88 garantiu aos povos indígenas os direitos da terra, das tradições e costumes. E agora, fazem leis para tirar os nossos direitos e autorizar a criação de fazendas, hidrelétricas e mineradoras em nossos território. Os governos estaduais estão levando empresas para explorar nossas terras sem a nossa consulta", afirmou.

Sessão solene

Em coletiva de imprensa, antes da sessão solene, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que, apesar de o número de terras indígenas demarcadas no governo Lula (PT) até agora ser menos do que o ideal, ainda representa uma grande conquista diante da realidade do Estado brasileiro.

Ela lembrou que, em menos de um ano e meio de gestão, foram dez territórios homologados. Em comparação, foram 11 terras nos dez anos anteriores -o que inclui parte dos governos Dilma Rousseff (PT), o de Michel Temer (MDB) e o de Jair Bolsonaro (PL).

"Nós conseguimos, neste um ano e quatro meses, homologar dez territórios indígenas. É pouco? É pouco. Para o tamanho do passivo que tem no Brasil, precisa avançar ainda mais. Mas, em dez anos [anteriores], foram apenas 11 territórios demarcados", disse.

"Não pensem que isso é fácil, não pensem que é uma conquista pequena. É uma grande conquista, porque se dependesse da decisão e vontade do Estado brasileiro, nem essas [dez] teriam saído",completou.

Além de Guajajara e Xakriabá, participam da sessão na Câmara em homenagem ao movimento indígena, a presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) Joenia Wapichana, deputados e lideranças tradicionais, que se pronunciaram durante o evento.

 

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BOLSONARO-DENÚNCIAS

Após indiciamento de Bolsonaro, PGR pede mais apuração sobre fraude em cartão de vacina

Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em março

23/04/2024 20h00

Esse pedido deve ser analisado pelo relator do processo no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes Valter Campanato/ Agência Brasil

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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta terça-feira (23) ao STF (Supremo Tribunal Federal) o aprofundamento de investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.

Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em março.


A investigação apontou a suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa, e a PF diz que a fraude pode ter sido realizada no escopo da tentativa de aplicar um golpe de Estado no país e impedir a posse de Lula (PT).

Para Gonet, apesar de "relevantes achados que constam do minucioso relatório final da investigação", ainda não há uma resposta do DoJ (o Departamento de Justiça dos EUA) a pedido Polícia Federal de "esclarecimento sobre se os investigados fizeram uso dos certificados de vacinação ideologicamente falsos quando da entrada e estada no território norte-americano".

"É relevante saber se algum certificado de vacinação foi apresentado por Jair Bolsonaro e pelos demais integrantes da comitiva presidencial, quando da entrada e permanência no território norte-americano", diz o PGR.

Ele afirmou também: "Seria de interesse apurar se havia, à época, norma no local de entrada da comitiva nos EUA impositiva para o ingresso no país da apresentação do certificado de vacina de todo estrangeiro, mesmo que detentor de passaporte e visto diplomático. A notícia é relevante para a avaliação dos tipos penais incidentes no episódio. Solicita-se, portanto, da digna Autoridade Policial a produção de desses informes, para o que se pede a devolução dos autos à Polícia Federal."

Esse pedido deve ser analisado pelo relator do processo no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes.

Gonet quer, ainda, a análise do conteúdo de dispositivos apreendidos com investigados, entre eles os de Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração depois de ter sido preso.

O procurador-geral também quer que a PF faça análise de dados da quebra do sigilo telemático do celular do deputado Gutemberg Reis. Ele é suspeito de ter articulado a inserção de dados falsos nos cartões de vacina.

"Encontram-se igualmente pendentes de conclusão e de juntada aos autos os laudos periciais de informática e os relatórios de extração/análise de conteúdo da maioria dos dispositivos eletrônicos apreendidos nos autos", afirmou.


Em março, a defesa de Bolsonaro criticou o indiciamento e o chamou de precipitado.

À época, os advogados afirmaram que "não há fundada e objetiva suspeita de sua participação ou autoria nos delitos em apuração".

"Se qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nomes."

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