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'Fogo amigo': Agressão verbal de candidato do PT vira caso de polícia

Candidata, que foi agredida, registrou boletim de ocorrência contra Pedro Kemp na tarde desta quinta

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A candidata a vereadora de Campo Grande pelo PT, Karla Cânepa, registrou um boletim de ocorrência contra deputado estadual o candidato a prefeito de Campo Grande, pela mesma sigla, Pedro Kemp. 

O parlamentar foi filmado durante uma discussão com a candidata no comitê de campanha dela.  

A motivação da briga, foi a distribuição orçamentária da verba eleitoral do partido. Segundo Kemp, Karla o acusou, em um grupo de WhatsApp, de dividir o montante de forma desigual entre os candidatos a uma cadeira da Câmara Municipal da Capital.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, Cânepa relata que enviou uma mensagem para um grupo do WhatsApp que pertence a candidatas a vereadoras do partido questionando explicações sobre as divisões do dinheiro empenhado nas campanhas pelo PT em Campo Grande.  

Ainda de acordo com o documento, a denunciante admite que em determinado momento da conversa, teria chamado Kemp de "demagogo".

“A vítima relata que alguém desse grupo, que ela afirma não saber quem é, teria enviado um ‘print’ dessa conversa para o autor, que então ligou para a vítima já bastante alterado e gritando, pedindo explicações, momento em que a vítima desligou o telefone. 

O autor ligou novamente, outra pessoa do comitê de campanha atendeu, e informou que a vítima estava em reunião. O autor teria desligado o telefone e falou que iria até o local”, relatou Cãnepa.  

Ainda de acordo com a candidata, no mesmo dia da ligação, Kemp foi até seu comitê, como mais três pessoas, porém era o único alterado.  

“O autor chegou ao comitê alterado e chamando a vítima de cínica. Além disso, no local haviam várias pessoas presentes  e todos pediam que ele fosse embora, mas o autor insistiu em fazer com que a vítima retratasse de tê-lo chamado de demagogo no intuito de pressioná-la a se retratar no grupo”, denuncia em outro trecho.  

Além disso, Cânepa afirma que o candidato a prefeito ainda teria pegado com força no seu braço, porém as lesões não deixaram marca. 

“Os fatos duraram cerca de 40 minutos e foi tudo gravado por uma pessoa integrante da reunião. A vítima apresentou um Pen Drive e cópias do print das mensagens enviadas”, finalizou Cânepa em depoimento.  

Leia abaixo entrevista do Correio do Estado com a candidata.

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A reportagem do Correio do Estado ouviu Karla Cânepa sobre toda a discussão que teve com seu colega de legenda. 

De acordo com Cânepa, o ápice desse imbróglio todo, foi ela questionar e querer investigar a forma de repartição do dinheiro destinado aos vereadores. 

“Eu me senti injustiçada e achei no meu direito de reivindicar e fiscalizar. Eu queria transparência e, por esse motivo, coloquei em um grupo interno, essa questão. Era para tudo ter sido resolvido internamente sem agressões, eu não queria que tivesse chegado a esse ponto. Quando chamei ele de 'demagogo', alguém printou só essa parte da conversa e mandou para ele. Quando Kemp me ligou alterado, eu desliguei o telefone porque estava em reunião e não queria ficar discutindo". 

Cânepa continuou seu relato ao Correio do Estado falando sobre a insistência do candidato em falar com ela. 

"Ele insistiu, e uma das meninas do meu coletivo atendeu e me disse que ele estava vindo aqui, eu respondi, está bem. Porém, Kemp já chegou em mim de forma agressiva, ao contrário das outras três pessoas que estavam com ele. Quando ele falou que estava no limite comigo e pediu para eu fazer uma retratação, eu neguei, foi quando ele ficou mais alterado ainda”, explicou. 

E complementou a informação dizendo “ninguém pode obrigar outra pessoa a fazer aquilo que o outro não quer, pois, ainda vivemos em uma democracia. Após minha negativa, ele ficou ainda mais nervoso foi quando ele segurou no meu braço com força, eu disse a ele para não encostar a mão em mim. Foi quando nós todos pedimos a ele para se retirar daqui, porém ele não nos ouviu.”

Em relação ao vídeo gravado por uma de suas assessoras e divulgado pelo seu irmão, Karla diz que ele não foi produzido de caso pensado, como muito até dentro da legenda estão falando.   

“Gravamos porque vimos o jeito em que ele estava e para nos prevenir. O candidato viu que estava sendo gravado, pois, a moça que fez o material avisou ele e, os assessores dele, também repassaram a informação. Meu irmão só publicou, porque ficou indignado, pois, se eu quisesses, teria divulgado terça (27), quando aconteceu, e não ontem (28). Novamente afirmo, queria que essa nossa discussão fosse enfrentada e até solucionada internamente, mas isso não aconteceu”, lamentou Cânepa.  

Repercussão na família

Segundo a candidata, para ela é difícil tocar no assunto, pois os filhos dela, bem como a mãe, ficaram assustados com a situação. “É delicado eu ficar falando desse assunto e, por esse motivo, demorei a dar entrevista. Minha mãe está muito triste com a situação, pois ela acredita no trabalho que nosso partido faz. Além disso, meus filhos estão indignados e assustados”, expressou. 

Apesar de ser militante do PT há 5 anos, Cânepa afirma que ela e Kemp não se conhecem e, por esse motivo, não nutrem amizade. No entanto, sempre se trataram de forma cordial. 

“Nunca fomos amigos, pois não o conheço pessoalmente, portando não posso dizer que essa atitude é da índole dele. Porém, mesmo sem conhecê-lo, eu fui voluntária na campanha do Kemp para deputado estadual em 2018, pois sempre tive nele muita admiração e por acreditar na história do meu partido no estado. É muito triste acontecer um caso desse dentro do PT, de esquerda e que tem nas suas bandeiras o direito das mulheres em todos os setores da sociedade e, principalmente na política. Fico indignada porque estou sendo julgada, não só pelos companheiros, mas também pelas companheiras, pois esperava mais solidariedade delas em relação a mim”, lamentou. 

E finalizou dizendo que “quando isso acontece dentro do nosso partido, todas se calam, tentam passar o pano e, o feminismo, fica seletivo”

Em nota enviada para a imprensa, Pedro Kemp se defendeu das acusações e afirmou que apenas tentou defender seu nome, em relação das declarações da candidata.

Nota na íntegra 

Em face de um vídeo gravado em torno de uma discussão interna envolvendo a condução da campanha pelo meu partido, tenho a esclarecer o seguinte:

Fui acusado pela candidata a vereadora Karla Cânepa de ser injusto com os candidatos a vereadores da nossa chapa e de promover a distribuição desigual dos recursos partidários, de forma a privilegiar uns em prejuízo dos demais.

A candidata procurou estabelecer no grupo da chapa proporcional um clima de desconfiança em relação a minha pessoa, colocando em dúvida minha conduta moral e questionando minha honestidade.

A candidata, desde o início da campanha, veio reiteradamente fazendo falsas acusações a mim, a outras candidatas e a nossa candidata a vice-prefeita. 

Quanto a mim, agrediu minha honra e minha trajetória, construídas ao longo de 40 anos de militância no movimento dos direitos humanos e de 20 anos de atuação parlamentar, sempre em defesa da justiça e da dignidade das pessoas, em especial dos mais pobres e injustiçados da sociedade.  

Fui escolhido consensualmente pelo Partido dos Trabalhadores como candidato a prefeito de Campo Grande e sempre tratei a todos os candidatos (as) a vereadores de forma fraterna e respeitosa. 

Ciente das acusações inverídicas e difamatórias da candidata, após tentativa frustrada de diálogo via telefone, avisei sua assessoria que iria ao seu encontro. 

Dirigi-me ao seu comitê eleitoral, local público e onde a mesma se encontrava com seus assessores, com o objetivo de esclarecer a verdade. 

Exaltei-me diante das más intenções da candidata, que reafirmava suas falsas acusações, pois durante toda minha vida pública, nunca aceitei injustiças. 

Após feitos os esclarecimentos, inclusive que da parte dos recursos que me cabia opinar fiz a defesa da distribuição igual para todos, pedi desculpas a ela e a todos os presentes pela forma como reagi às suas acusações. 

Fui surpreendido 24 horas depois com esse vídeo editado e mal-intencionado, que omite meu pedido de desculpas e a conclusão da nossa conversa.

Reitero meu compromisso com meus candidatos (as) de partido de prosseguir na disputa eleitoral, defendendo um projeto de uma Campo Grande mais humana, democrática e para todos e todas.   

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

Campo Grande

Riedel, Beto Pereira, Carlão e mais oito vereadores alinham pré-campanha em churrascaria

Carlão que comentou o encontro e disse: "se alinhar o time, o Beto cresce"

19/04/2024 16h59

Beto Pereira saindo de churrascaria onde almoçou com governador e vereadores João Gabriel Vilalba

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O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de Campo Grande, Beto Pereira (PSDB), o governador Eduardo Riedel (PSDB), o presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Carlão (PSB) e outros oito vereadores da Capital alinharam detalhes e estratégias para as eleições deste ano em almoço realizado no restaurante Fazenda Churrascada, no Parque dos Poderes. 

A equipe do Correio do Estado falou com alguns dos políticos na saída do almoço, em que o assunto foi as eleições deste ano. O presidente da Câmara, Vereador Carlão, foi pego de surpresa pela equipe de reportagem do Correio, mas disse que a reunião  “foi boa”. “Foi só para a comida e para desejar ‘boa sorte’ na campanha depois”, disse o presidente da Câmara. 

“A gente estava reunido ali, os vereadores, conversando, porque encerrou agora o prazo de filiação né?”, comentou Carlão. “Foi para almoçar e organizar as coisas para a partir de maio e junho”, disse. 

“Basicamente, cada vereador terá de explicar para o seu time quem é o nosso candidato. Por exemplo, o meu time não sabe, 100% que meu candidato é o Beto. Não pode fazer ainda, mas a ideia é alinhar o time”, afirmou.  

Carlão ainda comentou a ação como estratégia para fazer Beto Pereira crescer nas pesquisas. “Se alinhar o time, o Beto cresce”, comentou.

Além de Carlão, estiveram na reunião os vereadores Professor Juary (PSDB), Papy (PSDB), William Maksoud (PSDB), Zé da Farmácia (PSDB), Otávio Trad (PSD), Clodoilson Pires (Podemos), Ronilço Guerreiro (Podemos), Clodoilson Pires (Podemos), Betinho (Republicanos). Além disso, também estava presente além do governador Eduardo Riedel e de Beto Pereira, o secretário ajunto da Casa Civil, João César Mato Grosso. 

Apresentação de números

O deputado federal e pré-candidato a prefeito da Capital, Beto Pereira, disse que o motivo do almoço foi o fato de esse ter sido o “primeiro encontro depois da janela partidária”. “Todos juntos”, disse ele. 

Segundo ele, foi feita uma análise da pré-campanha e uma apresentação de números. “Foi uma apresentação de números, que mostram um pouco do que a gente está desenhando para esse período agora de pré-campanha”, informou. 

Otávio Trad também comentou o almoço. “Estou no PSD e vamos apoiar o Beto, estou com nosso partido”, afirmou. 

O governador Eduardo Riedel saiu sem falar com nossa equipe.  

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