Fábio Dorta, de Dourados
O prefeito de Dourados Ari Artuzi (PDT) envolveu-se em nova polêmica e, caso seja denunciado, poderá ter problemas novamente com a Justiça. Ao criticar a atuação de seu antecessor Laerte Tetila (PT) e falar sobre obras de recapeamento de asfalto, em entrevista à Rádio Grande FM, no último sábado, o prefeito afirmou que sua administração estava fazendo “serviço de gente branca”.
A declaração motivou dezenas de telefonemas à emissora de ouvintes que se disseram revoltados com o que consideram preconceito racial. “Nós estamos fazendo serviço de gente branca. É serviço de gente”, disse o prefeito. Além de telefonemas, ouvintes também se manifestaram pela internet.
Durante a entrevista, o prefeito, que estava acompanhado do deputado estadual Ary Rigo (PSDB), assessores de comunicação e dos secretários municipais de Educação, Edmílson de Morais, e de Indústria e Comércio, Maurício Peralta, também reclamou das críticas de setores da imprensa à sua administração, afirmando que as pessoas precisam “falar bem da cidade”.
Operação Owari
Artuzi também falou sobre o fato de estar denunciado por causa das investigações da Operação Owari da Polícia Federal. Criticou adversários como o deputado federal Geraldo Resende (PMDB) e o vereador Dirceu Longhi (PT), que é presidente da CPI da Saúde. Ele disse mais uma vez que vai provar sua inocência.
O prefeito disse que Resende era sócio do Hospital Santa Rosa, de propriedade da Família Uemura, cujo arrendamento por parte do município foi o principal objeto das investigações. “Ele era sócio até o ano passado e recebeu parte do aluguel”, afirmou. O deputado garante não ter recebido qualquer dividendo do hospital desde 2002, afirma que não participou de nenhuma decisão administrativa e, junto com outros 33 médicos, vendeu sua cota e se desligou do hospital no ano passado, por não concordar com as decisões tomadas pelos Uemura.
O prefeito lembrou que foi Longhi como secretário de Gestão da administração de Tetila quem assinou o contrato de arrendamento entre a prefeitura e a família Uemura, negociação considerada fraudulenta pela PF e o Ministério Público Estadual (MPE). Ele se referiu ao vereador de forma jocosa. “O vereador ‘fulano de tal’, que era secretário, ele que alugou o hospital e agora tá fazendo CPI. Tem que fazer CPI dele mesmo”, finalizou.