Declarações do presidente Jair Bolsonaro, na quarta-feira (14), em conversas com jornalistas sobre diversas questões, incluindo o ato nacional de filiação promovido pelo PSL, hoje (17), sinalizaram que ele está disposto a não ficar refém do partido. Além disso, deseja manter distância dos oportunistas – como são conhecidos o que foram eleitos na chamada onda bolsonarista – e não quer ser responsável por esse “inchaço” da sigla. Ele também falou sobre a expulsão do deputado federal Alexandre Frota, afirmando que sua participação no episódio foi “zero’’.
Bolsonaro deixou claro, em sua entrevista, que não tem participação nenhuma no ato de filiação a ser promovido neste sábado. Em Mato Grosso do Sul, ele foi usado como ‘’garoto propaganda’’ pela senadora Soraya Thronicke, pelo deputado federal Loester Trutis e pelo deputado estadual Capitão Contar em postagens nas mídias sociais, convidando para o evento em vários municípios. A utilização de sua imagem, ao que tudo indica, foi iniciativa do trio e por certo não do presidente República, que se mostrou categórico ao responder de até se recusou a gravar vídeo conclamando as pessoas para a filiação, o que, sem dúvida, teria um apelo muito forte.
“Não vou gravar. Resolvi não gravar; não entrar na questão político-partidária. Eu sou também presidente de todos os partidos” afirmou ele e, prosseguindo, destacou também que “acho que não tem vantagem nenhuma para nós que estamos no partido e nem para o povo. Não vou participar. Quem quiser se filiar é porque está confiando no partido”, descartando assumir responsabilidades por esse que pode ser considerado ‘’inchaço’’ da sigla. Em outras palavras, Bolsonaro quis dizer que é presidente da República – democraticamente composto de vários partidos - e não de uma agremiação partidária, como muitos querem tentar passar à população.
Bolsonaro fez questão de afirmar, aproveitando sobre o episódio da expulsão do partido do deputado Alexandre Frota, que não está apoiando este ou aquele que se arvora liderança do PSL. Disse que ninguém também o viu “em movimento político partidário por ai. Não estou na campanha de filiação. Estou filiado ao partido, nada mais além disso. Não faço parte da Executiva”. Um recado também foi dado aos que foram eleitos com o peso de seu nome : ”Ninguém tem dúvida: de 54, meia dúzia chegaria (seria eleito por ter musculatura eleitoral), os outros 45 foram em cima de um trabalho que nós fizemos no Brasil todo. Cada um se responsabilize pelos seus atos”. O partido elegeu 52 deputados federais (dois de Mato Grosso do Sul) e quatro senadores (uma cadeira de Mato Grosso do Sul) em 2018.
No caso, as declarações do presidente do República significam que a maioria só conseguiu conquistar cadeiras no Parlamento federal graças mais ao nome Bolsonaro do que pelos seus próprios méritos e que as atitudes dos parlamentares são, portanto, de cunho pessoal e não devem ser atribuídas ao presidente da República.