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Bolsonaro ignora vitória de Biden, nos Estados Unidos, e Brasil fica isolado

Horas depois da vitória do novo presidente norte-americano, Palácio do Planalto e Ministério das Relações Exteriores não se pronunciam

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O presidente Jair Bolsonaro optou neste sábado pelo silêncio após a vitória do democrata Joe Biden na disputa pela Casa Branca contra Donald Trump. 

Horas depois do resultado projetado pela mídia americana em razão do triunfo de Biden no Estado da Pensilvânia, nem o Palácio do Planalto nem o Ministério das Relações Exteriores haviam se pronunciado. A postura do governo brasileiro deixou o País isolado no plano internacional. 

Diversos outros chefes de Estado e de governo reconhecerem a vitória do ex-vice de Barack Obama.

De acordo com fontes do Planalto, Bolsonaro reagiu com "tranquilidade" ao resultado e reforçou que vai esperar um "quadro concreto" para se pronunciar. 

Ainda segundo integrantes do governo, o presidente considerava qualquer pronunciamento "uma afobação" e iria aguardar o término dos processos judiciais movidos por Trump - que não reconhece a derrota e contesta o resultado alegando, sem provas, fraudes no processo eleitoral.

O comportamento de Bolsonaro segue recomendações de sua assessoria para o cenário de vitória com margem apertada de votos e a contestação judicial por parte do aliado, o republicano Donald Trump. 

Esse era o conselho dado ao presidente nesta hipótese. Havia uma preocupação de evitar o que poderia ser considerado uma precipitação na comunicação virtual.

Conforme apurou o Estadão, caso Bolsonaro decidisse romper o silêncio, a Presidência estaria pronta para fazer contato com o vencedor. Porém, não está descartado que Bolsonaro se manifeste apenas via Twitter. 

O chefe do Executivo também pode determinar que o contato seja feito pelo embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Nestor Forster.

Imprensa

Integrantes do Planalto argumentam que nenhum Estado encerrou oficialmente a apuração, e, portanto, a vitória do democrata está sendo declarada pela imprensa. 

O silêncio de Bolsonaro, no entanto, não estava atrelado a uma expectativa de reviravolta nas urnas, mas a uma "prudência" de que a imprensa, alvo frequente de Trump e de Bolsonaro, tenha errado. 

A militância bolsonarista seguia reproduzindo que há fraude no processo eleitoral, o que não tem respaldo das autoridades americanas.

O silêncio de Bolsonaro contrasta com o estilo do presidente, que costuma usar as redes sociais para rebater ou felicitar adversários. Foi o que ocorreu, por exemplo, em 30 de setembro, quando Biden fez críticas à preservação da Amazônia e ameaçou com sanções econômicas o governo brasileiro. 

Bolsonaro não demorou a responder ao democrata nas redes.

Ontem, embora não tenha reconhecido a vitória de Biden, o presidente brasileiro se manteve ativo nas redes sociais. Nos perfis oficiais, comentou o envio de militares em socorro ao apagão no Amapá. Fez, ainda, uma live surpresa nas redes. 

Durante a transmissão, que durou 30 minutos, além de ignorar a eleição americana, disse que não decidiu se vai tentar a reeleição em 2022, pediu a apoiadores para que não desperdicem o voto nas eleições para prefeito e vereador no País, marcadas para 15 de novembro, e lamentou que a América do Sul esteja sendo "pintada de vermelho". 

Hoje, Luis Arce, apoiado pelo ex-presidente Evo Morales, toma posse como presidente da Bolívia

"É um apelo que eu faço. Votem. O pior voto é aquele que é neutro, que é nulo, que é branco. O voto é muito importante. E vocês estão vendo as questões no mundo, como está a política no mundo", disse Bolsonaro, que também pediu votos a candidatos alinhados a ele.

O Estadão entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores e o Palácio do Planalto sobre o resultado das eleições nos EUA, mas o governo não se pronunciou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi uma das primeiras autoridades do Brasil a reconhecer o triunfo do democrata. 

"A vitória de Joe Biden restaura os valores da democracia verdadeiramente liberal, que preza pelos direitos humanos, individuais e das minorias", publicou Maia, minutos após o anúncio pela imprensa dos Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Justiça

STF reafirma que todas as decisões da Corte são fundamentadas

Declaração é em resposta a comitê da Câmara dos Deputados dos EUA

18/04/2024 22h00

Marcelo Casal/ Agência Brasil

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O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nesta quinta-feira (18) que todas as decisões tomadas pela Corte são fundamentadas. A manifestação foi feita após um comitê da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgar notificações do ministro Alexandre de Moraes direcionadas à rede social X, antigo Twitter.

Na quarta-feira (17), os documentos, que estão em segredo de Justiça, foram divulgados pela comissão, que tem parlamentares ligados ao ex-presidente Donald Trump no comando dos trabalhos.

As notificações fazem parte de diversas determinações para retirada de conteúdos considerados ilegais por Moraes. A remoção das postagens são consideradas como censura pelos críticos do ministro.

Ao se manifestar sobre a divulgação do comitê, o Supremo rebateu acusações de que as decisões não foram fundamentadas.  Segundo o STF,  os documentos que foram divulgados são ofícios enviados às plataformas para cumprimento das decisões.

A Corte declarou ainda que todas as partes envolvidas em processos têm acesso à fundamentação das decisões.

"Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação", afirmou a Corte.

A ofensiva contra o Supremo e Alexandre de Moraes nos Estados Unidos começou após o ministro incluir o empresário norte-americano Elon Musk, dono da rede social X, no inquérito que investiga atuação de milícias digitais para disseminar notícias falsas no país.

 

 

Recebidos pagos

Líder da oposição quer lista de presentes recebidos por Lula e Janja em viagens

Segundo Barros, as "mais de 15 viagens" de Lula não proporcionaram "efeitos positivos para o Brasil até o momento", o que justifica o pedido de "fiscalização"

18/04/2024 18h00

EBC

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O deputado federal Filipe Barros (PL-PR), líder da oposição na Câmara dos Deputados, solicitou acesso à lista de presentes recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva (PT) durante as viagens internacionais e nacionais realizadas por eles. O parlamentar argumenta que a situação dos 231 itens recebidos pelo casal do primeiro dia do mandato até 2 de maio de 2023, revelados pelo Estadão, "gera controvérsias".

O requerimento de acesso aos dados, protocolado nesta quarta-feira, 17, solicita ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT), além da lista detalhada de presentes recebidos entre o início do mandato de Lula e o dia 16 de abril de 2024, informações sobre o encaminhamento dado aos itens e os valores gastos com alimentação durante as viagens do presidente. Procurada pelo Estadão, a Secretaria-Geral da Presidência ainda não se manifestou.

Segundo Barros, as "mais de 15 viagens" de Lula não proporcionaram "efeitos positivos para o Brasil até o momento", o que justifica o pedido de "fiscalização" que tem como objetivo o "esclarecimento da situação". Ainda, o deputado menciona a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de auditar o recebimento dos bens dados a Lula em 2023, antes do fim da gestão do mandatário.

Os presentes recebidos pelo presidente são catalogados pela Diretoria de Documentação Histórica, que faz parte do gabinete da Presidência. Em junho de 2023, o órgão admitiu que a lista contendo os bens dados a Lula, sendo 63 deles internacionais, poderia estar incompleta.

Caso das joias

No caso das joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer ilegalmente para o País, o Estadão revelou que diversos servidores foram mobilizados para impedir justamente esta etapa do cadastro. O colar, anel, relógio e o par de brincos de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões eram um presente do príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman al Saud, e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos quando Bolsonaro e a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, voltaram da viagem.

A fim de liberar os presentes, o ex-presidente atuou pessoalmente e ainda acionou três ministérios para forçar a liberação dos itens que estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque Ao todo, foram oito tentativas para que Bolsonaro ficasse com as joias.

A revelação gerou tanto impacto que, em junho do ano passado, Janja e Lula cancelaram um jantar com o príncipe em Paris para evitar a má repercussão causada pelo encontro.

 

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