Política

Desdobramentos

Camila Jara será 'julgada' separadamente por motim na Câmara

Denúncias sobre condutas no episódio foram encaminhadas à Corregedoria Parlamentar, que passará os casos ao Conselho de Ética nos próximos dias

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A deputada federal Camila Jara (PT-MS) terá seu caso analisado separadamente pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em um processo distinto daquele que investiga quatro outros parlamentares acusados de participação no motim que paralisou o plenário nesta semana.

O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu recomendar a suspensão do mandato por seis meses para Camila, Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC) e Marcel van Hattem (Novo-RS). No entanto, a deputada sul-mato-grossense responderá a outra representação, por suposta agressão ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), fato que ela nega.

As denúncias sobre condutas no episódio foram encaminhadas à Corregedoria Parlamentar, que deverá repassar os casos ao Conselho de Ética nos próximos dias. Após sorteio, será definido um relator — que não poderá ser do mesmo Estado ou partido dos investigados. O colegiado é presidido por Fábio Schiochet (União-SC) e tem maioria de integrantes de partidos do Centrão.

Caso a suspensão se concretize, Camila Jara será substituída por Elias Ishy, vereador em Dourados, e Pollon abrirá vaga para Luana Ruiz, ex-secretária adjunta de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura na gestão de Tereza Cristina.

Acusações e defesa de Camila Jara

O episódio que levou à abertura do processo contra Camila ocorreu na noite de quarta-feira (6), quando a oposição ocupou a Mesa Diretora da Câmara para impedir a retomada dos trabalhos após o recesso. Segundo Nikolas Ferreira, a deputada o empurrou durante a confusão; ela afirma que não houve agressão e que apenas o afastou em meio ao empurra-empurra.

Em nota, Camila destacou que sofre tratamento contra câncer, mede 1,60 metro e pesa 49 quilos, e ironizou a acusação de ter “nocauteado” o colega. Ela relatou que reagiu como qualquer mulher reagiria diante de um homem a pressionando em um tumulto. Por causa da repercussão e de ameaças, acionou a Polícia Legislativa e solicitou escolta tanto em Brasília quanto em Mato Grosso do Sul.

Pollon

Pollon foi o último a deixar a cadeira da presidência durante a invasão e, dias antes, chamou Hugo Motta de “bosta” e “baixinho de um metro e 60”. Ele alegou, no entanto, que é autista — diagnóstico feito em 2024 — e que não tinha plena compreensão do que estava acontecendo no momento do motim.

Segundo as representações apresentadas por partidos de esquerda, Zé Trovão tentou impedir fisicamente Motta de reassumir a Mesa. O documento ressalta que a liberdade de expressão parlamentar não autoriza impedir o exercício de funções públicas.

Além das acusações relacionadas ao motim, o Conselho de Ética deve receber mais de 20 representações, incluindo pedidos de suspensão e cassação contra outros deputados, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos.

A obstrução liderada pela oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durou mais de 30 horas e terminou na noite de quarta-feira, 6. Os parlamentares exigiam a votação de três projetos pelos presidentes da Câmara e do Senado.

O colegiado que vai analisar os casos é composto por 21 membros titulares e suplentes, com maioria de partidos do Centrão (MDB, União, PP, PSD, Republicanos e Podemos). O PL tem quatro representantes, seguido pela federação PT-PCdoB-PV com três, enquanto MDB, União, PP, PSD e Republicanos têm quatro cadeiras cada.

Segue a lista completa dos integrantes conforme composição atual da comissão

PL

Titulares:

- Cabo Gilberto Silva (PB)

- Domingos Sávio (MG)

- Gustavo Gayer (GO)

- Marcos Pollon (MS)

Suplentes:

- Delegado Paulo Bilynskyj (SP)

- Fernando Rodolfo (PE)

- Rodrigo da Zaeli (MT)

- Sargento Gonçalves (RN)

Federação PT-PCdoB-PV

Titulares

- Dimas Gadelha (PT-RJ)

- João Daniel (PT-SE)

- Maria do Rosário (PT-RS)

Suplentes:

- Vaga aberta

- Vaga aberta

- Vaga aberta

União Brasil

- Delegado Marcelo Freitas (MG), primeiro-vice-presidente da comissão

- Fabio Schiochet (SC), presidente da comissão

Suplentes

- Fausto Santos Jr (AM)

- Vaga aberta

PP

Titulares:

- João Leão (BA)

- Júlio Arcoverde (PI)

Suplentes:

- AJ Albuquerque (CE)

- Delegado Fabio Costa (AL)

MDB

Titulares:

- Acácio Favacho (AP)

- Ricardo Maia (BA)

- Suplentes:

- Vaga aberta

- Vaga aberta

PSD

Titulares

- Castro Neto (PI)

- Zé Haroldo Cathedral (RR)

Suplentes:

- Vaga aberta

- Vaga aberta

Republicanos

Titulares:

- Albuquerque (RR), segundo-vice-presidente da comissão

- Gustinho Ribeiro (SE)

Suplentes:

- Ricardo Ayres (TO)

- Vaga aberta

Podemos

Titular:

- Nely Aquino (MG)

Suplente:

- Dr. Victor Linhalis (ES)

Federação PSDB-Cidadania

Titular:

- Vaga aberta

Suplente:

- Vaga aberta

PDT

Titular:

- Josenildo (AP)

Suplente:

- Duda Salabert (MG)

- Federação PSOL-Rede

Titular:

- Chico Alencar (RJ)

A reportagem procurou a deputada federal na tarde deste sábado (9), contudo, não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto. 

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Política

Preço para desistir de candidatura é 'Bolsonaro livre, nas urnas', diz Flávio Bolsonaro

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível

08/12/2025 14h26

Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro Agência Brasil / Tânia Rêgo

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse em entrevista à TV Record que o preço para desistir de ser candidato a presidente em 2026 é ter o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), "livre, nas urnas". Flávio afirmou, de acordo com a TV Record, na entrevista que foi exibida neste domingo, 7, que o "preço é justiça com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados, estão dentro de um cativeiro, neste momento, junto com Jair Messias Bolsonaro".

O senador do PL do Rio disse que a escolha pelo seu nome como pré-candidato a presidente é "muito consciente" e "não tem volta" dentro do atual cenário do pai preso e inelegível. "Óbvio que não tem volta. A minha pré-candidatura à Presidência da República é muito consciente", declarou.

Mais cedo, Flávio afirmou que tinha "um preço" para retirar a candidatura e que a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 fazia parte da negociação. O senador do PL, no entanto, disse na ocasião que não era apenas a anistia, sem divulgar quais outras eventuais reivindicações".

Flávio revelou a nova condição para retirar sua candidatura - "Bolsonaro livre e nas urnas" -, ao ser perguntado se a anistia já seria o suficiente para desistir. O senador rejeitou a possibilidade de renunciar à pré-candidatura em favor de outra chapa neste momento. "O nome Flávio Bolsonaro está colocado e não sai", declarou. Jair Bolsonaro cumpre pena após condenação de mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

violência política de gênero

Gleice Jane recebe ameaça de morte e registra boletim de ocorrência

Caso foi registrado como "ameaça" na Depac-Cepol

08/12/2025 08h55

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane

Deputada Estadual de MS, Gleice Jane Reprodução Instagram Gleice Jane

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Deputada estadual de Mato Grosso do Sul, Gleice Jane (PT), compartilhou em suas redes sociais que recebeu ameaça de morte, motivada por violência política de gênero, neste domingo (7), em um aplicativo de mensagens.

A identidade da pessoa que lhe enviou as mensagens não foi revelada.

Com isso, registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC-CEPOL), em Campo Grande. O caso foi identificado como “ameaça”.

“Acabei de registrar um boletim de ocorrência contra uma ameaça que eu recebi no meu WhatsApp, no meu número pessoal, de uma pessoa que me chama de vários nomes que não vou falar aqui e por último diz “você vai morrer”. Dentre as mensagens ele também me manda vários links de pessoas de perfis relacionados a pessoas do PL e dentre as mensagens questionando a minha posição política, pela minha condição de ser mulher e de ser política. Portanto, é uma violência política de gênero", disse.

"Esse movimento da extrema direita de querer negar a nossa existência, de não querer dialogar, de querer impedir que a gente faça parte da política, é esse movimento também que gera violência contra as mulheres e que também é responsável pelo alto índice de violência e de feminicídio aqui no nosso país", complementou.

O Partido dos Trabalhadores (PT) emiti nota de repúdio sobre a ameaça de morte que a deputada recebeu.

“O Partido dos Trabalhadores (PT) de Rio Brilhante, através do presidente, Vítor Alegre, vem a público repudiar veementemente as ameaças de morte e a violência política de gênero sofridas pela nossa companheira Deputada Estadual Gleice Jane. A intimidação e o machismo usados para tentar silenciar mulheres na política são um ataque direto à nossa democracia. É inaceitável que uma parlamentar eleita, que representa a voz popular, seja alvo de tamanha covardia. Exigimos: Rápida e rigorosa investigação das autoridades para identificar e punir os agressores e garantia de segurança para a Deputada Gleice Jane. Estamos em luta contra o ódio e o machismo. Nossa solidariedade é total!”, afirmou, por meio de nota.

O vereador de Campo Grande, Landmark Rios, prestou solidariedade à deputada, por meio das redes sociais.

“Nossa total solidariedade à Deputada Gleice Jane, que foi covardemente ameaçada pelo WhatsApp.
Ataques, intimidações e violência não podem fazer parte da política, nem da convivência na nossa sociedade. Quem luta por justiça social, por direitos e por dignidade não pode ser silenciado pelo medo. Seguiremos firmes, lado a lado, defendendo a democracia, a vida e a liberdade de fazer política com coragem. Gleice não está sozinha”, disse o vereador, em suas redes sociais.

A vereadora de Campo Grande, Luiza Ribeiro, repudiou o ataque à colega.

"Inaceitável a violência política sofrida pela deputada Gleice Jane! Nossa Gleice Jane sofreu violência política de gênero e outras graves ameaças tudo em razão de sua atuação política! Exigimos toda atenção dos órgãos de segurança para rápida apuração e que garantam toda segurança a ela!", compartilhou, em tom de revolta, em suas redes sociais.

Violência política de gênero abrange atos, condutas ou omissões destinados a excluir mulheres do espaço político, ou a impedir/restringir sua participação e atuação. A legislação define essa violência como ações que visam obstaculizar o exercício de direitos políticos por mulheres.

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