Política

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Veja o vídeo na íntegra da Briga entre os petistas Kemp e Karla Cânepa

"Quando o isso acontece dentro da esquerda, o feminismo é seletivo", diz Cânepa

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A reportagem do Correio obteve o vídeo completo, com duração de 36 minutos, da discussão entre o candidato à prefeitura de Campo Grande pelo PT, Pedro Kemp e sua colega de sigla e candidata a vereadora da Capital, Karla Cânepa. A motivação da discussão aconteceu devido à distribuição do fundo partidário destinado a candidaturas de vereadores do partido.

Segundo Cânepa, Kemp teria favorecido alguns, com um montante de dinheiro maior, e preteridos outros, com um repasse menor do que é necessário. Após a candidata o chamá-lo de “demagogo”, em um grupo de WhatsApp destinado a candidatas ao legislativo da capital do partido, Kemp teve acesso à conversa e foi tirar satisfações com Cânepa no comitê de campanha dela. 

Um dos questionamentos da defesa foi que o vídeo foi editado e publicado nas redes sociais, no entanto, o Correio do Estado o obteve a gravação completa para que não retassem dúvidas. A discussão é mais acalorado nos primeiros 15 minutos do vídeo, posteriormente, Kemp continua com o embate, porém de forma mais amena. 

Veja o vídeo na íntegra abaixo:

https://player.vimeo.com/external/473639142.sd.mp4?s=0879a3e629019e222f7acb842a85a180ae27aa2a&profile_id=164&oauth2_token_id=1289434942

Em entrevista ao Correio do Estado, Cânepa afirmou o cerceamento das mulheres, acontece em diversos setores da sociedade, não apenas na política. No entanto, o que ela afirmou doer mais é ver isso acontecer dentro do PT, que entre suas bandeiras, é a defesa dos direitos das mulheres.  

“É muito triste acontecer um caso desse dentro meu partido. Fico indignado que estou sendo julgada, não só pelos companheiros, mas também pelas companheiras, pois esperava mais solidariedade delas em relação a mim. Quando esses casos acontecem com outras pessoas que pertencem a outro espectro político, todas tomamos um posicionamento de repúdio e julgamos quem o fez. Porém, quando isso acontece dentro do nosso partido, todas se calam, tentam passar o pano e, o feminismo, fica seletivo”, lamentou.  

De acordo com Cânepa, o ápice desse imbróglio todo, foi ela questionar e querer investigar a forma de repartição do dinheiro destinado aos vereadores do partido.  

“Eu me senti injustiçada e achei no meu direito de reivindicar e fiscalizar. Eu queria transparência e, por esse motivo, coloquei em um grupo interno, essa questão. Era para tudo ter sido resolvido internamente sem agressões, eu não queria que tivesse chegado a esse ponto. Quando chamei ele de ‘demagogo’, alguém printou só essa parte da conversa e mandou para ele. Quando Kemp me ligou alterado, eu desliguei o telefone, porque estava em reunião e não queria ficar discutindo", explicou.  

Em relação ao vídeo gravado por uma de suas assessoras e divulgado pelo seu irmão, Karla diz que ele não foi produzido de caso pensado, como muito até dentro da legenda estão falando.  

“Gravamos porque vimos o jeito em que ele estava e para nos prevenir. O candidato viu que estava sendo gravado, pois, a moça que fez o material avisou ele e, os assessores dele, também repassaram a informação. Meu irmão só publicou, porque ficou indignado, pois, se eu quisesses, teria divulgado terça (27), quando aconteceu, e não ontem (28). Novamente afirmo, queria que essa nossa discussão fosse enfrentada e até solucionada internamente, mas isso não aconteceu”, lamentou Cânepa.  

Em nota de esclarecimento que Kemp divulgou à imprensa, ele disse que pediu desculpas à candidata, mas também que se sentiu injustiçado pelas ações de Karla Cânepa.

“A candidata procurou estabelecer no grupo da chapa proporcional um clima de desconfiança em relação a minha pessoa, colocando em dúvida minha conduta moral e questionando minha honestidade. Desde o início da campanha, veio reiteradamente fazendo falsas acusações a mim, a outras candidatas e a nossa candidata a vice-prefeita”.

Kemp alegou que tentou contato por telefone com Karla, mas sem sucesso. Por esse motivo, se dirigiu ao comitê da candidata.  

“Exaltei-me diante das más intenções da candidata, que reafirmava suas falsas acusações. Após feitos os esclarecimentos, inclusive que da parte dos recursos que me cabia opinar fiz a defesa da distribuição igual para todos, pedi desculpas a ela e a todos os presentes pela forma como reagi às suas acusações. Fui surpreendido 24 horas depois com esse vídeo editado e mal-intencionado, que omite meu pedido de desculpas e a conclusão da nossa conversa”, continuou.

O PT-Campo Grande também se pronunciou e disse que não apoia nenhum tipo de violência contra as mulheres.  

“Nesse sentido, se une ao pedido de desculpas que Pedro Kemp fez à candidata logo após a discussão, trecho que foi omitido do vídeo editado e amplamente divulgado nas redes sociais.

No pleito de 2020 o Partido dos Trabalhadores apresenta à sociedade uma chapa composta por mais de 50% de candidatas mulheres a vereadora, além da nossa vice-prefeita Eloisa”, disse a entidade, em nota.

“Estamos todas e todos inseridos em um contexto de machismo estrutural, e não vamos nos furtar a reconhecer nossos erros. Mas um único episódio não invalida toda uma trajetória na defesa dos direitos humanos das mulheres”, concluiu.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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