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Eleições 2022

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Com Lula no páreo, xadrez político do Estado deve mudar

Partido do ex-presidente da República já conversa com MDB, PSB e PSD visando disputa no próximo ano

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A anulação das condenações do ex-presidente Lula (PT) no Plenário do STF nesta quinta-feira (15) e a confirmação de sua elegibilidade para 2022 devem trazer à tona novamente a polarização esquerda x direita, como ocorreu nas eleições de 2018. No entanto, nos últimos pleitos municipais esse cenário perdeu força e deu espaço para os partidos de centro.

A volta do ex-presidente ao jogo político pode movimentar peças no tabuleiro político local. Historicamente, é fato que as eleições majoritárias nacionais sempre influenciaram o cenário político nos estados brasileiros. 

De olho nessa articulação para 2022, o PT nacional já iniciou conversas com os partidos de centro MDB, PSD e PSB. Em Mato Grosso do Sul, essa composição pode ter influência nos candidatos postos até agora.

Pelo menos é o que percebe o presidente estadual emedebista, Junior Mochi (MDB). Para ele, existem cinco grupos que pretendem disputar o governo de Mato Grosso do Sul: 

o PSDB, já no Executivo estadual; o DEM, da ministra Tereza Cristina e do ex-ministro da Saúde Luís Henrique Mandetta; o PSD, da família Trad; o MDB, do ex-governador André Puccinelli; e, por fim, o PT, do deputado Pedro Kemp. 

No entanto, ele analisa que, mesmo com Lula de volta ao cenário, a sigla petista pode encontrar dificuldade para crescer até o início das eleições, o que pode obrigá-la a lançar mão de uma candidatura própria local, pensando em um apoio nacional.

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“É natural o PT tentar fazer aliança com partidos de centro, pois só dessa forma pode construir uma campanha robusta para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro. Ele [PT] procurou o MDB e o PSB porque já foram aliados e, caso ajustem as bandeiras, podem, sim, se aglutinar".

"Eu acredito que essa polarização entre Lula e Bolsonaro tende a voltar com força no cenário nacional e muitas candidaturas de uma terceira via possam encontrar dificuldade em se tornarem viáveis. Porém, pelo menos aqui no Estado, eu acredito que essa disputa de dois polos tende a não se firmar, pois já vimos o que ocorreu nas eleições municipais do ano passado, em que o bolsonarismo e o petismo não conseguiram se sobressair em várias cidades de Mato Grosso do Sul, bem como em outras regiões do País".

"Portanto, vejo a esquerda um pouco atrás nessa corrida localmente, porém, eles podem se aproveitar do Lula elegível e viabilizar uma candidatura forte, mas acredito que eles vão compor alguma chapa”, projetou.

Segundo o presidente emedebista, o principal nome trabalhado pelo MDB para concorrer às eleições de 2022 é o de Puccinelli, porém, a sigla tem uma segunda opção, que é a senadora Simone Tebet.

“A parlamentar já nos disse que sua vontade é tentar a reeleição ao Senado, no entanto, colocou-se à disposição caso o ex-governador não queira disputar a próxima eleição”, revelou.

Reserva  

A senadora confirmou ao Correio do Estado a possibilidade de concorrer ao governo de MS, caso o partido necessite dela. Já sobre a conjuntura nacional, agora com o petista elegível, a senadora lamentou a possível volta dessa polarização e afirmou que o desafio do centro é capitalizar os 60% de eleitores que não são favoráveis nem à esquerda nem à extrema-direita, representada pelo bolsonarismo. 

Ao ser perguntada sobre essa tentativa de aproximação do PT com os partidos de centro nos estados, assim como Mochi, ela afirmou que a sigla sempre esteve aberta ao diálogo ao longo da sua história.

“Eu não tenho dúvida de que a volta do ex-presidente Lula muda todo o tabuleiro político nacional. Assim como meu presidente [Junior Mochi], eu não consigo enxergar uma candidatura de esquerda no Estado, mas, sim, uma composição com partidos de centro. De qualquer forma, o MDB não fecha as portas para ninguém: ele terá candidatura ao governo e, por esse motivo, vai dialogar com os partidos. Esse novo cenário político nacional obriga os políticos a saírem de suas zonas de conforto e tentar viabilizar seus acordos indicados para as chapas”, explicou.

Visão petista

Para o presidente estadual do PT, Agamenon do Prado, o foco do partido este ano no Estado é ajudar nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e à crise econômica, agravada por ele. 

No entanto, ele reconhece que essa articulação possa existir nacionalmente, mas o ex-presidente Lula enviou um comunicado a todos os dirigentes estaduais da sigla pedindo ajuda em suas regiões, para viabilizar a aquisição de imunizantes contra a Covid-19. 

“Nós temos que focar energia na vacinação, pois só assim teremos possibilidade de acabar com a doença e fortalecer nossa economia local. No entanto, assim que termina uma eleição, já se começa a discutir a outra – isso é do jogo”, disse.

Sobre a composição em Mato Grosso do Sul com os ditos partidos de centro, o presidente afirmou que é muito difícil uma conversa com MDB e PSD, por exemplo, pois ele entende que as figuras que compõem essas legendas “são de extrema-direita”. 

“Assim como eles, o PSDB também tem essa linha em Mato Grosso do Sul. Desses ventilados, o único que estamos em conversa constante é o PSD, do presidente da Cassems, Ricardo Ayache. Dentro da centro-esquerda temos bons aliados que estão dispostos a construir uma candidatura para o governo estadual. Porém, em política nada pode ser descartado, pois, se nossas bandeiras forem reconhecidas pelos partidos de centro e esse acordo local, seja benéfico à majoritária nacional, podemos compor. Porém, acho quase impossível”, concluiu.

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Itamaraty mostra preocupação com aumento da tensão entre Israel e Irã

Agência iraniana nega ocorrência de explosões no país

19/04/2024 22h00

Fotos: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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O governo brasileiro informou nesta sexta-feira (19) que acompanha, "com grave preocupação", mais um episódio da escalada de tensão entre Israel e o Irã. O posicionamento foi divulgado há pouco pelo Ministério das Relações Exteriores.

Mais cedo, a imprensa internacional informou que foram registradas explosões na província iraniana de Isfahan. De acordo com agências internacionais de notícias, as explosões foram provocadas por Israel em resposta aos ataques iranianos ao território israelense na semana passada.

"O Brasil continua a acompanhar, com grave preocupação, episódios da escalada de tensões entre o Irã e Israel, desta vez com o relato de explosões na cidade iraniana de Isfahan. O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada", declarou o Itamaraty.

De acordo com a pasta, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, transmitiu a preocupação do governo brasileiro pessoalmente ao chanceler do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, durante encontro bilateral ocorrido na manhã de hoje na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

O governo do Irã negou, por meio de sua agência estatal de notícias, a ocorrência das explosões. Segundo a agência Irã Fars News, os sons foram, na verdade, de baterias antiaéreas que dispararam contra “objetos suspeitos”.

Política

Conservador pró-Trump preside comissão dos EUA que divulgou relatório sobre Moraes

Jim Jordan foi citado no relatório do 6 de janeiro e ajudou a fundar ala radical do Partido Republicano

19/04/2024 21h00

Ministro Alexandre de Moraes Reprodução

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O presidente da comissão responsável pela publicação do relatório com decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é aliado de Donald Trump e se define como "um dos membros mais conservadores" do Congresso dos Estados Unidos.

Jim Jordan é um deputado do Partido Republicano e preside a Comissão de Judiciário do Congresso. O grupo divulgou na última quarta-feira (17) um documento que afirma haver censura no Brasil.

A comissão foi criada em 1813 e é responsável por supervisionar o Departamento de Justiça norte-americano e avaliar propostas legislativas. Jordan a chefia desde o ano passado.

Natural de Ohio, tem 60 anos e estudou Economia na Universidade de Wisconsin. Lá foi campeão do torneio universitário de luta livre. É formado em Direito pela Universidade da Capital, em Columbus, Ohio, e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ohio.
Ele está no Congresso dos EUA desde 2007 e ajudou a fundar o Freedom Caucus, do qual foi o primeiro presidente. O grupo aglutina parlamentares da ala mais conservadora do Partido Republicano e tem posições mais à direita em temas como política fiscal e imigração.

Jordan é aliado de Donald Trump. O ex-presidente dos EUA lhe presenteou com a Medalha Presidencial da Liberdade em 2021 e o apoiou na campanha para a presidência da Câmara dos Representantes no ano passado.

Segundo o relatório da comissão responsável por investigar os atos do 6 de janeiro, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, sede do Legislativo americano, o parlamentar foi um "ator importante" para os planos do ex-presidente de reverter o resultado eleitoral que deu a vitória a Biden.
O relatório da comissão diz que o Brasil, via Judiciário, tenta forçar o X (ex-Twitter) e outras empresas de redes sociais a censurar mais de 300 perfis, incluindo o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e do jornalista Paulo Figueiredo Filho.

A assessoria de imprensa do STF afirmou que o documento não traz as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas os ofícios enviados às plataformas para cumprimento delas. "Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes têm acesso à fundamentação.

O relatório não fica restrito ao Brasil. O texto afirma que o presidente Joe Biden força empresas de redes sociais como o Facebook a censurar informações verdadeiras, memes e sátiras, de modo a levar a plataforma a mudar sua política de moderação de conteúdo.
 

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