Política

PAZ

Com Putin, Lula reforça posição em atuar por fim da guerra na Ucrânia

Presidente também diz que Brasil não é quintal dos Estados Unidos

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou ao presidente russo, Vladimir Putin, a disposição do Brasil em atuar pelo fim do conflito em Rússia e Ucrânia.

Lula cumpriu agenda em Moscou nesta quinta (8) e sexta-feira (9) e, disse, neste sábado (10), que a visita ao país “não muda 1 milímetro” o que ele pensa sobre a paz.

“O discurso do Brasil vai continuar exatamente o mesmo. Nós trabalhamos, queremos e torcemos para que essa guerra acabe”, disse, em coletiva de imprensa antes de embarcar para Pequim, na China, onde também faz uma visita de Estado, na segunda (12) e terça-feira (13).

Lula lembrou que a proposta de diálogo está aberta com diversos países e que a guerra só acaba se Rússia e Ucrânia quiserem. “Se um só quiser, não vai acabar”, enfatizou.

“Nós dissemos ao presidente Putin aquilo que a gente vem dizendo desde que começou essa guerra: a posição do Brasil contra a ocupação territorial do outro país. O Brasil faz parte de um grupo de países que, junto com a China criou um grupo de amigos que são 13 países emergentes, e eu disse ao presidente Putin que nós estamos dispostos a ajudar na negociação desde que os dois países que se enfrentam queiram que a gente possa participar da negociação”, explicou.

Lula lembrou, ainda, da situação da Faixa de Gaza, no Oriente Médio. Nesta semana, o gabinete de segurança do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aprovou um novo plano para ampliar a ocupação do território. O governo brasileiro criticou as intenções do governo israelense.

“A única coisa que interessa nesse momento é discutir a volta à normalidade no mundo. Não é só aqui, é na Faixa de Gaza também. Aqui, dois Estados estão em guerra, na Faixa de Gaza é um genocídio, um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças, a pretexto de matar terroristas”, reafirmou Lula.

Para o brasileiro, “é uma loucura” incentivar as guerras. “A Europa está voltando a se armar com medo de guerra, que é uma loucura. Ou seja, nós estamos gastando trilhões de dólares com arma, quando o mundo está precisando que a gente gaste trilhões de dólares com a educação, com saúde e com comida para o povo que está passando fome”, disse, voltando a defender o multilateralismo e a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com a entrada de novos países.

Hoje, esse conselho, com poder de tomar importantes decisões sobre conflitos internacionais, reúne apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido como membros permanentes.

Dia da Vitória

A visita do presidente brasileiro ocorreu no contexto das celebrações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. É o feriado mais importante do país e foi comemorado, na manhã de ontem, com um grandioso desfile cívico-militar.

Lula comentou as críticas de que a celebração foi organizada pelo governo russo como peça de propaganda política para o presidente Vladimir Putin. “Eu acho que seria muito mais fácil as pessoas terem um pensamento positivo do que um pensamento negativo”, disse.

“A Europa inteira deveria estar fazendo festa ontem, o dia da vitória contra o nazismo. Ou seja, eu não vejo qual é a crítica que se possa fazer de um país que perdeu 26 milhões de jovens. Esse país chegou em um momento em que a juventude, praticamente, estava dizimada pela Segunda Guerra Mundial”, acrescentou.

Quintal dos EUA

Durante a conversa com a imprensa, Lula foi questionado sobre a declaração do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, de que o país norte-americano deve “recuperar o seu quintal”, em referência à América Latina.

O presidente afirmou que o Brasil não é quintal dos Estados Unidos e que respeita o país, hoje governado por Donald Trump, com o qual o Brasil tem 200 anos de relações diplomáticas.

“O Brasil não quer ser melhor do que ninguém, mas o Brasil não aceita ser pior do que ninguém. O Brasil, no mínimo, quer ser tratado em igualdade de condições. [...] O Brasil será quintal do Brasil, um país livre e soberano”, disse.

A viagem de Lula ocorre em meio ao acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias do planeta, com a imposição de tarifas mútuas, desencadeada por iniciativa de Donald Trump. Para o presidente Lula, não interessa a ninguém a volta do protecionismo.

“Nós queremos é um comércio mais flexível, mais justo e que a gente possa, inclusive, fazer políticas de favorecimento dos países menores, dos países mais pobres. Discuti isso também com o presidente Putin, vou discutir amanhã com o presidente Xi Jinping e isso vai fazer parte da discussão que nós queremos fazer no nosso querido Brics, em julho no Brasil”, disse.

Neste semestre, o Brasil está na presidência do Brics, que será encerrada com a cúpula de líderes, no Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de julho. Reforma da governança global e desenvolvimento sustentável com inclusão social são algumas das agendas que o país busca promover.

Vantagens do Judiciário

CNJ barra retroativos que inflam salário de juízes; gasto chegou R$ 87 milhões em MS

Decisão assinada por Barroso restringe benefícios sem ordem judicial; gastos com penduricalhos somaram R$ 1,76 bi no país.

20/05/2025 15h07

Luis Roberto Barroso, presidente do STF e do CNJ barrou farra no Judiciário

Luis Roberto Barroso, presidente do STF e do CNJ barrou farra no Judiciário Divulgação STF

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Resolução do presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, que também acumula a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), impede os órgãos do Poder Judiciário de pagar direitos e vantagens de forma retroativa por decisões administrativas.

Os pagamentos retroativos concedidos por decisões administrativas integram parte dos penduricalhos, que ajudam a inflar o salário de magistrados e também de outros membros de carreiras jurídicas, como o Ministério Público, por exemplo.

“Os órgãos do Poder Judiciário somente poderão reconhecer e pagar novos direitos e vantagens com efeito retroativo por força de decisão judicial transitada em julgado, proferida em ação de natureza coletiva ou em precedente qualificado dos Tribunais Superiores”, asseverou Barroso.

Em seu voto, Barroso lembrou que “juízes exercem funções da mais alta responsabilidade e, por isso, devem ser remunerados de forma condigna e constitucionalmente equiparada”, mas que “tem havido reações negativas ao pagamento de direitos e vantagens reconhecidos de forma acumulada, que não raro resultam em pagamentos vultosos”.

“Daí a necessidade de que o CNJ, no exercício do controle administrativo e financeiro dos órgãos do Poder Judiciário, reforce daqui em diante os critérios necessários para a concessão desse tipo de vantagem acumulada”, afirmou.

Penduricalhos

No ano passado, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) gastou pelo menos R$ 87 milhões com pagamentos retroativos, indica levantamento feito em portais da transparência, divulgado primeiramente pelo jornal Gazeta do Povo.

Em todo o Brasil, a soma de gastos com pagamentos retroativos atingiu R$ 1,76 bilhão em 2024. O valor não inclui salários, que se aproximam muito do teto do serviço público, que é de R$ 44 mil por mês.

Juízes federais brasileiros, por exemplo, receberam entre 2020 e 2024, em média, R$ 145 mil de penduricalhos retroativos por decisões de órgãos da própria Justiça. Os pagamentos que engordaram o salário da magistratura federal somaram, nesse período, R$ 332 milhões.

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eleições internas

Riedel tem aprovação de 74,75%, diz Correio do Estado/Ipems

Em Campo Grande, a aprovação foi de 60,70% dos entrevistados enquanto no interior do Estado o governador teve aprovação de 81,46%

20/05/2025 08h30

Governador Eduardo Riedel

Governador Eduardo Riedel Marcelo Victor / Arquivo / Correio do Estado

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Pesquisa realizada pelo Correio do Estado e o Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems) junto a 1.720 eleitores de 53 municípios de Mato Grosso do Sul, no período de 5/5 a 16/5, revela que o governador Eduardo Riedel (PSDB) tem aprovação de 74,75% e reprovação de 25,25% da população sul-mato-grossense.

Na estratificação dos dados, em Campo Grande, a aprovação foi de 60,70% dos entrevistados e desaprovação de 39,30%, enquanto no interior do Estado o governador teve aprovação de 81,46% e desaprovação de 15,54%.

Além disso, de acordo com a pesquisa Correio do Estado/Ipems, Riedel obteve avaliação ótima e boa de 42,32% dos entrevistados, regular-aprova de 32,43%, ruim e péssimo de 13,58% e regular-desaprova de 11,68%.

Também na estratificação dos dados, na Capital, a avaliação ótima e boa foi de 27,49%, a regular-aprova foi de 33,21%, ruim e péssima foi de 27,25% e a regular-desaprova foi de 12,05%.

Já no interior de Mato Grosso do Sul, a avaliação ótima e boa foi de 49,41%, regular-aprova foi de 32,05%, ruim e péssima foi de 7,04% e a regular-desaprova foi de 7,04% dos entrevistados.

A pesquisa tem grau de confiança de 95% e a margem de erro é de 2,36 pontos porcentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados na amostra.

CAMPO GRANDE

O Correio do Estado/Ipems também fez uma pesquisa apenas em Campo Grande, junto a 404 eleitores nas sete regiões urbanas do município, no período de 14/5 a 16/5. Foi revelado que o governador Eduardo Riedel tem aprovação de 60,20% e desaprovação de 39,80%.

Além disso, de acordo com a pesquisa Correio do Estado/Ipems, Riedel obteve avaliação ótima e boa de 27,58% dos entrevistados, regular-aprova de 32,62%, ruim e péssimo de 27,99% e regular-desaprova de 11,68%.

A pesquisa tem grau de confiança de 95% e a margem de erro é de 4,88 pontos porcentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados na amostra.

ANÁLISE

O diretor responsável pelo Ipems, Lauredi Sandim, lembrou que, na primeira pesquisa, o levantamento foi realizado em 53 municípios, que representam 90,47% do eleitorado da população estadual.

Para ele, o motivo de o governador Riedel ter aprovação de 74,75% em vez de um índice maior é a falta de uma marca administrativa. “Hoje em dia, o governador ainda está na fase de elaboração de projetos, e somente a execução de obras que vai alterar realmente essa composição geral na avaliação”, explicou. 

Ele completou que faltam obras que chamem atenção, “emblemáticas mesmo, que marquem a gestão do Riedel”. “Então, é isso daí que faz a administração dele no terceiro ano ter uma avaliação ótima e boa de 42,32%. Se compararmos com outros administradores no mesmo período, como André Puccinelli [MDB] e Reinaldo Azambuja [PSDB], ele ainda está abaixo”, disse.

Sobre a segunda pesquisa, realizada somente em Campo Grande, Sandim disse que se trata de uma outra situação. “Como a cidade está com muitos problemas, a população fica brava com a prefeita, e isso está influenciando na avaliação do governador, pois ele apoiou a reeleição dela”, pontuou, referindo-se ao fato de Riedel ter alcançado só 32,62% de ótimo e bom.

“Ou seja, no Estado, ele tem 74,75% de aprovação, enquanto na Capital o porcentual é de 60,20%, isto é, 14,55 pontos porcentuais a menos. Isso devido à gestão da atual prefeita, bem como pela falta de uma obra que possa marcar a gestão dele na Capital”, concluiu, ressaltando que o Ipems tem 33 anos de mercado. 

Governador Eduardo Riedel

 

Governador Eduardo Riedel

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