Política

Confusão

Conflito e expulsão marcam congresso da Juventude do PT/MS

Evento para eleger nova direção e delegados terminou com retirada de 2/3 dos participantes e acusações de irregularidade

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O congresso municipal da Juventude do Partido dos Trabalhadores (PT) em Mato Grosso do Sul, destinado a eleger nova direção e delegados para o congresso estadual, foi palco de confusão, expulsão e uma retirada em massa de participantes no último domingo (2).

O cerne da crise foi a composição da Comissão Eleitoral, integrada por candidatos em disputa, reunião realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sista).

As imagens que circulam das ocorrências foram obtidas da transmissão ao vivo de Ladielly Souza, assessora da deputada federal Camila Jara e, na ocasião, candidata a uma das vagas em disputa.

Reprodução / Redes Sociais 

O evento contava com a inscrição de duas chapas principais: uma tendo Ladielly Souza como candidata, representando as correntes Construindo um Novo Brasil (CNB) e Articulação de Esquerda, e outra com Natália Braga, pelas correntes Avante PT e Resistência Socialista.

A polêmica surgiu em torno da Comissão Eleitoral, órgão responsável por organizar e fiscalizar o pleito.

De acordo com informações apuradas com os presentes, dois membros dessa comissão eram, simultaneamente, candidatos: a própria Ladielly Souza e Paulo Phelipe, assessor da vereadora Luiza Ribeiro. Paulo Phelipe era o candidato inicial da chapa da CNB/Articulação de Esquerda até a véspera do congresso, quando renunciou e cedeu sua vaga para Ladielly, que já integrava a Comissao Eleitoral.

Diante da situação, o advogado e filiado Carlos Justino, representando a chapa Avante PT/Resistência Socialista, formalizou uma questão de ordem. Ele pediu o cancelamento imediato do congresso, argumentando vício de forma e conflito de interesses devido à presença de candidatos na comissão eleitoral.

A sequência do vídeo feito pela assessora da deputada federal mostra o momento em que a discussão se acirra, culminando com a expulsão de Carlos Justino do local do evento. A medida foi tomada pela mesa organizadora, que rejeitou o questionamento.

Insatisfeitas com a condução do processo e a decisão de manter o congresso mesmo com os questionamentos não resolvidos, a bancada da Avante PT e da Resistência Socialista, que apoiava a candidata Natália Braga, decidiu se retirar coletivamente do local.

Aproximadamente dois terços dos participantes aptos a votar acompanharam a retirada. Segundo um dirigente, a medida “esvaziou o congresso e colocou em dúvida a legitimidade do resultado da eleição que se seguiu”.


“Embora a juventude concordasse, a comissão não concordou com a suspensão do congresso. Parte da juventude se retirou do Congresso, porque candidato não pode ser membro de comissão, assim como membro de comissão não pode ser candidato”, declarou Justino ao Correio do Estado. 

À reportagem, disse que entrará com recurso junto ao diretório estadual do partido para impugnar o pleito, vencido por Ladielly.

Por sua vez, Paulo Phelipe optou por não se pronunciar sobre o ocorrido. "Prefiro resguardar o partido e sua história, vou agir internamente nas instâncias cabíveis para manutenção da ordem, democracia e principios partidários", declarou. 

O Correio do Estado entrou em contato com Ladielly Souza, entretanto não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto. 

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POLÍTICA

Casa Branca vê baixo risco de derrota na Suprema Corte sobre tarifas

A decisão, aguardada para as próximas semanas, pode afetar cerca de US$ 200 bilhões em receitas alfandegárias

16/11/2025 19h00

A lei norte-americana permite ao presidente impor tarifas e outras medidas econômicas em casos de ameaça externa à segurança nacional

A lei norte-americana permite ao presidente impor tarifas e outras medidas econômicas em casos de ameaça externa à segurança nacional Divulgação

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O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que não acredita que a Suprema Corte vá derrubar a autoridade presidencial usada para impor tarifas durante o governo de Donald Trump. A decisão, aguardada para as próximas semanas, pode afetar cerca de US$ 200 bilhões em receitas alfandegárias já cobradas. Segundo Bessent, o tribunal não deve criar um precedente que obrigue Washington a reembolsar importadores.

"Quero dizer isso da forma mais forte possível: esta é uma das políticas de assinatura do presidente Trump. Tradicionalmente, a Suprema Corte não interfere em políticas de assinatura", afirmou Bessent em entrevista ao programa Sunday Morning Futures, da Fox News, neste domingo, 16.

Ele usou a expressão "política de assinatura" para se referir às medidas consideradas marca registrada de governo, aquelas que um presidente adota como pilares de atuação.

O caso em análise na Suprema Corte trata do uso, por Trump, de poderes emergenciais previstos no IEPA, a lei norte-americana que permite ao presidente impor tarifas e outras medidas econômicas sempre que declara existir uma ameaça externa à segurança nacional. Essa é a base legal que o governo usa para justificar parte da política tarifária adotada por Trump.

Bessent afirmou que as tarifas foram determinantes para avanços em acordos comerciais recentes, citando negociações com a China sobre terras raras e medidas contra o tráfico de precursores químicos usados na produção de fentanil. "Ninguém havia conseguido levar a China à mesa nesses temas", disse.

O secretário questionou a viabilidade de um eventual reembolso bilionário a empresas importadoras caso a Suprema Corte decida contra o governo. Ele argumentou que parte dos exportadores estrangeiros já concedeu descontos para compensar as tarifas, e uma devolução poderia gerar ganhos duplos para importadores. "Se o tribunal fizesse isso, como esse dinheiro chegaria ao consumidor? E se os exportadores já deram grandes descontos? Então você daria um reembolso sobre a tarifa. Eles estariam ganhando dos dois lados", afirmou.

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Política

Alckmin: corte tarifário dos EUA é positivo, mas distorções persistem

Governo Trump retirou taxa global de 10% para cerca de 200 produtos

15/11/2025 20h00

Vice-presidente Geraldo Alckimin

Vice-presidente Geraldo Alckimin Foto: Divulgação

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A decisão dos Estados Unidos de reduzir tarifas de importação sobre cerca de 200 produtos alimentícios é “positiva” e representa “um passo na direção correta”, disse neste sábado (15) o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele, no entanto, destacou que a permanência da sobretaxa de 40%, aplicada exclusivamente ao Brasil, cria distorções e continua um obstáculo relevante para as exportações nacionais.

"Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% [pontos percentuais] a menos. Só que, no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto. Você teve um setor muito atendido que foi o suco de laranja. Era 10% e zerou. Isso é US$ 1,2 bilhão [a mais nas exportações]. Então zerou, ficou sem nenhum imposto", declarou Alckmin.

Ele destacou, entretanto, que alguns produtos de países concorrentes, como o café do Vietnã, obtiveram reduções mais amplas. "O café também reduziu 10% [pontos percentuais], mas tem concorrente que reduziu 20% [pontos percentuais]. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade", acrescentou o vice-presidente.

A declaração, no Palácio do Planalto, ocorreu após o governo norte-americano anunciar, na noite de sexta-feira (14), a retirada da tarifa global, conhecida como “taxa de reciprocidade”, criada em abril deste ano. Para os países latino-americanos, essa tarifa estava em 10%. No entanto, como a alíquota adicional de 40% aplicada em julho aos produtos brasileiros continua em vigor, tarifas sobre itens como café, carne bovina, frutas e castanhas caíram de 50% para 40%.

Avanços

Segundo Alckmin, a medida reflete avanços diplomáticos recentes, incluindo conversas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente Donald Trump, em outubro, e reuniões entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

"A última ordem executiva do presidente Trump foi positiva e na direção correta. Foi positiva. Vamos continuar trabalhando. A conversa do presidente Lula com Trump foi importante no sentido da negociação e, também, a conversa do chanceler Mauro Vieira com o secretário Marco Rubio", comentou.

O vice-presidente também ressaltou que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial bilateral, exportando mais do que compra do Brasil. 

“O Brasil não é problema, é solução”, declarou.

Impacto nas exportações

Com a retirada da tarifa global, informou Alckmin, aumentou de 23% para 26% o volume das exportações brasileiras para os Estados Unidos isentas de sobretaxas, o equivalente a aproximadamente US$ 10 bilhões. A mudança ocorre após os meses seguintes ao chamado “tarifaço”, período em que o déficit brasileiro na balança comercial com os EUA cresceu 341% entre agosto e outubro.

Os efeitos variam por setor:

Suco de laranja: teve a tarifa de 10% zerada, beneficiando um setor de US$ 1,2 bilhão.
Café: alíquota caiu de 50% para 40%. O Brasil exportou US$ 1,9 bilhão em 2024, mas as vendas recuaram 54% em outubro na comparação anual.
Carne bovina e frutas: tarifas reduziram de 50% para 40%; ganho considerado limitado devido à sobretaxa remanescente.
Posição dos Estados Unidos
O governo norte-americano justifica a redução tarifária como parte de um esforço para conter a inflação de alimentos e equilibrar a oferta interna. Em pronunciamento, Trump disse que o ajuste foi “um pequeno recuo” e afirmou não considerar necessárias novas reduções de tarifas no curto prazo. Ele declarou ainda esperar queda nos preços de produtos como o café.

Outros avanços

Alckmin também lembrou progressos recentes nas negociações comerciais. O vice-presidente citou a retirada da tarifa global de 10% e da sobretaxa de 40% sobre o ferro-níquel e a celulose, em setembro. Também destacou a redução de 50% para 40% em madeira macia e serrada e de 50% para 25% para armário, móveis e sofá, decidida no início de outubro.

No caso da madeira e dos móveis, os Estados Unidos decidiram reduzir a alíquota com base na Seção 232 da Lei de Comércio local,  sob o argumento de que pretendem proteger a segurança comercial do país. Nesse caso, as reduções abrangeram todo o planeta, não alterando a competitividade entre os países.

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