Política

Falta de consenso

CPI da JBS pode acabar em
pizza na Assembleia Legislativa

Deputados não se entendem sobre quem investigar acusações de pagamento de propinas

Adilson Trindade e Izabela Jornada

14/06/2017 - 05h00
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A CPI da JBS na Assembleia Legislativa pode acabar em pizza por causa do impasse provocado com a falta de consenso sobre quem será investigado. O PT se uniu ao antigo rival PMDB para livrarem os ex-governadores José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, e André Puccinelli (PMDB) da apuração sobre eventuais vantagens obtidas nas concessões dos incentivos fiscais como foram delatados por Wesley Batista, um dos donos da JBS. Os deputados querem centrar apenas nas acusações contra o atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB) por ser um dos prováveis beneficiários de propinas da empresa. André e José Orcírio também foi citados por Wesley.

Até ´fiel´aliado de Azambuja, deputado Zé Teixeira (DEM) é contra a inclusão de José Orcírio e André Puccinelli nas investigações da CPI. Ele defende apenas apuração sobre a denúncia contra o atual governador. “Ex-governadores não fazem parte do objeto. Tem que investigar o que está acontecendo agora”, disse o parlamentar do DEM. “Não tem nada a ver pegar ex-governadores, isso foge do lapso temporal”, ressaltou Teixeira.

Mas a base governista apoia a inserção de Zeca e Puccinelli. “Sei que não faz parte do lapso temporal, mas faz parte do objeto, pois os nomes deles foram citados”, lembrou o líder do Governo, deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB). 

Reportagem completa está na edição de hoje do Correio do Estado.

COREIA DO SUL

Com boicote de governistas, presidente da Coreia do Sul escapa de impeachment

O presidente da Assembleia afirmou que o número de votos não atingiu quórum necessário, inviabilizando o impeachment

07/12/2024 14h30

Foto: Gabinete Presidencial / Divulgação

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O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, escapou de um impeachment neste sábado (7), depois que a oposição não conseguiu reunir apoio suficiente para removê-lo do cargo dias após uma tentativa de autogolpe no país asiático.

Os deputados do governista PPP (Partido do Poder do Povo), ao qual pertence Yoon, boicotaram a sessão —entre os 108 aliados do presidente, apenas três congressistas, Ahn Cheol-soo, Kim Yea-ji e Kim Sang-wook, permaneceram no plenário, segundo informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O presidente da Assembleia afirmou que o número de votos não atingiu quórum necessário, inviabilizando o impeachment —nesse cenário, a oposição obtinha apenas 195 votos dos 200 necessários para que o afastamento fosse aprovado. "Declaro que a votação sobre o tema não é válida", disse Woo Won-shik.

"O povo sul-coreano estava observando nossa decisão hoje. Nações ao redor do mundo estavam nos observando. É totalmente lamentável que a votação efetivamente não tenha ocorrido", disse Woo Won-shik, em fala publicada pelo jornal The New York Times.

Do lado de fora, uma multidão ocupava o entorno da Assembleia Nacional, na região oeste de Seul, para pressionar pela aprovação do impeachment.

Trens de metrô foram proibidos de parar a duas estações de distância. Não era possível andar na entrada para o prédio, mas o público acompanhava os bordões aos gritos e hits sul-coreanos.

Durante a votação, houve passeata ao redor do terreno da Assembleia. Outros manifestantes cantavam e dançavam para se aquecer. Às 19h15 (7h15 no horário de Brasília), a temperatura registrada era de 0ºC.

O amplo gramado estava inacessível, bloqueado por carros e ônibus distribuídos pelo espaço para impedir helicópteros —que, na terça, trouxeram soldados na tentativa de invadir o prédio, quando Yoon declarou lei marcial na Coreia do Sul.

"Yoon preso!", gritavam os manifestantes, puxados por animadores que ficavam no palanque e eram reproduzidos em telões quarteirão após quarteirão.

A oposição precisava de pelo menos oito votos do PPP para alcançar a maioria de dois terços necessária para aprovar o impeachment. Os parlamentares deixaram a Assembleia sob gritos de manifestantes que estavam nos arredores. Quando o debate sobre a moção de impeachment começou, a oposição leu os nomes dos membros do PPP que haviam deixado a votação.

Woo Won-shik, então, pediu que os parlamentares do PPP retornassem e afirmou que a votação teria o prazo de até 12h48 de domingo (0h48 no horário de Brasília) para ser concluída —mais tarde, porém, decretou a falta de quórum.

O principal membro da oposição da Coreia do Sul, o Partido Democrático, disse vai propor nova moção de impeachment em 11 de dezembro, a ser colocado em votação em 14 de dezembro, de acordo com a Yonhap. Já o PPP, de Yoon, disse que encontraria uma maneira "mais ordeira e responsável" de resolver a crise do que realizar o impeachment do presidente.

A estudante de administração Hyunseo Lee, 20, disse à Folha acreditar que os protestos seguiriam, no entanto."O presidente Yoon ainda tem quase dois anos" de mandato, disse ela, acrescentando que não achava que a população permitiria que ele seguisse no poder.

A pianista Eunhye Chung, 41, foi uma das que se comprometeu a voltar a protestar. "Vim aqui para destituir o presidente. [Com o adiamento do impeachment], ele pode tentar uma nova lei marcial ilegal."
Horas antes da votação, na manhã de sábado no horário local (noite de sexta em Brasília), Yoon pediu desculpas em um comunicado à nação pela TV, em sua primeira fala após a deflagração da crise. Apesar de grande expectativa em torno de uma possível renúncia, disse que agiu motivado por desespero e que não declararia nova lei marcial.

Antes da votação do pedido de impeachment, os parlamentares governistas já haviam conseguido rejeitar um pedido de investigação especial contra a primeira-dama Kim Keon-hee, envolvida em suspeita de corrupção por ter recebido uma bolsa Christian Dior no valor de cerca de 3 milhões de wons (cerca de R$ 11 mil) de um pastor.

Se tivesse sido bem-sucedido, o impeachment abriria caminho para eleições presidenciais em até 60 dias, desde que a Corte Constitucional chancelasse a decisão dos deputados. Agora, o futuro político do país é incerto, e a Coreia do Sul pode mergulhar em caos, como preveem deputados da oposição.

Se resistir à pressão por sua renúncia, que deve aumentar nas ruas agora que o Legislativo não foi capaz de remover o presidente, Yoon governará até 2027 —sem possibilidade de reeleição, que não é permitida pela Constituição sul-coreana.

Nos dias que se seguiram à tentativa de golpe, o líder da bancada governista no Legislativo, o deputado Choo Kyung-ho, havia dito que se esforçaria para tentar barrar um impeachment, mas que isso não significava concordância com a "lei marcial inconstitucional" de Yoon. Choo também teria pedido que o então presidente deixasse o partido.

Apesar dessas sinalizações, analistas avaliam que o Partido do Poder do Povo preferiu lidar com a impopularidade de Yoon até as próximas eleições, no lugar de aprovar o impeachment e praticamente selar uma derrota de seu candidato no pleito que teria que ser convocado para o início de 2025.

Yoon declarou lei marcial na Coreia do Sul na noite de terça-feira (3) pelo horário local, a primeira vez que uma medida assim foi tomada desde o fim da ditadura do país em 1987. O texto suspendia atividades políticas e liberdades civis e levou militares às ruas de Seul, que chegaram a invadir o Parlamento, mas recuaram.

A medida, classificada como tentativa de autogolpe pela oposição e analistas, foi uma tentativa de Yoon de amordaçar a oposição, com quem vive uma disputa política no Legislativo. Impopular e alvo de acusações de corrupção, Yoon perdeu as eleições legislativas em abril deste ano e governava sem maioria no Parlamento.

"Eu declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas da Coreia do Norte, para erradicar as desprezíveis forças antiestatais pró-Coreia do Norte que estão pilhando a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a ordem constitucional", havia dito o presidente ao anunciar a medida.

A crise ocorreu em um momento de grave tensão com a Coreia do Norte, com o ditador Kim Jong-un elevando a tensão e retórica militarista. Kim assinou um polêmico acordo de defesa mútua com a Rússia de Vladimir Putin e enviou soldados para lutar na Ucrânia, de acordo com a Otan, a aliança militar ocidental.

A lei marcial foi rejeitada por unanimidade na madrugada de quarta (4), tarde de terça no Brasil, em uma votação sem participação de parlamentares governistas, que ademais também se manifestaram contra a medida.

Enquanto a votação acontecia, milhares de sul-coreanos enfrentaram a temperatura em torno de 0ºC para protestar contra Yoon do lado de fora da Assembleia Nacional e pedir a prisão do presidente. A pressão veio de dentro e de fora: tanto o seu partido quanto os Estados Unidos, principal aliado de Seul, pediram que ele acatasse a lei. Mais tarde, a Casa Branca expressou alívio com a decisão.

Ex-promotor de Justiça que se tornou estrela no país, Yoon Suk Yeol foi eleito em 2022 com uma plataforma conservadora no pleito mais apertado da história coreana, com apenas 0,73% dos votos à frente do segundo colocado.

Yoon entrou formalmente para a política partidária menos de um ano antes de chegar à Presidência, mas abalou as estruturas de poder sul-coreanas, tanto com o impeachment e a prisão da ex-presidente Park Geun-hye quanto com suas propostas controversas.

Sua trajetória chegou a ser comparada, no Brasil, à do ex-juiz, ex-ministro da Justiça e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

Além de terem passado a maior parte da carreira no Judiciário, atuaram em casos que terminaram no impeachment de uma presidente em 2016 —no Brasil, de forma indireta, já que a Operação Lava Jato custou a popularidade da ex-presidente Dilma Rousseff, mas não foi a causa oficial de sua saída do governo.

Yoon liderava a equipe de investigação dos crimes que levaram ao afastamento da primeira mulher presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, presa e condenada em 2018 a 24 anos de prisão por uma série de violações envolvendo corrupção e abuso de poder.

Libertada após um indulto presidencial em 31 de dezembro de 2021, tornou-se aliada do hoje presidente.

ENTREVISTA

"O Legislativo é um Poder independente, mas os Poderes podem ser harmônicos também"

Ainda durante a entrevista, Carlão revelou que pretende sair candidato a deputado federal nas eleições gerais de 2026 para ajudar a fortalecer o PSB na Câmara dos Deputados

07/12/2024 09h00

Vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, presidente da Câmara Municipal

Vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, presidente da Câmara Municipal Foto: Izaias Medeiros

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O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, concedeu uma entrevista exclusiva ao Correio do Estado e fez um balanço do seu último ano à frente da Casa de Leis. 

Ele revelou que espera fazer o seu sucessor para o cargo, que, no caso, seria o vereador Papy (PSDB). Além disso, comentou sobre a campanha de reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP) e a respeito dos gargalos do município. 

Carlão também revelou que, em 2026, vai sair candidato a deputado federal para reforçar o PSB na Câmara dos Deputados. 

“A gente tem que pegar mais ex-prefeitos e ex-vereadores do interior para a gente fazer uma chapa forte e, dessa forma, eleger um deputado federal”, declarou.

O vereador ainda deu conselhos para os parlamentares de primeiro mandato: “Pela experiência que eu tenho, gostaria de dizer aos vereadores de primeiro mandato que eles têm de trabalhar sempre com um mandato de entrega e que chega até as pessoas”. Confira a seguir.

Qual o balanço que o senhor faz desse último ano como presidente da Câmara Municipal de Campo Grande?

Olha, neste último ano, como presidente, nós implantamos a TV Câmara e o painel digital. Também chamamos mais cinco pessoas que participaram do concurso, que estavam aptas a serem convocadas. Fizemos ainda várias audiências públicas, discutindo todos os temas inerentes à sociedade campo-grandense. Tivemos uma participação ativa nas indicações e fizemos em torno de 9 mil indicações, entre ofícios, indicações e pedidos para atender à sociedade de Campo Grande.

Além disso, organizamos também a Câmara para disputar as eleições municipais deste ano sem ter nenhum problema com a Justiça Eleitoral. Enfim, foi um ano de realizações em que a Casa de Leis participou ativamente de algumas ações e reivindicações perante o Poder Executivo. Das nossas emendas, 40% foram liberadas e atendidas em prol da sociedade.

Então, o balanço que eu faço de 2024 é um balanço muito bom. Poderia ser ótimo? Poderia ser ótimo, mas algumas coisas dependem do Executivo, mas a Câmara, como um todo, esteve à frente de todos os debates, participou ativamente da fiscalização através de requerimentos, pedidos, ofícios e também fez as indicações e leis. São vários projetos de leis aprovados para atender à sociedade, portanto, o balanço que eu faço é um balanço muito bom, um balanço quase ótimo das atividades do Legislativo.
 

O senhor acredita que até a semana que vem a questão da sua sucessão na Casa de Leis estará resolvida?

A sucessão da presidência da Câmara Municipal depende muito dos vereadores. A maioria já entendeu que o vereador Papy [PSDB] é o melhor nome. E é uma pessoa que vai dar a governabilidade necessária que o Executivo precisa, mas não abrindo mão da independência da Casa de Leis. O Legislativo é um Poder independente, mas os Poderes podem ser harmônicos também, buscando sempre a harmonia para chegar ao mandato de entrega, ao mandato de realizações, para atender a sociedade.

Portanto, eu acredito que, aos poucos, o Papy está consolidado como presidente. Não é o presidente de partido, de um ou de outro, mas o presidente de todos. Vamos fazer, vou torcer para ser chapa única e o Papy vai fazer uma boa gestão, vai cuidar do Legislativo e vai também dar uma atenção especial aos projetos que forem de interesse da sociedade e sempre abrindo para o debate e para o diálogo. Eu estou apoiando o Papy e, com certeza absoluta, nós vamos ganhar essa eleição da mesa.

Como foi a sua reeleição para vereador? Foi mais complicada do que nos pleitos anteriores?

A minha reeleição foi tranquila. Eu fiquei 12 dias sem poder fazer reuniões, porque tive um problema de saúde. Tinha mais de 30 reuniões marcadas e tive de adiar, devido a esse problema de saúde. Entretanto, foi um trabalho consolidado que nós tivemos aí durante os quatro anos.

A minha candidatura já é, pela segunda vez, uma das mais votadas da Câmara. Na eleição de 2020, por exemplo, eu perdi para o vereador Thiago Vargas [PP], que veio como o novo e foi o mais votado. E agora eu perdi para o Marcos Trad [PDT], que foi deputado estadual e duas vezes prefeito de Campo Grande, e para o Rafael Tavares [PL], que era ex-deputado estadual e foi cassado recentemente.

Porém, mais de 12 vereadores candidatos, dos 28 vereadores que saíram à reeleição, eu fui o mais votado pela segunda vez, 2020 e 2024. Então, foi uma eleição tranquila, e eu deixei para a população julgar o nosso trabalho. Os eleitores julgaram positivamente, nos dando o quinto mandato e a terceira posição no ranking dos eleitos.

Reeleito para mais quatro anos, quais são os seus projetos?

O nosso projeto é sempre estar ao lado da sociedade e fazer com que realmente termine essas obras paradas, bem como fazer com que os serviços públicos cheguem até a sociedade, principalmente nas áreas da saúde e assistência social. E eu vou estar ali cobrando, reivindicando, para que o nosso mandato seja melhor do que o atual em termos de resultado. Com certeza absoluta, o quinto mandato será melhor do que o quarto.

Qual a avaliação que o senhor faz sobre a reeleição da prefeita Adriane Lopes?

Sobre a reeleição da Adriane Lopes [PP], ela pegou o mandato em andamento e, no seu último ano, agora, 2024, deu uma aprimorada, principalmente na atenção básica dos serviços públicos, tipo recapeamento das ruas asfaltadas, atendeu bem aquela questão da favela do Mandela. Ela ainda estava andando bastante, enfrentando aquela questão da Avenida Ernesto Geisel, entre outros temas.

Além disso, o candidato Beto Pereira [PSDB] foi muito mal no primeiro turno e, no segundo, a candidata Rose Modesto [União Brasil] perdeu a mão ao começar a atacar Adriane. Já a prefeita demonstrou para a população que estava querendo trabalhar e, aí, o povo de Campo Grande deu esse voto de confiança, permitindo que a Adriane administre a cidade por mais quatro anos.

Ela demonstrou credibilidade de que realmente vai desenvolver o que prometeu. Mas uma das coisas mais importantes que ela ganhou no segundo turno foi a parceria do governador Eduardo Riedel [PSDB] e, somando com a força da senadora Tereza Cristina [PP], deixou a reeleição dela praticamente encaminhada. 

Para o senhor, quais são os gargalos que precisam ser solucionados em Campo Grande?

O maior gargalo que eu vejo para a Prefeitura de Campo Grande resolver é essa questão da saúde pública, principalmente a parte dos exames médicos, da atenção básica e da falta de leito hospitalar. Hoje, nós temos várias pessoas que ficam de seis a sete dias nos postos de saúde aguardando vaga em uma Unidade de Tratamento Intensivo [UTI] ou em um Centro de Tratamento Intensivo [CTI], e todos sabem que um infarto ou um acidente vascular cerebral [AVC] não esperam.

Se a pessoa não for socorrida rapidamente, ela perde a vida ou fica com sequelas para o resto da vida. Por isso, na minha opinião, a saúde pública é o principal gargalo da nossa cidade. Na habitação popular, nós também precisamos melhorar, pois há vários anos não entregamos mais moradias para a população mais carente.

Além disso, na área social, o centro de Campo Grande está cheio de moradores em situação de rua e, para isso, teremos de encontrar uma solução. A respeito das obras paradas na parte de infraestrutura urbana, nós temos de melhorar muita coisa e, aí, a Câmara tem de ajudar a prefeita, que tem bons projetos e está preocupada com isso. Por isso, o que depender da Câmara e do vereador Carlão, a gente vai estar junto.

Qual a opinião do senhor a respeito do papel da Câmara Municipal neste segundo mandato da prefeita Adriane Lopes?

Olha, o papel da Câmara é importante, pois o Poder Legislativo não pode abrir mão das suas prerrogativas, mas tem que, com a prefeita Adriane Lopes, com o Poder Executivo, ajudar a solucionar os problemas da cidade. Campo Grande tem problemas gravíssimos, como as enchentes, as obras paradas, a saúde, a área social e a infraestrutura urbana nos bairros. Nós temos aí a manutenção das praças, das ruas e dos parques. Eu penso que a Câmara tem que estar ativamente cobrando e ajudando a solucionar esses problemas.

Em 2026, teremos mais uma eleição. O senhor pretende sair candidato a deputado federal ou estadual?

Nas eleições de 2026, eu pretendo sair candidato a deputado federal. Se o partido precisar de mim, eu estou pronto para disputar a eleição para deputado federal e ajudar a legenda a crescer e ter uma bancada federal mais forte. E nós vamos organizar uma chapa para isso, pois temos que ter nove candidatos fortes, incluindo do interior. O PSB já tem o Chicão Viana, que é vereador em Corumbá também e pretende sair candidato. A gente tem que pegar mais ex-prefeitos e ex-vereadores do interior para a gente fazer uma chapa forte e, dessa forma, eleger um deputado federal.

Qual o conselho que o senhor deixa para os vereadores eleitos para o primeiro mandato?

Pela experiência que eu tenho, gostaria de dizer aos vereadores de primeiro mandato que eles têm de trabalhar sempre com um mandato de entrega e que chega até as pessoas. Eles têm de ser o despachante dos problemas da sociedade, sejam eles em nível municipal, estadual e até federal. Então, eu penso que os vereadores novatos precisam ser aquele elo entre o povo e o Poder Executivo.

Agora, o conselho que eu dou para eles é sempre construir. Se forem da base da prefeita, precisarão mostrar resultados, se forem oposição, que façam uma oposição construtiva, mas nunca abandonem as próprias bases, nunca abandonem os parceiros e sempre trabalhem em prol da cidade, não de um único grupo.

Para finalizar, o senhor acredita que os próximos anos serão de pleno desenvolvimento para Campo Grande?

Eu penso que, se fizer um ajuste na máquina administrativa e a política financeira nacional e estadual ajudar, fazendo com que o nosso PIB [Produto Interno Bruto] apresente um crescimento, Campo Grande pode voltar a se desenvolver e a crescer.

As cidades do entorno de Campo Grande estão crescendo bastante, como Sidrolândia e Ribas do Rio Pardo, e a nossa Capital precisa que em 2025 retome o pleno desenvolvimento.

Agora, precisamos que a prefeita enxugue a máquina administrativa e faça parcerias com o governo do Estado e com a União para que tenhamos grandes obras para impactar economicamente o nosso município, tipo o macroanel rodoviário, os viadutos necessários, mais casas populares e uma boa lei de atração de investimentos privados, para que novas empresas venham para Campo Grande, gerando mais emprego e renda. Eu acredito que Campo Grande volta a crescer e se desenvolver bem forte mesmo, estou muito esperançoso, confiante e otimista.

Perfil - Carlos Augusto Borges

Natural de Pedro Gomes (MS), onde passou parte de sua infância e adolescência, Carlão mudou-se para Campo Grande no fim dos anos 1970 e iniciou sua luta em favor dos movimentos populares. Casado, pai de três filhos, ele foi morador do Jardim Campo Verde (antigo corredor do Bairro Nova Lima), por mais de 30 anos. Atualmente, mora no Coronel Antonino e está em seu quarto mandato como vereador.

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