Política

Aditamento

Cunha recebe principal pedido de impeachment contra Dilma

Cunha recebe principal pedido de impeachment contra Dilma

Folhapress

17/09/2015 - 12h36
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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu nesta quinta-feira (17) o aditamento ao principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff.

Com a presença de dissidentes da base governista, dos principais líderes das bancadas de oposição e de líderes de movimentos de rua pró-impeachment, a entrega do documento pelo jurista Miguel Reale Jr. e por uma filha do ex-fundador do PT Hélio Bicudo, que representou o pai, foi seguida por discursos contra Dilma e o governo.

Adversário declarado do governo, Cunha abriu seu gabinete para o recebimento do documento. A imprensa foi liberada para acompanhar o ato na sala da presidência da Câmara, medida que nem sempre acontece nesse tipo de situação.

Todos os outros pedidos de impeachment -inclusive o original de Bicudo, que foi devolvido para correções formais- foram apresentados nos departamentos técnicos da Câmara.

Cunha negou que a atitude tenha sido diferente da que adota quando lideranças da Casa ou movimentos sociais solicitam. "Recebi em audiência os líderes que me pediram audiência. Aqui recebo a todos. Os movimentos já vieram aqui várias vezes e todas as vezes que vieram e me pediram, eu recebi", justificou.

"Lutamos contra a ditadura dos fuzis, agora lutamos contra a ditadura da propina", discursou Reale Jr. logo após passar às mãos de Cunha o aditamento. O advogado defende que irregularidades cometidas em mandato anterior são passíveis de serem usadas para questionar o atual mandato de Dilma.

O jurista vinha elaborando já faz algum tempo parecer para embasar um pedido de impeachment encabeçado pelo PSDB de Aécio Neves. A oposição, porém, decidiu encampar o pedido de Bicudo.

Em sua fala, a filha do ex-petista, Maria Lúcia Bicudo, cobrou ética e coerência. "Basta de mentiras."

Também estiveram no ato na presidência da Câmara líderes do Vem pra Rua (Rogério Chequer), do Movimento Brasil Livre (Fernando Holiday) e NasRuas (Carla Zambelli). Em suas falas, eles cobraram pressa de Cunha na análise do pedido contra a petista e ainda criticaram os deputados que não apoiam a saída de Dilma.

"A história haverá de cobrar dos senhores a covardia, o esconderijo. Tenho certeza que muitos outros ainda perceberão o que o povo quer, e que é a saída do PT", afirmou Holiday.

FUNÇÃO INSTITUCIONAL
Cunha fez um discurso protocolar, de que cumprirá sua função institucional. Ele procurou não demonstrar reação aos fortes discursos anti-PT e anti-Dilma. Um dos poucos momentos em que sorriu foi quando o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) afirmou que a gravata do peemedebista, de uma cor verde viva, trazia muita "esperança" aos oposicionistas.

Além do Solidariedade, o ato foi encorpado pelo PSDB -Reale e a filha de Bicudo chegaram à Câmara trazidos pelo líder da bancada tucana, Carlos Samapaio (SP), e pelo líder da oposição na Casa, Bruno Araújo (PE)-, pelo DEM e por dissidentes do PMDB -os deputados Jarbas Vasconcelos (PE), Lúcio Vieira Lima (BA) e Darcísio Perondi (RS).

Réplicas do "Pixuleko" -boneco do ex-presidente Lula vestido de presidiário- foram trazidas por manifestantes, mas Sampaio desaconselhou que eles fossem levados para dentro do gabinete de Cunha.

"Amigos, hoje não é o dia para isso", aconselhou. Logo que se afastou, alguém reclamou: "Pô, impeachment sem 'Pixuleko' não dá".

TRAMITAÇÃO
Cabe a Cunha decidir se dá ou não sequência aos pedidos de impeachment protocolados na Casa. Pela discussão de bastidores que mantém com a oposição, ele indica que rejeitará todos, abrindo caminho para que a oposição faça um recurso ao plenário da Câmara.

Caso a maioria dos presentes à sessão seja favorável ao pedido, ele segue para análise de uma comissão especial, que emitirá parecer ao plenário. Dilma é afastada se pelo menos 342 dos 513 deputados entenderem que há elementos para abertura do processo de impedimento.

Já existe, inclusive, um acordo sobre os procedimentos a serem adotados assim que os partidos de oposição apresentarem o pedido de impeachment do jurista paulista.

Em uma operação casada, as três CPIs da Câmara dos Deputados controladas por Cunha -Petrobras, BNDES e Fundos de Pensão- devem colocar em votação simultânea requerimentos polêmicos, entre eles a convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O movimento tem como objetivo forçar a tropa de choque governista a concentrar sua atuação nas comissões de inquérito e forçar seu afastamento do plenário da Casa Legislativa, tirando seu foco da votação do recurso de impeachment da presidente que precisa dos votos da maioria simples para ser aprovado.

JULGAMENTO

No STF, Dino marca audiência pública no dia 27 de junho sobre emendas Pix e de bancada

Os processos questionam não só a transparência e rastreabilidade das emendas, mas a própria validade das mesmas.

18/05/2025 21h00

Ministro Flávio Dino, do STF

Ministro Flávio Dino, do STF Divulgação/STF

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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a realização de uma audiência pública, no dia 27 de junho, sobre as emendas Pix e as emendas de bancada - consideradas o espólio do orçamento secreto.

O ministro quer ouvir argumentos "tecnicamente qualificados e especializados" que possam embasar a Corte na análise das ações que questionam tais emendas.

Os processos questionam não só a transparência e rastreabilidade das emendas, mas a própria validade das mesmas.

"O tema das emendas parlamentares e sua impositividade reveste-se de inegável relevância do ponto de vista social, econômico e jurídico. Trata-se de discussão que envolve a interpretação do postulado da separação dos Poderes - princípio fundamental da República e cláusula pétrea -, assim como do direito fundamental ao devido processo orçamentário e do conjunto de normas que compõe a chamada "Constituição Financeira"", anotou o ministro em despacho assinado neste domingo, 18.

A audiência será realizada com apoio dos Núcleos de Solução Consensual de Conflitos (NUSOL) e de Processos Estruturais (NUPEC) do STF, entre às 9 horas e 17 horas do dia 27 de junho.

Entidades e interessados em participar da audiência terão de se inscrever, até o dia 10 do mês que vem junto ao STF. No dia 12 de junho será publicada a lista dos participantes admitidos para a audiência.

Dino já expediu convites para as partes das ações: os autores - PSOL, a Procuradoria-Geral da República e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); acionados - as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; e amigos da Corte, entidades que acompanham o processo, como a Transparência Brasil e a Transparência Internacional Brasil.

O ministro ainda determinou que fosse dada ciência da audiência a uma série de autoridades e entidades: o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB); o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); o advogado-geral da União, Jorge Messias; a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman; o presidente do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo Filho; o chefe da Controladoria-Geral da União, Vinicius Marques de Carvalho; o Fórum de Governadores, à Confederação Nacional de Municípios (CNM); e a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP).

Dino frisou que, nas audiências, não devem ser debatidas denúncias, imputações de improbidade e casos de desvios de recursos públicos - questões que são alvo de inquéritos.

"A Audiência Pública no STF versará exclusivamente sobre controvérsias constitucionais e reflexões sobre possíveis decisões nas ações de controle abstrato já ajuizadas", registrou Dino.

Em sua mais recente decisão sobre emendas, Dino mostrou um "recuo". O ministro validou resolução aprovada pela Câmara que criou o que foi chamado de emenda de líder, que permite que as emendas de comissão sejam analisadas em cada colegiado a partir das indicações feitas pelos líderes partidários, escondendo o nome dos verdadeiros solicitantes.

INTERNACIONAL

Alckmin entrega ao Papa convite para visitar o Brasil durante a COP30

Vice-presidente assistiu à missa que celebrou pontificado do novo Papa

18/05/2025 11h30

Foto: Vatican News/Divulgação

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Após a celebração da missa inaugural do seu pontificado, neste domingo, 18, na Praça São Pedro, o papa Leão XIV cumprimentou líderes de diversas nações. Entre eles o vice-presidente do Brasil Geraldo Alckmin (PSB).

Segundo o Itamaraty, o vice-presidente entregou uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidando o papa para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), que ocorrerá em novembro em Belém, no Pará. O governo brasileiro não divulgou detalhes da carta.

Na última quinta-feira, 15, o cardeal dom Jaime Spengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), já havia discutido com Leão XIV ações que o órgão pretende realizar na COP-30 junto com o Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam).

O combate às mudança climáticas deve ser uma das prioridades do papado de Leão XIV, dando continuidade ao legado de Francisco, seu antecessor. O argentino, inclusive, chegou a confirmar presença na COP-28, realizada em 2023 em Dubai, mas precisou cancelar a viagem para os Emirados Árabes Unidos por causa de uma infecção pulmonar.

O encontro de Alckmin com o papa neste domingo durou poucos segundos. A transmissão não permitiu ouvir as palavras trocadas pelos dois. Além de entregar a carta ao novo pontífice, Alckmin beijou a mão dele.

No sábado, 17, o vice-presidente informou, por meio das redes sociais, ter se encontrado com cardeais brasileiros e com o arcebispo Paul Richard Gallagher, que cuida das relações internacionais da Santa Sé.

A Gallagher, entregou uma camisa do Santos, um presente ao papa. "Este é o time do Pelé", disse, em vídeo publicado no X (antigo Twitter).

A missa inaugural do pontificado de Leão XIV ocorreu neste domingo, dez dias depois de Robert Francis Prevost ter sido eleito para comandar a Igreja Católica. Nascido nos Estados Unidos, ele atuou por mais de duas décadas no Peru e também tem a cidadania do país andino.

Durante a celebração, Leão recebeu dois importantes símbolos do papado: a estola de lã de cordeiro, conhecida como palio, e o anel do pescador. O palio, colocado sobre seus ombros, simboliza o pastor que carrega o rebanho, assim como o papa carrega os fiéis. O anel, remete ao chamado de Jesus ao apóstolo Pedro para lançar suas redes de pesca.

Entre as autoridades presentes, JD Vance, vice-presidente, e Marco Rubio, secretário de Estado, dos EUA; Dina Boluarte, presidente do Peru; Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia; e Olga Liubimova, ministra da Cultura da Rússia.

Ao final da missa, após o ritual de despedida, o papa lembrou dos "irmãos e irmãs que sofrem por causa das guerras", citando os conflitos em Gaza, Myanmar e Ucrânia.

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