OSCAR ROCHA
O filme sul-mato-grossense “Beto Lima – intérprete das flores”, de Cândido Alberto da Fonseca, foi escolhido para participar da mostra competitiva do 1º Festival de Cinema Curta Amazônia, que começou ontem em Porto Velho (Rondônia) e encerra no sábado. Foram inscritas 174 produções, de várias partes do País, sendo escolhidas 15 para concorrer ao Troféu Três Caixas D’Água, que faz referência a um ponto turístico de Porto Velho.
A produção de Cândido Alberto teve a primeira exibição pública em abril, em Campo Grande, e traz entrevista com o artista plástico Beto Lima, morto há alguns anos na Capital, conhecido por produzir telas figurativas, nas quais se destacam animais, cenas urbanas e flores.
A obra faz parte da série “Ilustres desconhecidos”, que ainda mostra Isaac de Oliveira, Lelo, Patrícia Helney e Rosane Bonamigo e Conceição dos Bugres. “Tenho certificado da Lei Rouanet para captar recursos para uma caixa reunindo todas as produções, mas está difícil as empresas do Estado investirem. Acham que se fizerem isso passam a ter maior fiscalização por parte do fisco. As empresas podem investir 4% do que arrecadam”, explica Cândido.
Recentemente, ele, juntamente com outros representantes do setor audiovisual do Estado, foi à Assembleia Legislativa solicitar apoio dos deputados estaduais em torno da campanha que propõe à Enersul repassar valores arrecadados irregularmente, durante certo período no Estado, ao setor cultural. “O que a Enersul propôs foi a devolução com o congelamento da tarifa, mas o juro do valor cobrado não entrou na negociação. A ideia é que fosse feita a devolução, por meio de edital, para o audiovisual”, sugere Cândido.
Outro projeto do diretor é a realização do longa-metragem “SNI – relatório final: o terrorista Che Guevara passou por aqui”, que teve a roteirização financiada pelo Ministério da Cultura, em 2009. “A produtora Assunção Hernandez, que fez vários trabalhos no cinema brasileiro, interessou-se pelo projeto e tenta a viabilização por meio de co-produção internacional do filme”, aponta o cineasta. O roteiro destaca o encontro fictício do líder revolucionário Che Guevara e Jânio Quadros, em Campo Grande, na década de 1960. “É uma história leve, política e com muito bom humor”, descreve o diretor.