Natalia Palmeira, PopTV
Durante muitos anos, Pelé reinou nos gramados. Desde que abandonou as chuteiras, ele se arriscou, sem tanta destreza, a comentar partidas de futebol na televisão. Com a aproximação de mais uma Copa do Mundo, o Rei do Futebol vai atacar em uma nova posição: a de apresentador. É nessa função que ele aparece no SBT. “Eu não queria trabalhar nessa Copa, porque são 40 dias muito puxados. Mas o SBT veio com essa proposta inédita para mim”, conta o ex-jogador sobre “Um minuto com Pelé”, novo programa da emissora, que estreia dia 12 de abril. Classificado pela emissora como programete, por conta da curta duração de 60 segundos, a produção terá de três a cinco exibições diárias, no qual vai relembrar histórias sobre as copas e comentar as partidas dos jogos. Sem o direito de exibir os jogos da Copa e sem nenhuma programação dedicada exclusivamente ao futebol, o SBT viu em Pelé a saída para fechar essa lacuna. “Queríamos uma maneira diferente de cobrir a Copa. Temos a sorte de ter o Pelé no SBT”, ressalta Henrique Casciato, diretor comercial da emissora.
Pelé vai fazer, primeiramente, uma viagem no tempo. Só a partir de 11 de junho, um dia antes do torneio da África do Sul, ele vai começar a falar sobre a Copa da África em si. Antes dos jogos iniciarem, os programas irão relembrar momentos marcantes da história das copas, além de apresentar curiosidades sobre o Mundial. Aliás, relembrar velhas histórias ainda leva o ex-jogador às lágrimas. E ele não esconde a saudade que sente dos tempos em que fazia parte da seleção brasileira. “Em um dos programas, dei o maior vexame e chorei. Me emocionei ao ler as histórias”, lembra ele, que também fará comentários, ao vivo, ao lado de Carlos Nascimento, âncora dos jornais “SBT Brasil” e “Jornal do SBT – edição noturna”. “É muito bom ter o maior atleta do século presentando um programa no SBT. E como apresentador, o Pelé é um craque”, derrete-se o diretor do rograma, Pedro Henrique Peixoto.
Para os fazer os comentários, Pelé não estará sozinho. Ainda não foi definido, mas ele dividirá as opiniões com outro comentarista. Mesmo com curto espaço para falar sobre a história do futebol e sobre os jogos, o programa exigiu, ainda, as habilidades de Pelé com a bola. Isso porque, ao final de cada programete, o ex-jogador se despede com uma cabeçada.
Com um total de 60 programas, a tarefa tinha tudo para ser complicada. Afinal, em meio ao set de gravação a probabilidade de acertar um equipamento era grande. “O Pelé tinha de mirar no contra-regra para não acertar a iluminação ou as câmaras. Ele não errou nenhuma”, destaca o diretor.
Pelé jura que a proposta é a tarefa mais fácil que já executou em sua carreira. “O fato de poder rever os lances e dizer o que poderia ter sido feito é a parte mais fácil. Já o jogador tem de decidir, em campo, o que fazer”, compara. Confortável com o novo projeto, o mineiro nem precisou se preparar para assumir a posição de apresentador. A familiaridade com as câmaras contou pontos para facilitar o trabalho.
Apesar disso, Pelé admite que o nível de exigência de Pedro Henrique é grande quando o assunto é o resultado final. “Ele tem a capacidade de verbalizar as emoções e a própria visão dele de futebol. Então, temos de fazer o melhor e, se for preciso, repetir duas, três ou quatro vezes”, explica o diretor, justificando a fama de rigoroso.