Política

CAMPO GRANDE

A+ A-

Decisão de indeferimento é balde de água fria em planos de Harfouche

TRE-MS confirmou indeferimento de candidatura de Harfouche ontem; procurador criticou decisão

Continue lendo...

Por maioria de votos, o pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) negou recurso impetrado pelo procurador de Justiça licenciado Sérgio Harfouche (Avante) e manteve o indeferimento da candidatura dele à Prefeitura de Campo Grande. 

A decisão pode ter dado um banho de água fria na candidatura de Harfouche, segundo colocado nas pesquisas de intenções de voto.

Após a decisão desfavorável, o candidato do Avante convocou uma coletiva de imprensa na tarde de ontem e afirmou que vai recorrer ao Pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Na ocasião, Harfouche procurou não falar muito do motivo do indeferimento (o fato de ele não ter deixado o Ministério Público ou se aposentado) e preferiu atacar a imprensa e as urnas eletrônicas; afirmou que seu julgamento é político e ainda criticou seus adversários que tentam tirar seus eleitores, em uma campanha de “voto útil”.  

JULGAMENTO

O julgamento do indeferimento, que começou na quarta-feira, foi concluído na manhã desta quinta-feira (12). 

A candidatura foi indeferida em outubro, pelo juiz da 53ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, por entender que o procurador deveria ter deixado o Ministério Público de Mato Grosso do Sul ou se aposentado para concorrer, e não apenas se licenciado.

Harfouche recorreu, mas o pleno negou o recurso por 5 votos a 1. Apenas a juíza Monique Marchiori Leite votou a favor do provimento do recurso. 

Em seu parecer, o relator do processo, juiz Juliano Tannus, votou pela manutenção da impugnação, afirmando que a emenda constitucional de 2004 – que proíbe que os membros do MP concorram a cargos eletivos – é clara.  

No relatório, o magistrado afirmou ainda que os integrantes do órgão só podem concorrer a um cargo eletivo mediante exoneração ou aposentadoria.

Já o advogado de defesa de Harfouche, Vinícius Monteiro de Paiva, alegou que o Conselho Nacional do Ministério Público fixou a aplicação dos efeitos da emenda apenas aos que ingressaram após a sua publicação. 

Como seu cliente ingressou na promotoria em 1992, não seria afetado pela legislação atual.

Coletiva

Além de Harfouche, participaram da coletiva de imprensa o vereador e candidato a vice de sua chapa, André Salineiro (Avante), além de correligionários. 

O procurador criticou seus adversários e destacou a decisão de 2018 do TRE que liberou sua candidatura ao Senado. 

“Meus adversários estão usando de métodos escusos, pois estão com medo do meu nome nas urnas. Mesmo respeitando o TRE, eu acredito que fui vítima de um julgamento político, pois temos precedentes de uma decisão favorável. Todos os magistrados que votaram nesse julgamento, pelo jeito, já tinham uma ideia formatada. Agora irei lutar até a última instância para que meu direito de disputar às eleições seja garantido”, lamentou.

URNAS

Ele continuou as suas críticas, porém agora contra os institutos de pesquisa, como o Ibope, por exemplo, e a apuração das urnas eletrônicas

“Eu tenho certeza que estou em primeiro, pois nós fazemos o nosso levantamento internamente e o cenário não é esse divulgado pelo Ibope. Muito eleitores meus denunciaram que, ao serem perguntados pelo telefone em qual candidato votariam, quando falavam em meu nome a ligação era cortada. Ou mesmo diziam que meu nome não estava na lista de candidatos”, exemplificou.  

Por fim, Harfouche criticou a postura dos candidatos que concorrem com ele à disputa de um eventual segundo turno, como Sidneia Tobias (Podemos), Paulo Matos (PSC) e Vinicius Siqueira (PSL). 

Esses adversários intensificaram nas propagandas eleitorais gratuitas em suas redes sociais a importância de o eleitor depositar nas urnas o que eles denominam como voto útil. 

Ou seja, escolher campanhas que não estejam sub judice. “Eu lamento esse desespero dos meus adversários. Primeiro tentam me tirar do pleito, após isso fazem fake news dizendo que estou inelegível”.

O indeferimento de Harfouche deve interferir na contagem de votos. 

O nome do procurador, que recorrerá ao TSE, continuará na urna eletrônica, mas os votos para ele serão contados à parte e não serão divulgados no momento da apuração caso o indeferimento se mantenha até domingo. 

Enquanto o julgamento da candidatura de Harfouche não transitar em julgado, não será possível determinar se os votos destinados a ele serão válidos ou não.

Justiça

STF reafirma que todas as decisões da Corte são fundamentadas

Declaração é em resposta a comitê da Câmara dos Deputados dos EUA

18/04/2024 22h00

Marcelo Casal/ Agência Brasil

Continue Lendo...

O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nesta quinta-feira (18) que todas as decisões tomadas pela Corte são fundamentadas. A manifestação foi feita após um comitê da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgar notificações do ministro Alexandre de Moraes direcionadas à rede social X, antigo Twitter.

Na quarta-feira (17), os documentos, que estão em segredo de Justiça, foram divulgados pela comissão, que tem parlamentares ligados ao ex-presidente Donald Trump no comando dos trabalhos.

As notificações fazem parte de diversas determinações para retirada de conteúdos considerados ilegais por Moraes. A remoção das postagens são consideradas como censura pelos críticos do ministro.

Ao se manifestar sobre a divulgação do comitê, o Supremo rebateu acusações de que as decisões não foram fundamentadas.  Segundo o STF,  os documentos que foram divulgados são ofícios enviados às plataformas para cumprimento das decisões.

A Corte declarou ainda que todas as partes envolvidas em processos têm acesso à fundamentação das decisões.

"Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação", afirmou a Corte.

A ofensiva contra o Supremo e Alexandre de Moraes nos Estados Unidos começou após o ministro incluir o empresário norte-americano Elon Musk, dono da rede social X, no inquérito que investiga atuação de milícias digitais para disseminar notícias falsas no país.

 

 

Recebidos pagos

Líder da oposição quer lista de presentes recebidos por Lula e Janja em viagens

Segundo Barros, as "mais de 15 viagens" de Lula não proporcionaram "efeitos positivos para o Brasil até o momento", o que justifica o pedido de "fiscalização"

18/04/2024 18h00

EBC

Continue Lendo...

O deputado federal Filipe Barros (PL-PR), líder da oposição na Câmara dos Deputados, solicitou acesso à lista de presentes recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva (PT) durante as viagens internacionais e nacionais realizadas por eles. O parlamentar argumenta que a situação dos 231 itens recebidos pelo casal do primeiro dia do mandato até 2 de maio de 2023, revelados pelo Estadão, "gera controvérsias".

O requerimento de acesso aos dados, protocolado nesta quarta-feira, 17, solicita ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT), além da lista detalhada de presentes recebidos entre o início do mandato de Lula e o dia 16 de abril de 2024, informações sobre o encaminhamento dado aos itens e os valores gastos com alimentação durante as viagens do presidente. Procurada pelo Estadão, a Secretaria-Geral da Presidência ainda não se manifestou.

Segundo Barros, as "mais de 15 viagens" de Lula não proporcionaram "efeitos positivos para o Brasil até o momento", o que justifica o pedido de "fiscalização" que tem como objetivo o "esclarecimento da situação". Ainda, o deputado menciona a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de auditar o recebimento dos bens dados a Lula em 2023, antes do fim da gestão do mandatário.

Os presentes recebidos pelo presidente são catalogados pela Diretoria de Documentação Histórica, que faz parte do gabinete da Presidência. Em junho de 2023, o órgão admitiu que a lista contendo os bens dados a Lula, sendo 63 deles internacionais, poderia estar incompleta.

Caso das joias

No caso das joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer ilegalmente para o País, o Estadão revelou que diversos servidores foram mobilizados para impedir justamente esta etapa do cadastro. O colar, anel, relógio e o par de brincos de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões eram um presente do príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman al Saud, e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos quando Bolsonaro e a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, voltaram da viagem.

A fim de liberar os presentes, o ex-presidente atuou pessoalmente e ainda acionou três ministérios para forçar a liberação dos itens que estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque Ao todo, foram oito tentativas para que Bolsonaro ficasse com as joias.

A revelação gerou tanto impacto que, em junho do ano passado, Janja e Lula cancelaram um jantar com o príncipe em Paris para evitar a má repercussão causada pelo encontro.

 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).