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VELHA POLÍTICA

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Deputados criticam aproximação de Jair Bolsonaro com "centrão"

Proximidade é interpretada como um temor de impeachment após denúncia do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro

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Os deputados federais sul-mato-grossenses que fazem oposição ao Governo federal criticam a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com o bloco de parlamentares federais  conhecido como “Centrão”, no qual estão sendo cedidos cargos públicos para este grupo político. Esta proximidade é interpretada como um temor de impeachment  após denúncias do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e para ter uma base no Congresso Nacional.

Esta proximidade ficou mais evidente ontem com a mudança da direção do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), órgão ligado ao Ministério de Desenvolvimento Regional e cujo orçamento deste ano é de R$ 1,09 bilhão. O nomeado indicado pelo Centrão foi o de Fernando Marcondes de Araújo Leão, que foi foi filiado ao PTB, de Roberto Jefferson, por 32 anos, desde 1988, tendo saído no último dia 16 de abril. Em março, ele se filiou ao Avante.

A filiação foi processada no dia que saiu do PTB. A definição foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem.  

De acordo com o Deputado Dagoberto Nogueira (PDT) “o que o Bolsonaro esta buscando com o Centrão não tem nada a ver com a reforma, até porque a reforma vários partidos apoiam a reforma, até muitos partidos de oposição. A preocupação dele agora é com o impeachment. Se tiver o impeachment ele precisa garantir os 181 votos. Por isso ele tem buscado acordo com Roberto Jefferson (que comanda o PTB) e com o Waldemar da Costa Neto, do PL, antigo PR”, ressaltando que o presidente “está pegando duas pessoas que sempre negociaram lá no Congresso, são pessoas que estão envolvidas em todos os escândalos no Congresso Nacional. Tudo que tem de ruim, tudo o que tem corrupção esse dois estão no meio. O Bolsonaro só não está buscando entendimento com Geddel (Vieira Lima) e Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara dos Deputados) porque os dois estão presos”.

Para o deputado Vander Loubet (PT) “Bolsonaro foi eleito dizendo que não precisava articular politicamente com o Congresso Nacional, dizia que isso era coisa da "velha política", chamava a articulação erroneamente de "toma lá da cá", repetindo um baita senso comum. Agora está fazendo o que sempre condenou, o que sempre criticou”, emendando que o presidente  “sempre falou mal de quem passa por procedimento de investigação, de inquérito, e agora está se aliando a pessoas que passam por essa situação. Parece que caiu a ficha de que em uma democracia o presidente precisa saber construir uma maioria no Parlamento para tocar a sua agenda. Porém, só o tempo vai dizer se essas alianças que ele está fazendo vão dar resultado positivo ou se ele vai pagar caro por isso”.

Esta aproximação também foi criticada pelo deputado Fábio Trad (PSD), partido que integra o Centrão. “Esta aproximação do Bolsonaro com o centrão é a prova mais eloquente de que a história da “nova política” foi apenas um jogo retórico para enganar os ingênuos. E enganou muita gente. Esta aproximação é a restauração do fisiologismo que, nos tempos do PT, propiciou o surgimento do mensalão denunciado pelo Roberto Jeffersom que, aliás, agora se tornou um aliado de Bolsonaro. Enfim, Bolsonaro abraça a velha política com os seus piores vícios”.

Reuniões

As reuniões com líderes do Centrão começaram em março, depois de um longo período em que Bolsonaro evitou fazer negociações diretas com o Congresso. Foram pelo menos 17 reuniões, sempre a portas fechadas.  

Líderes e deputados de PP, PL, PP, Republicanos, PSD e MDB passaram as últimas semanas em encontros com o presidente Jair Bolsonaro. O líder do PP, Arthur Lira, até gravou um vídeo ao lado dele.  

No último dia 28, o presidente admitiu ter mantido conversas com lideranças políticas de partidos do Centrão. Na ocasião, ele chegou a dizer que não vai barrar eventual negociação de cargos no seu governo. No passado, o presidente criticou a prática (de conceder cargos em troca de apoios.

A reportagem também procurou os deputados Bia Cavassa (PSDB), Rose Modesto (PSDB), Loester Trutis (PSL),  Beto Pereira (PSDB) e Dr, Luiz Ovando (PSL) mas não obteve retorno sobre a pauta. 

LULA-MACRON

'Somos as potências que não querem ser os lacaios de outros', diz Macron ao lado de Lula no Rio

A visita do complexo naval faz parte de uma agenda de visitas de Macron de três dias ao país. Ele passará, no total, por quatro cidades, encerrando nesta quinta-feira (28), em Brasília

27/03/2024 18h00

A visita do complexo naval faz parte de uma agenda de visitas de Macron de três dias ao país Crédito: Ricardo Stuckert / Agência Brasil

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Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da França, Emmanuel Macron, defenderam nesta quarta-feira (27), em Itaguaí (RJ), a ampliação da cooperação militar entre os dois países para que, juntos, atuem na manutenção da paz mundial.

Macron fez um duro discurso crítico aos conflitos mais recentes no planeta, porém sem mencionar nenhum específico. Afirmou que Brasil e França devem fortalecer seu poderio militar para não serem "lacaios de outros" países.

"Nós rejeitamos o mundo que seja prisioneiro da conflituosidade entre duas grandes potências. Queremos defender nossa soberania, e juntos com isso o direito internacional em todo mundo. Acreditamos na paz porque ela constrói equilíbrios. Isso exige que sejamos fortes", disse Macron.

A fala ocorreu no Complexo Naval de Itaguaí (RJ) durante a cerimônia de batismo e lançamento ao mar do submarino Tonelero, terceiro dos quatro submarinos convencionais com propulsão diesel-elétrica previstos no Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos).

O Prosub faz parte de um acordo de parceria estratégica assinado entre França e Brasil em 2008. Estimado em R$ 40 bilhões em valores atuais, prevê também a construção de um submarino convencional movido a propulsão nuclear, batizado de "Álvaro Alberto".

"As grande potencias pacíficas, como a França e o Brasil, devem reconhecer que, neste mundo cada vez mais organizado, temos que ser capazes de fazer uso de falar da firmeza e da força. Somos as potências que não querem ser os lacaios de outros. Temos que saber defender com credibilidade a ordem internacional", afirmou o presidente francês.

Lula defendeu a ampliação da cooperação internacional militar entre os dois países para ajudar o Brasil a "conquistar maior autonomia estratégica diante os múltiplos desafios que a humanidade se depara nesse século 21".

"O presidente Macron e eu concordamos em ampliar esse esforço com a comissão do Comitê Bilateral em armamentos, para promover maior equilíbrio no nosso comércio de produtos de defesa", disse Lula.

"É uma parceria que vai permitir que dois países importantes, cada um em um continente, se preparem para que a gente possa conseguir conviver com essa diversidade sem nos preocupar sem qualquer tipo de guerra porque somos defensores da paz."

O presidente também disse que é necessário "se preocupar com a tranquilidade de 203 milhões de brasileiros que moram nesse país". "Hoje nós sabemos que existe um problema muito sério de animosidade contra o processo democrático neste país e no planeta Terra."

A visita do complexo naval faz parte de uma agenda de visitas de Macron de três dias ao país. Ele passará, no total, por quatro cidades, encerrando nesta quinta-feira (28), em Brasília.

Na segunda-feira (26), Lula e Macron anunciaram em Belém um plano de investimentos em bioeconomia para a amazônia. O presidente francês deixa o Rio nesta tarde para participar de compromissos em São Paulo.

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Política

Novo projeto para instalação de estacionamento rotativo é enviado à Câmara Municipal

De acordo com a prefeita, o texto foi assinado hoje pela manhã e deverá tramitar pela Casa de Leis nesta quinta-feira (27)

27/03/2024 17h42

Parquímetros foram desligados em março de 2022 Gerson Oliveira

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Após dois anos sem o estacionamento rotativo na região central de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP) afirmou que enviou um novo projeto à Casa de Leis na manhã de hoje (27) para ser aprovado entre os vereadores. Em outubro do ano passado, o projeto de instalação de parquímetros saiu de pauta na Câmara Municipal após pedidos dos parlamentares para novas adaptações. 

"Possivelmente seria enviado hoje. O projeto já foi assinado pela manhã. As mudanças [no projeto] construímos com ajuda dos comerciantes e atendendo as necessidades. Enviamos o projeto à Câmara Municipal para que aconteça a aprovação num curto espaço de tempo", destacou.

O texto retorna à Casa de Leis cinco meses após os vereadores solicitarem alterações no projeto. De acordo com a prefeita, as adaptações necessárias foram realizadas e agora a aprovação do projeto está sob responsabilidade da Câmara Municipal.

Projeto é retirado de pauta

Previsto para ser decidido em outubro de 2023, o Executivo de Campo Grande retirou da pauta da Câmara Municipal o Projeto de Lei que visava o retorno dos parquímetros para a região central. Sem regras para a nova concessão, o PL caiu na mira dos parlamentares e gerou desconfiança. 

Durante a sessão ordinária, o presidente da Comissão Permanente de Mobilidade Urbana, Prof. André Luis, inclusive parabenizou a prefeita Adriane Lopes pela retirada do projeto para andamento do Sistema de Estacionamento Rotativo (SER) por parte do executivo.

Favorável ao retorno dos parquímetros, ele frisou que muitos comerciantes têm reclamado que as vagas, em tese destinadas para compradores da região central, têm sido ocupadas pelos trabalhadores e deixado a clientela sem ter onde estacionar. 

"A concessão desse tipo de espaço tem de ser precedida de uma audiência pública e - fica a sugestão - da criação de um conselho quadripartite, formado por Executivo; Legislativo; moradores e comerciantes das áreas impactadas. Para não haver prejuízo para a cidade", argumentou.
 

*Colaborou Léo Ribeiro 

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