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CAMPO GRANDE

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Erradicação da dengue, bolsa família municipal e criar TV pública estão entre as promessas

Só três candidatos têm propostas mais objetivas; restante preferiu não se comprometer e apresentou planos genéricos

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O Correio do Estado analisou 15 programas de governo dos 16 candidatos a prefeito de Campo Grande. A maioria deles preferiu não firmar compromissos específicos em seus documentos, como detalhar obras e ou sugerir programas de saúde ou educação bem delineados. Mas também houve candidatos que prometeram erradicar a dengue, criar rádio e televisão municipais, implantar uma biblioteca digital e uma delegacia para o público LGBTQI+.

Em época de redes sociais, em que a população fiscaliza mais as promessas de campanha, os compromissos foram mais genéricos. Em vez de especificar a escola que será reformada, preferiram afirmar que vão valorizar a educação. Cris Duarte (Psol), Dagoberto Nogueira Filho (PDT) e Sidneia Tobias (Podemos) se arriscaram em fazer propostas mais específicas. Somente o vereador Vinícius Siqueira (PSL), que vive um imbróglio jurídico (leia reportagem nesta página) com seu correligionário, o deputado federal Loester Trutis (PSL), ainda não apresentou plano.

Os nomes foram separados por ordem alfabética para não beneficiar ou prejudicar qualquer um dos candidatos analisados. Confira o resumo das propostas:

 

CRIS DUARTE (PSOL)

Número de páginas: 38

Resumo: O plano de governo da candidata se apresenta como uma plataforma de ações para garantir a participação popular, promover a justiça socioambiental e defender as liberdades daqueles que são oprimidos em razão de sua classe, gênero, raça, idade, sexualidade, religião, deficiência, geração ou cultura. São estabelecidos 17 grandes objetivos.

Ela propõe a criação de uma Renda Básica de Campo Grande, uma espécie de Bolsa Família municipal.  

 

DAGOBERTO (PDT)

Número de páginas: 17

Resumo: O plano de governo está estruturado em 12 pontos. Apresenta propostas para as áreas da educação, saúde, cultura, transporte, infraestrutura, minorias, segurança pública, agricultura, mulheres, esporte, meio ambiente e turismo.

No documento consta a criação de emissoras de rádio e TV municipais, parceria com universidades públicas para avaliação seriada para ingresso nas instituições, capoeira como disciplina em escolas municipais, projeto para implantação do VLT (veículo leve sobre trilhos), delegacias específicas para atendimento LGBTQI+, entre outras propostas. 

 

ESACHEU (PP)

Número de páginas: 69

Resumo: O plano de governo do candidato conta a experiência de vida de Esacheu na capital sul-mato-grossense, além de trazer uma contextualização da história do Município de Campo Grande. Na proposta de governo, o candidato aponta como crucial a transformação do município, em uma nova etapa de integração entre campo e cidade.

O plano promete um desenvolvimento municipal sustentável entre a dimensão econômica e ambiental.

 

GUTO SCARPANTI (NOVO)

Número de páginas: 38

Resumo: O plano de governo do candidato do Novo começa apresentando o postulante, até então pouco conhecido pelo eleitorado campo-grandense. Assim como seu partido, as propostas tentam traçar o perfil de Scarpanti como uma figura que navega no espectro da direita liberal, afirmando o compromisso de não aumentar impostos e taxas, focando em educação de qualidade, representatividade política, menor intervenção na vida do cidadão, visão de longo prazo e equilíbrio fiscal.

 

JOÃO HENRIQUE (PL)

Número de páginas: 11

Resumo: No documento, o partido de Catan aponta que suas propostas não representam um plano de governo engessado e que sua visão é atual e levou em consideração a realidade econômica e social sob a nova ótica da sociedade mundial pós-pandemia.

Catan propõe melhoria da remuneração dos profissionais da saúde, investimento na estruturação e na manutenção das escolas urbanas e rurais, organização de festivais e competições artísticas, incentivar a economia dos bairros, entre outros tópicos.

 

MARCELO BLUMA (PV)

Número de páginas: 29

Resumo: O plano afirma que a ideia de Marcelo é de estabelecer a Campo Grande democrática, com uma nova política local sendo fundamental para garantir a sustentabilidade da democracia, de modo que as forças políticas possam atuar de maneira verdadeira e representativa.

Para o candidato, é fundamental facilitar a inclusão de todos os moradores, especialmente aqueles vivem em condições de ampla vulnerabilidade.  

 

MARCELO MIGLIOLI (SD)

Número de páginas: 67

Resumo: O programa de governo de Miglioli detalha a importância de cinco eixos do desenvolvimento para a construção de uma cidade melhor. São eles: desenvolvimento econômico, social, da saúde, educação e urbano. O plano de governo de Miglioli explica em detalhes como serão as ações em todas essas áreas em Campo Grande.

O documento não traz nenhuma promessa, os compromissos de governança são democrática e comunitária, alinhamento à Constituição Federal, orçamento integrado da cidade, plano de desenvolvimento de médio e longo prazo e pacto pelo desenvolvimento como fatores para a integração horizontal e vertical das ações, entre outros pontos.

 

MARCIO FERNANDES (MDB)

Número de páginas: 18

Resumo: O plano de governo de Marcio Fernandes é voltado mais para a retomada do crescimento de Campo Grande, após a pandemia de Covid-19. Sob essa premissa, o plano de trabalho traz a tecnologia e a inovação em gestão como vetores de soluções para diversos problemas identificados, seja na saúde, na educação, na mobilidade urbana, na atração de investimentos e também na geração de empregos.

O documento aponta seis macro-objetivos: ser referência em inovação para o bem-estar do campograndense; ser modelo na geração de empregos e no desenvolvimento econômico e social; posicionar Campo Grande entre as capitais com a melhor saúde pública do Brasil; ser referência nacional no Ensino Fundamental; ser referência em transporte coletivo eficiente e mobilidade urbana sustentável; voltar a ser a única capital do País sem favelas.

 

MARCOS TRAD (PSD)

Número de páginas: 24

Resumo: Candidato à reeleição, Trad reafirma, em seu plano de governo, a meta de “avançar e fazer mais” pela capital de Mato Grosso do Sul. Conforme o documento, foram avaliadas as necessidades e prioridades das sete regiões urbanas e dois distritos de Campo Grande, relacionando-as às mais de 30 áreas de atuação do Poder Público Municipal. Todas as informações foram analisadas e agrupadas de acordo com seus temas, natureza e relevância, traduzindo-se em 55 metas estratégicas.

Entre as 55 metas estão melhorias em segurança, como aparelhamento da Guarda Civil Metropolitana e aumento de pontos de videomonitoramento, além de promoção do desenvolvimento dos meios de produção com geração de fluxo de capital, trabalho, emprego e renda, conclusão da reforma dos terminais de ônibus com implementação de corredores exclusivos para o transporte coletivo e modernizar os processos internos dos órgãos administrativos.

 

PAULO MATOS (PSC)

Número de páginas: 20

Resumo: O candidato inicia o plano de governo fazendo um diagnóstico de administrações anteriores, citando a falta de ações e gastos em obras inacabadas como retrato do município. A seguir, Matos faz propostas em 14 áreas: gestão pública, esporte, educação, saúde, mobilidade urbana, assistência social, habitação, desenvolvimento econômico, infraestrutura, agricultura e pecuária, turismo, tecnologia e inovação, meio ambiente e cultura e arte. Entre as promessas está a criação de uma biblioteca municipal digital.

 

PEDRO KEMP (PT)

Número de páginas: 65

Resumo: O plano de governo petista para a Capital traz um diagnóstico do que Campo Grande vive atualmente, em termos de economia, meio ambiente, assistência social, educação, saúde, saneamento básico, transporte coletivo, mobilidade urbana e infraestrutura.  

Kemp pretende induzir o desenvolvimento socioeconômico, promovendo a inclusão social, a sustentabilidade ambiental, explorando as vocações econômicas locais e descobrindo novas, com geração de oportunidades de trabalho e investimentos.

 

SÉRGIO HARFOUCHE (AVANTE)

Número de páginas: 25

Resumo: O plano de governo de Harfouche se apresenta afirmando que foi elaborado a partir da reunião de pessoas comuns. A proposta promete uma gestão com atenção voltada ao planejamento público, desenvolvimento sustentável, emprego, mobilidade urbana, saúde, meio ambiente, educação, cultura, cidadania, infraestrutura e turismo.

O documento ainda cita como crucial uma menor interferência do Estado e maior liberdade ao indivíduo, contendo a evolução descontrolada dos gastos governamentais. Harfouche ainda promete utilizar recursos nas áreas que realmente impactam a qualidade de vida das pessoas, sendo a mensuração dos resultados por meio de melhores indicadores de excelência na gestão uma prerrogativa para os gastos públicos.

 

SIDINEIA (PODEMOS)

Número de páginas: 67

Resumo: O plano de governo propõe aos campo-grandenses uma gestão coletiva e integrada com a população e todos os setores sociais com subprefeituras em todas as regiões. O plano aponta que o papel dos gestores é dar segurança para viver com a Covid-19 no pós-pandemia.  

O documento promete erradicar a dengue e ter plano emergencial de doenças virais, ampliar vagas em creches e aumentar o número de guardas municipais e agentes do trânsito.  

 

THIAGO ASSAD (PCO)

Número de páginas: 37

Resumo: Thiago Assad (PCO) propõe o que ele chama de “revolução” e afirma que os problemas da classe operária não serão resolvidos pelo voto. Ele chama o capitalismo de decadente e conclama a classe operária à reação contra o “caráter reacionário e opressor do Estado burguês” .

 

LOESTER TRUTIS (PSL)

Trutis teve sua candidatura indeferida ontem, mas ele tinha um plano: redução do número de secretarias, redução do número de comissionados; recadastramento de todos os funcionários ativos da prefeitura em busca de funcionários fantasmas; congelar os salários do prefeito e da vice-prefeita; promover a valorização do bom servidor e do serviço público de qualidade e, por fim, destinar verbas do Carnaval para entidades filantrópicas.

 * O candidato Vinícius Siqueira (PSL), confirmado até agora pela Justiça Eleitoral, ainda não apresentou seu plano. 

 

Comentário

Flávio Bolsonaro vota a favor da PEC das Drogas e ironiza: 'Homenagem à harmonia entre Poderes'

A PEC de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estipula como crime tanto a posso como o porte de drogas

17/04/2024 21h00

Flávio e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução/Redes Sociais

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que voto a favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de droga no País é "em homenagem à harmonia e independência entre os Poderes". Nesta terça-feira, 16, o Senado aprovou a PEC que vai na contramão da proposta do Supremo Tribunal Federal (STF) que julga processo que pode descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal.

A PEC é uma resposta do Congresso ao julgamento ao STF que debate a legalidade do artigo nº 28 da Lei de Drogas, que determina a punição para o usuário de entorpecentes. Na regulamentação, não há uma definição sobre a quantidade de droga que deve diferenciar o uso do tráfico de drogas, o que provocou a discussão da Corte para a criação de um parâmetro que possa distinguir as ocorrências.

"Sei que está difícil gerar emprego nesse país, mas a gente não pode concordar em legitimar a profissão de ‘aviãozinho do tráfico’. Com esse parâmetro que parece que vai ser estabelecido pelo Supremo, vai ter uma esquadrinha do tráfico no Brasil inteiro, vários aviãozinho levando droga até o usuário final", ironizou o senador durante votação.

Flávio Bolsonaro apresentou as orientações do Partido Liberal (PL) que, segundo ele, é voto sim "a favor da vida". "O que eu não quero para minhas filhas, eu não obviamente não posso votar aqui para atingir os filhos dos outros. Em terceiro, o PL encaminha o voto sim em homenagem a um debate ponderado e justo. Não tem ninguém preso, nesse Brasil, por consumo de drogas".

A PEC de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estipula como crime tanto a posso como o porte de drogas. O texto não faz diferenciação sobre quantidade. Desta forma, considera ato criminoso portar ou possuir qualquer quantidade de entorpecente.

O texto prevê a diferenciação entre quem apenas usa qualquer tipo de droga, incluindo a maconha, e quem trafica as substâncias, mas a diferenciação não descriminaliza o uso. A partir da distinção, são previstas penas diferentes: mais rigorosas para quem vende e mais brandas para o usuário, incluindo tratamento para os dependentes químicos e penas alternativas à prisão.

Campo Grande

Adriane Lopes não confirma apoio de Bolsonaro à sua pré-candidatura: "é um anseio nosso"

Atual prefeita, no PP, e ex-deputado Rafael Tavares, do PL, disputam apoio do ex-presidente nas eleições para prefeito da Capital

17/04/2024 20h14

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes João Gabriel Vilalba

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), disse ao Correio do Estado que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua pré-candidatura à reeleição para o cargo que ocupa, ainda não está confirmada, mas que é um “anseio” dela e do partido que ela faz parte do quadro. 

Ao ser perguntada se ela acredita que contará com o apoio de Bolsonaro nestas eleições, que também é disputado por seu correligionário Rafael Tavares, ex-deputado estadual e também pré-candidato a prefeito, Adriane disse que o apoio do ex-presidente e do PL é uma construção. “Nós gostaríamos de caminhar juntos. Direita e centro-direita”, afirmou. 

Adriane também disse que a negociação pelo apoio da candidatura dela ocorre por meio das cúpulas partidárias. “O Ciro (Nogueira, presidente do PP), o Valdemar (da Costa Neto, presidente do PL) presidente do PL, tem conversado”, afirmou Adriane. 

Em Brasília, a Senadora Tereza Cristina (PP), tem atuado em favor da aliança entre PP e PL. Por outro lado, o ex-deputado estadual Rafael Tavares, cassado pela Justiça Eleitoral porque o partido pelo qual havia sido eleito, o PRTB, não cumpriu a cota feminina em 2022, também se coloca na disputa. Já até tirou foto com Bolsonaro em Brasília, e disse que no mês que vem, terá o posto confirmado pelo ex-presidente. 

Além de Adriane Lopes e Rafael Tavares, também disputa o apoio de Jair Bolsonaro o deputado estadual João Henrique Catan. Em meio a tudo isso, integrantes da direita e extrema direita tentam organizar apenas uma candidatura do bloco, pois temem que uma possível divisão dos votos, poderia deixar um dos candidatos, ou até todos eles, fora de um eventual segundo turno. 

Também se colocam como pré-candidatos à prefeitura o ex-prefeito e ex-governador, André Puccinelli (MDB), o deputado federal Beto Pereira (PSDB), a deputada federal Camila Jara (PT), a ex-deputada federal e superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), e nomes como o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, recém filiado ao PSD, passaram a ser cogitados como pré-candidatos. 

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