Política

Corumbá em 2012

Ganhar eleição em Corumbá é meta do governador

Ganhar eleição em Corumbá é meta do governador

Sílvio Andrade, Corumbá

26/12/2010 - 02h10
Continue lendo...

Ganhar a prefeitura de Corumbá em 2012 é uma questão de honra para o governador André Puccinelli (PMDB). Para conquistar o objetivo, ele aposta no racha do PT entre os grupos do senador Delcídio do Amaral e do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira. O PMDB apoiou o PT nas duas eleições de Ruiter, contudo não teve espaço na sua administração.

Focado na sucessão, Puccinelli já interpelou a família Trad sobre um suposto apoio ao candidato de Ruiter, que pode ser o deputado estadual Paulo Duarte. Em troca de emendas parlamentares, o prefeito tem compromisso político com o deputado federal Nelson Trad e seria um nome para vice de Nelsinho Trad na disputa ao governo, em 2014. Ao aproximar-se dos Trad, Ruiter também busca sustentação política, hoje enfraquecida.

A decisão do governador não é apenas estratégia para fortalecer o PMDB e foi tomada após a cisão com o PT corumbaense. Puccinelli não aceita a posição do prefeito de impedir que o Estado construísse 1.200 casas populares em Corumbá. Ruiter negou o terreno prometido em ato público e depois pediu na Justiça a demolição das casas. O governador tomou uma área que o Estado havia cedido ao município e rompeu com o prefeito.

O PMDB tem pelo menos três nomes fortes à sucessão, um deles o do ex-prefeito Ricardo Candia, hoje secretário em Campinas. O partido não descarta uma nova composição política para derrotar Ruiter e Paulo Duarte, ligados ao grupo do ex-governador José Orcírio dos Santos (PT). Essa frente depende do futuro do PT no município, que terá inevitável intervenção do senador Delcídio do Amaral.

"Sigla não é obstáculo", afirmou o presidente do diretório municipal do PMDB, Otávio Philbois. "Vamos ter candidato, mas podemos apoiar um nome que não seja do partido. Essa composição vai passar, com certeza, por interesses maiores e regionais, envolvendo a sucessão de Campo Grande e também 2014", acrescentou o dirigente. "São sucessões que têm como fiel de balança o prefeito Nelsinho Trad e Delcídio."

Única opção
Os peemedebistas acusam Ruiter de ter interferido na executiva para garantir a reeleição, com promessa de cargos, obrigando o diretório a agir traumaticamente para excluir companheiros contaminados pelo poder. Hoje, o PMDB participa do governo municipal apenas com o vice, Ricardo Eboli, outro nome à sucessão. "O PT não fez uma aliança administrativa, mas para atender momentaneamente o Ruiter", diz Philbois.

Sem apoio da Câmara de Vereadores e contando apenas com a liderança do deputado Paulo Duarte em seu grupo, o prefeito corumbaense precisa fazer o sucessor para não interromper seu projeto político. Reeleito com mais de 40 mil votos, dos quais 20 mil somente em sua cidade, Duarte é a única opção de Ruiter. O deputado admite ser candidato, mas, se eleito, a região ficaria sem representante na Assembleia Legislativa.

"Vou participar ativamente do processo sucessório, como candidato ou não, não depende de mim", afirmou o parlamentar a um jornal local, acrescentando que não faz projeto individual. Duarte rechaçou a possibilidade de disputar a Prefeitura de Campo Grande, onde reside há mais de 20 anos, e avaliará com cautela o confronto que poderá ter com o grupo do senador Delcídio.

A ruptura entre os grupos do prefeito e do senador evidenciou-se após a campanha eleitoral deste ano. O entendimento aparente não vai além de interesses, já que Delcídio continua levando recursos federais para a cidade. Ruiter e Paulo o acusam de não apoiar a candidatura do ex-governador José Orcírio e aproximar-se de Puccinelli. O senador corumbaense inclui o PMDB no seu projeto de ser o governador em 2014.

Política

Adriane Lopes entra na Justiça para reverter aumento de 96% do próprio salário

A prefeita de Campo Grande ingressou, nesta quarta-feira (15), com um pedido de suspensão da lei que aumenta o salário dela de R$ 21,2 mil para R$ 41,8 mil a partir de fevereiro

16/01/2025 17h00

Arquivo Correio do Estado

Continue Lendo...

Após ter um aumento de salário de 96,8%, por meio de medida aprovada no dia 28 de fevereiro de 2024 na Câmara Municipal de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP) ingressou na Justiça com uma ação na tentativa de barrar o reajuste.

Como acompanhou o Correio do Estado, a medida foi aprovada no ano anterior por 26 votos favoráveis e dois contrários. Com isso, no primeiro mês do segundo mandato, o salário da prefeita passará de R$ 21.263,62 para R$ 41.845,48.

Além do salário dela, todo o primeiro escalão e vários servidores de diversas secretarias também terão direito ao reajuste salarial. Com a enxurrada de críticas, a chefe do Executivo Municipal chegou a se opor ao próprio aumento e sugeriu que recorreria à Justiça para tentar impedir o reajuste.

Caso não conseguisse, pretendia manter o salário atual de R$ 21.263,62 e doar o restante para instituições das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social.

No texto da ação direta de inconstitucionalidade, foi apresentado o projeto de autoria da Mesa Diretora da Câmara, que também aumenta os seguintes salários:

  • Prefeito(a): R$ 41.845,48
  • Vice-prefeito: R$ 37.658,61
  • Secretários Municipais: R$ 35.567,50
  • Dirigentes de autarquias: R$ 35.567,50

"É importante destacar que o projeto de lei que fixou os subsídios é de competência exclusiva da Câmara Municipal de Campo Grande, conforme previsão contida no artigo 23, inciso VII, da Lei Orgânica do Município, e no inciso V, do parágrafo único do art. 152, do seu Regimento Interno."

Embora a Constituição Federal permita que os subsídios de prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais sejam fixados por lei da Câmara Municipal, a alegação é de que não houve estudo sobre o impacto orçamentário-financeiro.

"Como se vê no documento anexado à f. 13 do Projeto de Lei n.º 10.879/2023, ele não traz qualquer informação sobre a estimativa do impacto orçamentário-financeiro do aumento dos subsídios no exercício de 2025, considerando a sua vigência a partir de 1.º deste ano, e muito menos dos dois anos subsequentes. Isso caracteriza expressamente o vício apontado, uma vez que o documento anexado não cumpre o regramento do artigo 113 da ADCT."

Ainda, segundo o procurador-geral do município, Marcelino Pereira da Silva, o intuito da medida cautelar contra o aumento salarial tem como base os prejuízos que podem acabar sendo causados à economia do município, afetando desde a reestruturação de órgãos municipais até a aplicação de verbas em outros setores de interesse da população.

Assine o Correio do Estado

PREFEITURA

Com pouco dinheiro em caixa, Dourados pode atrasar salários

O prefeito prometeu conseguir recursos para quitar a folha deste mês até o dia 30, ou seja, antes do 5º dia útil de fevereiro

16/01/2025 08h00

O prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB), enfrenta problemas com as despesas do município

O prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB), enfrenta problemas com as despesas do município Foto: Divulgação

Continue Lendo...

Com quase 10 mil servidores públicos, entre ativos e inativos, a prefeitura municipal de Dourados não tem até o momento recursos necessários para honrar os R$ 52 milhões referentes à folha de pagamento deste mês do funcionalismo – que tem de ser quitada até o quinto dia útil do mês que vem.

“Hoje, não tem dinheiro para pagar, mas vou conseguir. Não vou deixar atrasar o salário e pretendo pagar dentro deste mês ainda”, disse ontem o prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB), ao Correio do Estado, revelando que pegou o Executivo municipal com o cofre praticamente vazio.

Para honrar o compromisso, o gestor tucano deve deixar de pagar os fornecedores e, além disso, suspendeu todas as contratações e exonerou mais de 600 comissionados: “A verdade é o seguinte, não precisa desse número enorme de comissionados que tinha. Isso é fato”.

Segundo ele, “o serviço público, de uma forma geral, se acostumou a tratar a prefeitura como se fosse a ‘Casa da Mãe Joana’”.

“Todo mundo vai para lá, mesmo não tendo serviço, mesmo não tendo trabalho, só para ganhar o salário no fim do mês, indicado por fulano ou por ciclano. Isso na minha administração não vai existir”, avisou o prefeito.

Outra medida para equilibrar as contas do Executivo municipal será a revisão de projetos da antiga gestão e de contratos de empréstimo, como os que foram feitos com o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).

COFRE VAZIO

O Correio do Estado apurou que, atualmente, a prefeitura de Dourados tem no cofre cerca de R$ 15 milhões, ou seja, há um deficit de R$ 37 milhões. Portanto, para conseguir saldar a folha deste mês do funcionalismo, o chefe do Executivo terá de levantar o restante com a arrecadação própria.

A princípio, Marçal Filho espera boa parte desse montante via pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da parcela que o governo estadual repassa do pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

Com esses recursos, o prefeito espera depositar o pagamento do salário deste mês dos servidores até o dia 30 para ser sacado no dia seguinte, mesmo tendo até o dia 7 de fevereiro para efetuar o pagamento.

A reportagem levantou que o montante de R$ 15 milhões poderia ser maior, porém, o Executivo municipal teve de pagar, na terça-feira, R$ 7.812.726,30 para a Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud), que administra o Hospital da Vida e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas.

Parte do dinheiro foi usado para pagar a folha de dezembro do ano passado dos 712 servidores, mais médicos e prestadores de serviço – cerca de R$ 1,6 milhão –, enquanto o restante – R$ 6,2 milhões – foram para o custeio das duas unidades de saúde e compra de insumos.

O Correio do Estado apurou que o ex-prefeito de Dourados Alan Guedes (PP) teria deixado para o atual prefeito cerca de R$ 160 milhões de dívidas para serem pagas a curto prazo, incluindo restos a pagar, como encargos previdenciários e consignados, bem como a Funsaud.

No caso específico da Funsaud, a atual gestão municipal teve de habilitar os novos responsáveis junto às instituições financeiras e ao Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), caso contrário, os servidores, os médicos e os prestadores de serviços continuariam sem receber a folha de dezembro.

De acordo com levantamento da reportagem, a dívida da Funsaud estaria em torno de R$ 100 milhões e, por isso, o prefeito deve solicitar uma auditoria para verificar o número de servidores necessários, bem como o rombo existente.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).