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Harfouche ataca, sem provas, sistema eleitoral e imprensa de Campo Grande

À moda de Donald Trump e com candidatura indeferida, procurador não poupa nem o Judiciário

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Atitudes similares às do presidente norte-americano Donald Trump (Republicanos), que questionou o processo eleitoral de seu país e continua questionando após a vitória de Joe Biden (Democratas), têm feito escola em Campo Grande. 

O procurador de Justiça licenciado e candidato a prefeito de Campo Grande, Sérgio Harfouche (Avante), questionou o processo eleitoral convocando 2 mil voluntários para que vão às zonas eleitorais fiscalizar o processo eleitoral na Capital. 

Nas palavras do candidato, que teve a candidatura indeferida em duas instâncias no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), afirmou que “esse pessoal é capaz de tudo”, se referindo a uma suposta interferência nas urnas eletrônicas.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), João Maria Lós, reitera que o processo eleitoral é seguro e que nunca houve sequer uma denúncia de fraude.

Harfouche, porém, não hesita em atirar verbalmente contra tudo e todos. 

Sobre o indeferimento de sua candidatura, que nesta sexta-feira informou que protocolaria recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o procurador referiu-se ao que chama de “oligarquia Trad”, que segundo ele pode ter sido decisiva na decisão de indeferimento do seu nome na corrida eleitoral. 

“A oligarquia Trad não quer sair do poder e quando observa um nome forte como o meu tenta de qualquer forma me tirar de uma corrida eleitoral legítima, querendo ganhar no tapetão. Mesmo respeitando o TRE, eu acredito que fui vítima de um julgamento político, pois temos precedentes de uma decisão favorável. Todos os magistrados que votaram nesse julgamento, pelo jeito, já tinham uma ideia formatada. Agora irei lutar até a última instância para que meu direito de disputar as eleições seja garantido”, lamentou.

Assim como Trump, nos EUA, e o presidente Jair Bolsonaro, no Brasil, o candidato também atacou alguns veículos de imprensa, acusando-os de propagar fake news sem prova e que normalmente são notícias que desagradam sua base, bem como o Judiciário. 

“Alguns veículos de imprensa publicam informações que não condizem com a verdade, o que mancha um processo eleitoral limpo. 

Não são todos, porém alguns são de imprensa marrom. O Judiciário está contaminado também, os magistrados não olharam meu caso de forma jurídica, como já afirmei”, lamentou.

POSTURA

Com essa postura, Harfouche tenta se posicionar dentro do espectro de uma direita conservadora, que questiona as instituições com frequência. Durante a última coletiva concedida, por diversas vezes ele cita o nome do presidente Jair Bolsonaro. 

Contudo, ele acaba utilizando a mesma estratégia da ala mais ideológica bolsonarista de atacar instituições que acredita estarem a serviço do chamado “establishment”. 

Ou seja, eles acreditam que exista um grupo de empresários, meios de comunicação e políticos que controlam os rumos da cidade, do Estado e do País.

Impugnação

A candidatura de Harfouche foi indeferida em outubro, pelo juiz da 53ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, pois para ele o procurador deveria ter deixado o Ministério Público de Mato Grosso do Sul ou se aposentado para concorrer ao pleito. 

O pedido de impugnação contra Harfouche foi solicitado por Marcos Trad (PSD) e Esacheu Nascimento (PP).

O candidato recorreu da decisão, mas o pleno negou o recurso por cinco votos a um. A juíza Monique Marchiori Leite foi a única a votar a favor do provimento do recurso. Assim, a Justiça Eleitoral manteve decisão que indeferiu o registro de candidatura para a prefeitura da Capital. 

Em seu parecer, o relator do processo, juiz Juliano Tannus, votou pela manutenção da impugnação, afirmando que a emenda constitucional de 2004 – que proíbe que os membros do MP concorram a cargos eletivos – é clara. 

No relatório, o magistrado afirmou ainda que os integrantes do órgão só podem concorrer a um cargo eletivo mediante exoneração ou aposentadoria.

Já o advogado de defesa de Harfouche, Vinícius Monteiro de Paiva, alegou que o Conselho Nacional do Ministério Público fixou a aplicação dos efeitos da emenda apenas aos que ingressaram após a sua publicação. 

Como seu cliente ingressou na promotoria em 1992, não seria afetado pela legislação atual.

CAMPO GRANDE

PDT teria batido martelo para apoiara pré-candidatura de Rose Modesto

Com provável desistência da pré-candidatura de Lucas de Lima, partido não aceita apoiar nenhum candidato do PSDB

28/03/2024 08h00

A ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) pode ganhar o apoio do PDT nas eleições deste ano Reprodução

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O PDT de Mato Grosso do Sul já teria batido o martelo para apoiar a pré-candidatura da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) para prefeita de Campo Grande nas eleições do próximo dia 6 de outubro.
Conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, o partido teria em mãos pesquisas qualitativas e quantitativas muito promissoras em relação ao sucesso da pré-candidatura da superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste.

Além disso, de acordo com essas mesmas fontes, tanto o diretório estadual, quanto o nacional não nutre qualquer tipo de proximidade com o PSDB e, portanto, um provável apoio da legenda para a pré-candidatura do deputado federal Beto Pereira a prefeito de Campo Grande está descartado.

O Correio do Estado ainda ouviu interlocutores próximos a Rose Modesto sobre essa possível aliança do União Brasil com o PDT nas eleições municipais na Capital e foi informado que as chances são muito grandes.

Para a reportagem, o presidente estadual do PDT, Cadu Gomes, disse que o partido ainda considera o deputado estadual Lucas de Lima como pré-candidato a prefeito de Campo Grande, porém, admitiu que está conversando com a titular da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).

“Temos o nosso pré-candidato a prefeito, que é o Lucas de Lima, mas tivemos conversas preliminares com a Rose, pois ela sempre respeitou nossa decisão de manter candidatura própria”, declarou.
Cadu Gomes acrescentou ainda que Rose Modesto “é uma pessoa que valoriza profundamente a educação e os trabalhadores, que são nossas principais bandeiras”.

“Se eventualmente ocorrer a desistência de Lucas, faremos uma análise cuidadosa, pois nosso apoio será destinado ao candidato que apresentar um projeto genuíno para a cidade e seus cidadãos, e não apenas um projeto de poder. Reforço que nossa prioridade é termos o Lucas como candidato e sempre trabalhamos com essa possibilidade”, reforçou.

FATOR MARQUINHOS

O presidente estadual do PDT ainda fez questão de acrescentar que a filiação do ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), ao partido já está definida. 

“Estamos atualmente preparando um evento de filiação que está agendado para os próximos dias e será comunicado à imprensa”, pontuou Cadu Gomes.

Ao Correio do Estado, Lucas de Lima confirmou que está estudando a desistência da pré-candidatura a prefeito em Campo Grande e o motivo seria a filiação de Marquinhos Trad.

“Estou analisando junto com a minha base, mas ainda continuo com a pré-candidatura. Porém, me prometeram que eu iria assumir a presidência estadual do partido e até agora não aconteceu”, reclamou.

Presidente municipal do PDT na Capital, ele voltou a afirmar que não quer o apoio de Marquinhos Trad. 
“Estou acompanhando o desenrolar dos acontecimentos. Me sinto desprestigiado se isto estiver realmente acontecendo”, lamentou.

Lucas de Lima disse que vem trabalhando na construção da sua pré-candidatura há muito tempo e não deseja contar com o apoio do ex-prefeito. 

“Isso vai contra todo o meu projeto de ser novidade, de apresentar à população de Campo Grande algo sem a velha política”, concluiu o parlamentar ainda com esperança de reveter o atual quadro em sua legenda.

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Política

Jair Renan Bolsonaro vira réu sob acusação de fraude em empréstimos bancários

Segundo o MPDFT, a empresa de Renan, a RB Eventos e Mídia, apresentou números falsos, que indicavam faturamento da empresa no valor de R$ 4,6 milhões entre 2021 a 2022

28/03/2024 07h45

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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal tornou réu Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e outras cinco pessoas sob a acusação dos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso para a obtenção de empréstimos bancários em nome de uma empresa de eventos.

A denúncia do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) foi recebida pela 5ª Vara Federal do TJDFT na última segunda-feira (25). A partir do momento em que ocorrer a intimação de forma presencial, as defesas terão dez dias para apresentar as primeiras respostas.

Entre os réus está Maciel Alves de Carvalho, ex-empresário e ex-professor de tiro do filho 04 de Bolsonaro.
O advogado Admar Gonzaga, que defende Jair Renan, afirmou que ele foi vítima de um golpe montado por uma pessoa, que apenas depois se soube ser conhecida pela polícia e pela Justiça. De acordo com ele, tudo ficará esclarecido no curso do processo, no qual a defesa apresentará provas e fundamentos a respeito.

Já a defesa de Maciel afirmou que "acredita na inocência de Maciel e provará no curso processual".
A denúncia se baseou em investigação da Polícia Civil do Distrito Federal, que indiciou Renan e os demais suspeitos no início deste ano.

Segundo o MPDFT, a empresa de Renan, a RB Eventos e Mídia, apresentou números falsos, que indicavam faturamento da empresa no valor de R$ 4,6 milhões entre 2021 a 2022, a uma instituição financeira para lastrear os empréstimos.

A investigação aponta que foram formalizadas três transações em nome da RB. A primeira foi de cerca de R$ 157 mil, a segunda de R$ 250 mil e a terceira de R$ 291 mil.

De acordo com investigadores, Renan teria usado parte dos valores levantados com essas operações financeiras para pagar faturas de cartões de crédito da empresa.

Os suspeitos teriam forjado informações empresariais, incluindo a suposta maquiagem no faturamento da empresa, usando dados de contadores sem o consentimento destes profissionais.

O esquema para viabilizar os empréstimos ainda envolveria a transferência de recursos por meio de contas laranjas, abertas em nome de pessoas fictícias.

A apuração na fase policial apontou a "existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro, 'testa de ferro' ou 'laranja', para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas 'fantasmas', utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas".

Dois dos investigados, segundo os autos do inquérito, usavam uma identidade falsa (nome Antonio Amancio Alves Mandarrari) para abertura de conta bancária e para figurar como proprietário de empresas na condição de "laranja" com o objetivo de movimentar valores obtidos pelo grupo.

Em agosto passado, o filho do ex-presidente foi alvo de buscas no bojo dessa apuração. Policiais apreenderam celulares, HDs e documentos em endereços ligados a ele em Brasília e Balneário Camboriú (SC).

Em processo paralelo à investigação, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal intimou Renan e a RB em fevereiro passado a pagar à instituição financeira que liberou os empréstimos dívida pendente no valor de R$ 360 mil.

"Esta decisão tem força de certidão de admissão da execução, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos à penhora ou arresto", escreveu à época o juiz João Batista Gonçalves da Silva.

Renan foi alvo de outras apurações, por suspeitas de tráfico de influência, em troca de propina, junto a órgãos do governo então comandado pelo pai. O filho 04 de Bolsonaro negou as acusações de recebimento de valores ilícitos e de defender interesses empresariais junto ao Executivo.

"Eu me sinto revoltado com tudo isso que tá acontecendo. Nunca recebi nenhum cargo, nenhum dinheiro, nunca fiz lavagem de dinheiro, e estão tentando me incriminar numa coisa que não fiz", afirmou na ocasião.

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