Política

CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO

José Dirceu e outros 14 se tornam réus na Lava Jato

Juiz Sérgio Moro aceitou denúncia do MPF e iniciou nova ação penal

G1

15/09/2015 - 16h38
Continue lendo...

O juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta terça-feira (15) denúncia contra o ex-ministro José Dirceu e outras 14 pessoas dentro da Operação Lava Jato. A acusação foi apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) no início do mês.

Com a aceitação, todos os envolvidos passam a ser réus e começam a responder pelos crimes acusados. 

A denúncia tinha por alvo 17 pessoas, mas Moro não recebeu a acusação contra a filha de José Dirceu Camila Ramos e contra a arquiteta Daniela Leopoldo e Silva Facchini.

Segundo Moro, não há provas de que ambas tinham ciência de que receberam benefícios de um esquema de corrupção.

Veja a lista de réus e as acusações:

- Cristiano Kok, presidente de Engevix Engenharia: organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
- Fernando Antonio Guimarães Horneaux de Moura, lobista suspeito de representar José Dirceu na Petrobras: organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
- Gerson de Mello Almada, ex-vice-presidente da Engevix: corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
- João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT: corrupção passiva qualificada.
- José Adolfo Pascowitch, operador do esquema: organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro,
- José Antunes Sobrinho, executivo da Engevix: corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
- José Dirceu de Oliveira e Silva, ex-ministro da Casa Civil: organização criminosa, corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro.
- Júlio César dos Santos, ex-sócio minoritário da JD Consultoria: organização criminosa e lavagem de dinheiro.
- Júlio Gerin Camargo, lobista e delator da Lava Jato: lavagem de dinheiro.
- Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão e sócio de Dirceu na JD Consultoria: organização criminosa e lavagem de dinheiro.
- Milton Pascowitch, operador do esquema e delator da Lava Jato: organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
- Olavo Horneaux de Moura Filho, operador: organização criminosa e lavagem de dinheiro.
- Pedro José Barusco Filho, ex-gerente da Petrobras: corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro.
- Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobras: corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro.
- Roberto Marques, ex-assessor de Dirceu: organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Conforme o despacho, metade das propinas acertadas pela Engevix Engenharia com a Diretoria de Serviços da Petrobras no esquema de corrupção era a destinada a agentes da estatal, e a outra metade ia Partido dos Trabalhadores.

O dinheiro, segundo a denúncia, era recolhido pelo então tesoureiro da legenda João Vaccari Neto, por solicitação do então diretor Renato Duque.

"Ainda segundo a denúncia, parte das propinas acertadas (...) era destinada ao
acusado José Dirceu de Oliveira e Silva e a Fernando Antônio Guimarães Hourneaux
de Moura, por serem responsáveis pela indicação e manutenção de Renato Duque no
referido posto", escreveu Moro. A parte que cabia aos dois vinha da parcela do partido, de acordo com a acusação.

O juiz ainda ressalta que foram deixados de fora da denúncia os possíveis pagamentos de vantagens indevidas a autoridades com foro privilegiado.

"Não obstante, quanto a estes fatos, tanto o crime de corrupção ativa, quanto o crime de corrupção passiva, são da competência do Supremo Tribunal Federal. Já tramitam por aquela Suprema Corte os processos pertinentes", observou.

Política

Dino diz que decisão da 1ª Turma que manteve ação contra Ramagem não viola separação de poderes

Após a decisão, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu entrada em um processo no STF alegando que os ministros violaram o princípio da separação de poderes

14/05/2025 21h00

VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

Continue Lendo...

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quarta-feira, 14, a decisão da Primeira Turma que contrariou a Câmara e manteve a tramitação da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os demais líderes do plano de golpe.

Após a decisão, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu entrada em um processo no STF alegando que os ministros violaram o princípio da separação de poderes.

Flávio Dino afirmou que, se o STF não pudesse analisar decisões do Congresso, haveria a "dissolução da República".

"Esses dias a Primeira Turma, presidida pelo ministro Zanin, em tema relatado pelo eminente ministro Alexandre de Moraes, se defrontou com esta ideia, de que a separação de poderes impediria a Primeira Turma de se pronunciar sobre uma decisão da Câmara dos Deputados. Ora, se assim fosse, nós teríamos uma dissolução da República", afirmou.

Flávio Dino defendeu que a separação dos poderes não pode chegar ao ponto de suprimir o controle jurisdicional e ironizou: "Ora, se assim fosse, nós teríamos uma dissolução da República. Porque aí cada Poder e cada ente federado faz a sua bandeira, o seu hino, emite a sua moeda e aí, supostamente, se atende a separação dos poderes."

A Constituição autoriza a Câmara e o Senado a suspenderam o andamento de processos criminais contra parlamentares, desde que a decisão tenha o apoio da maioria do plenário da Casa Legislativa.

Como Ramagem é um dos réus, a Câmara aprovou a suspensão da ação do golpe, em uma tentativa de beneficiar também os demais alvos do processo, incluindo o ex-presidente, mas a Primeira Turma do STF considerou que a prerrogativa é "personalíssima", ou seja, vale apenas para parlamentares no exercício do mandato e não se estende a outros réus no mesmo processo.

Os ministros também reafirmaram que a regra vale apenas para crimes posteriores à diplomação. Por isso, mantiveram a tramitação do processo, ressalvando os crimes posteriores à diplomação de Ramagem.

Dois crimes imputados ao deputado no processo são posteriores à diplomação - dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. São os crimes relacionados aos atos de vandalismo do 8 de Janeiro de 2023. Em relação a eles, o STF suspendeu o processo até o fim do mandato.

O deputado também responde por outros três crimes - organização criminosa armada, golpe de estado e tentativa de abolição violenta do estado democrático - relacionados às supostas articulações do plano de golpe. Esses vão tramitar normalmente.
 

Assine o Correio do Estado

Polícia Federal

Ex-presidente da OAB-MT é alvo de operação contra venda de sentenças no STJ

Um dos investigados pela PF aparece Operação Ultima Ratio, que tem o TJ de Mato Grosso do Sul como alvo

14/05/2025 17h07

Ussiel Tavares, ex-presidente da OAB-MT, é investigado pela PF

Ussiel Tavares, ex-presidente da OAB-MT, é investigado pela PF Arquivo

Continue Lendo...

A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (13) uma nova fase da Operação Sisamnes, que apura a suspeita de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A ação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e resultou no cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão. 

Entre os alvos está o advogado Ussiel Tavares, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT). A decisão judicial também determinou o sequestro de até R$ 20 milhões em bens dos investigados, além da apreensão de passaportes para evitar saídas do país.

De acordo com a Polícia Federal, as investigações apontam a existência de uma estrutura empresarial e financeira voltada à lavagem de dinheiro, com o objetivo de ocultar o pagamento de vantagens indevidas para influenciar decisões judiciais no STJ. A rede investigada teria sido usada para romper o vínculo direto entre os supostos pagadores de propina e agentes públicos. 

São apurados os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, evasão de divisas, operação de câmbio não autorizada e lavagem de dinheiro. O STJ informou que não houve diligências em suas dependências e que não comentará o caso, que tramita sob sigilo.

Ussiel Tavares afirmou, em nota, que não teve acesso à decisão judicial que embasou as buscas e que está à disposição das autoridades. A OAB-MT declarou que acompanha a investigação para garantir o respeito às prerrogativas dos advogados e ao devido processo legal.

A Operação Sisamnes teve início em novembro de 2023. Na primeira fase, a PF prendeu o empresário Andreson Gonçalves, apontado como responsável por intermediar supostos acordos com integrantes do Judiciário. 

Na mesma etapa, foram realizadas buscas em endereços ligados a auxiliares de ministros do STJ. Servidores do tribunal foram afastados de suas funções e também são investigados administrativamente.

No mês seguinte, uma segunda fase da Sisamnes teve como foco a investigação de transações imobiliárias suspeitas ligadas ao esquema. A Justiça determinou o sequestro de bens de um magistrado e o afastamento de servidores do Poder Judiciário. 

Em março deste ano, uma terceira etapa mirou um grupo suspeito de comercializar informações sigilosas de investigações conduzidas no STJ. Segundo a PF, esse núcleo teria criado uma rede clandestina de monitoramento e repasse de dados com o objetivo de frustrar operações policiais.

 

Mato Grosso do Sul

Andreson Gonçalves, preso na primeira fase da Sisamnes, também é investigado na Operação Ultima Ratio, deflagrada em 2024, que apura a suposta intermediação de decisões judiciais em Mato Grosso do Sul. Nesta investigação paralela, ele é apontado como elo entre advogados e magistrados em negociações envolvendo a venda de sentenças em processos de interesse de grupos empresariais no estado.

A Operação Sisamnes foi batizada em referência a um episódio da mitologia persa sobre o juiz Sisamnes, que foi executado por aceitar suborno. (Com Estadão Conteúdo)

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).