Política

CORRUPÇÃO NA PETROBRAS

Juiz Sérgio Moro envia ao STF nova suspeita contra Cunha

Preso na Lava Jato, suposto operador diz que fez transferência para conta de Cunha

G1

26/09/2015 - 15h50
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João Augusto Rezende Henriques, suposto operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, afirmou em depoimento à Polícia Federal que fez uma transferência ao exterior para uma conta do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Henriques foi ouvido pela PF na sexta-feira (25), após ser preso na 19ª fase da Operação Lava Jato.

Procurado pela reportagem, o advogado de Cunha não foi encontrado para comentar o assunto. Cunha participou neste sábado (26) do evento de filiação da senadora Marta Suplicy ao PMDB, mas não quis falar aos jornalistas.

A defesa de João Henriques afirmou que ele é engenheiro, nunca foi operador e nem pagou propina para nenhum partido. Afirmou, ainda, que sobre a compra do campo de exploração, Henriques não sabia à época de quem era a conta onde o depósito foi feito. Por fim, garantiu que todos os serviços investigados foram prestados.

O juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma nova suspeita contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, nas investigações do caso.

Em despacho decretando a prisão preventiva do suposto operador do PMDB no esquema João Augusto Rezende Henriques, Moro escreve que Henriques confirmou pagamento de propina a um agente político, com foro privilegiado, já investigado pela Lava Jato. Segundo procuradores ligados à investigação, esse agente político é Cunha. A informação foi publicada na edição deste sábado no jornal “O Estado e S. Paulo”

“Relativamente a esta transferência, que não diz respeito ao contrato que é objeto da ação penal (...) remeterei, de imediato, cópia do depoimento ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para as apurações necessárias”, afirmou Moro em seu despacho.

Eduardo Cunha foi acusado pela Procuradoria Geral da República pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a Procuradoria, Cunha recebeu propina de contratos firmados entre a Petrobras e fornecedores da estatal.

Investigadores da Lava Jato informaram ainda que o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, confirmou em depoimento de delação premiada que Cunha (PMDB-RJ) recebeu propina de pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras.

19ª fase

A 19ª etapa da Lava Jato, deflagrada na segunda-feira (21), foi considerada um avanço em relação à investigação de outras três etapas da operação. A Polícia Federal associa o nome de João Henriques ao PMDB, uma vez que ele agiria como operador do partido. A direção do PMDB afirma que jamais autorizou ninguém a agir como intermediário, lobista ou operador junto à Petrobras.

“Esse operador é investigado por intermediar o pagamento de propinas com destaque, especificamente, por um contrato de compra de navios-sonda pela Petrobras no valor de mais de 1,8 bilhão de dólares, em que a propina ultrapassa 30 milhões de dólares”, disse o delegado Igor Romário de Paula.

Segundo o Ministério Público Federal, que pediu a prisão preventiva, o depoimento de Henriques sugeriu que ele ainda mantém influência dentro da Petrobras através de amigos com cargos na estatal, e que ele também confirmou ter conhecimento de bastidores políticos envolvendo o PMDB.

Ao decidir pela prisão preventiva de Henriques, Sergio Moro afirma que há indícios do envolvimento dele em crimes relacionados a contratos da Petrobras. "Nessas atividades, remuneraria seus amigos, como ele mesmo admitiu, havendo indícios de que estes são ocupantes de cargos públicos", afirmou o juiz, que disse ainda que cabia a Henriques efetuar repasses a partidos políticos.

RÉU

João Rezende Henriques já é réu em uma ação penal oriunda da Lava Jato em que responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro – também é réu nesta ação Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área Internacional da Petrobras.

CRISE

Surra no caso do Pix obriga PT a refazer estratégias para as eleições

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva cobrou dos seus ministros medidas para reduzir os danos políticos

20/01/2025 08h00

Após pressão da oposição, Lula revogou decisão sobre o Pix

Após pressão da oposição, Lula revogou decisão sobre o Pix Divulgação: Agência Brasil

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A decisão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de revogar um ato normativo da Receita Federal que continha regras sobre coleta de informações de movimentações financeiras acima de R$ 5 mil, via Sistema de Pagamentos Instantâneos (Pix), foi mais uma derrota pública do seu governo, após uma forte pressão da oposição bolsonarista.

Preocupado com os reflexos negativos em sua popularidade depois da estrondosa repercussão nas mídias sociais do vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o presidente Lula cobrou de seus ministros a definição de uma nova estratégia para reduzir os danos políticos até as eleições gerais do próximo ano, quando deverá tentar a reeleição.

A situação evidenciou problemas para além da área de comunicação do Palácio do Planalto, que tinha acabado de trocar de mãos justamente para evitar situações semelhantes, como a repercussão negativa do polêmico episódio de tentativa da volta do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (Dpvat).

No caso do Dpvat, mais uma vez um equívoco do governo de Lula deixou brechas que foram muito bem exploradas pelo bolsonarismo, que conseguiu usar ações do Executivo para atingi-lo nas suas principais bandeiras, ou seja, de não penalização de quem ganha menos e, portanto, não pode pagar mais impostos.

GOTA D’ÁGUA

Agora, a crise em razão do Pix parece ser a gota d’água que faltava para o balde transbordar e trazer estragos políticos para o presidente Lula e também para as demais lideranças petistas nos estados, incluindo Mato Grosso do Sul, onde a legenda já sofre com o fato de a maioria do eleitorado ser extremamente conservadora, principalmente na capital Campo Grande.

Após o fraco desempenho dos candidatos petistas nas eleições municipais do ano passado em todo o Brasil, quando os eleitores deram um recado claro ao governo federal de que as questões prioritárias deixaram de ser as causas de justiça social, racial e de gênero e passaram a ser o aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores, Lula tem procurado desviar das pautas que possam provocar rusgas com o eleitorado conservador brasileiro.

Esse novo foco de atuação ganhou força para que o PT não chegue às eleições de 2026 como um alvo a ser abatido pela maioria do eleitorado nos quatro cantos do Brasil, como ocorreu em 2024, com raras exceções, sendo uma presa fácil para os candidatos da direita e da centro-direita.

No entanto, Lula terá dificuldade para convencer a ala petista que não pensa de forma tão liberal e ainda insiste em manter as velhas bandeiras das outras duas gestões do presidente. O PT mais radical se recusa a abraçar esse novo conceito de mundo que ajudou a eleger Donald Trump como o novo presidente dos Estados Unidos.

Dessa forma, a meta traçada pelo presidente da República de eleger o maior número possível de senadores e deputados federais em 2026 está seriamente ameaçada, principalmente em Mato Grosso do Sul, onde o deputado federal Vander Loubet (PT) vai tentar uma das duas cadeiras ao Senado.

CONCENTRANDO A CARGA

Ao contrário dessa ala petista mais radical, a oposição bolsonarista, por sua vez, tem concentrado a carga em iniciativas que afetam esse novo eleitorado, pois já enxergaram que a chave para os corações e mentes desse novo público é conjugar a economia com uma perspectiva moral, mostrando que a esquerda tem como objetivo atrapalhar a vida do cidadão.

Ao derrubar a resolução da Receita Federal, o governo Lula demonstrou “imaturidade política”, e o recuo foi um prato cheio para o bolsonarismo porque demonstrou que a medida poderia, sim, no futuro, virar mais uma tributação sobre quem ganha R$ 5 mil mensais.

Além do alcance orgânico de críticas vindas do vídeo do deputado mineiro e da família Bolsonaro, parlamentares da oposição também fizeram impulsionamento pago de publicações nas redes sociais, em especial no Instagram, sugerindo que o objetivo da medida da Receita seria “fiscalizar o Pix” e cobrar impostos sobre as movimentações, o que não constava na resolução.

CONTRA-ATAQUE

O resultado foi um balde de água fria no governo de Lula e no PT, que ainda estão contabilizando os reflexos negativos da crise junto aos trabalhadores informais e parcelas da classe média. Por isso, o governo já está desenvolvendo medidas como a criação às pressas de uma campanha publicitária e a ampliação na oferta de crédito para produtores rurais.

Na semana passada, Lula convocou uma reunião de emergência, com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Sidônio Palmeira (Secom) e o chefe da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, para “blindar” o Pix e tentar conter a oposição.

Agora, frentes distintas foram abertas para mitigar o prejuízo e uma campanha publicitária que já havia sido encomendada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) às agências sofreu uma modificação e vai explicar a revogação.

Porém, para a ala mais esclarecida do partido, o governo federal chega com a solução depois que o leite já foi derramado.

PETISTAS DE MS APOIAM MUDANÇA DE ESTRATÉGIA

Os petistas de Mato Grosso do Sul são favoráveis à mudança de estratégia política por parte do governo de Lula, que está de olho nas eleições gerais de 2026. O presidente estadual do partido, Vladimir da Silva Ferreira, disse ao Correio do Estado que o governo federal agora está reorganizando toda a sua coordenação política e a comunicação.

“Na minha opinião, tem de trabalhar em duas frentes. Fora as mídias tradicionais e as novas mídias, tem de ter uma presença efetiva dos representantes do governo nos estados, lançando e entregando tudo que o governo já fez nesses dois anos”, disse.

Ele completou que essa estratégia de terrorismo digital da oposição já é conhecida e o governo precisa agora acertar no remédio contra isso. Para a deputada federal Camila Jara (PT), a estratégia para 2026 do partido, assim como da bancada para este ano, está muito clara.

“Nós vamos entrar com um projeto de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Eu, com o gabinete compartilhado, já entrei com um projeto como esse. Nós vamos avançar para garantir que a gente possa ampliar os investimentos em saúde e infraestrutura e diminuir também os excessos do orçamento do Congresso para garantir que o investimento chegue lá na ponta”, afirmou.

Camila Jara ressaltou que o governo de Lula sempre teve lado, que é o lado das pessoas que lutam diariamente para pagar as contas.

“As nossas ações já estão muito bem alinhadas. Nós já enviamos para o Congresso o pacote de medidas que visa acabar com os supersalários e um pacote de medidas que vai avançar sobre os privilégios das aposentadorias dos militares. A gente precisa dar destaque para essas ações”, cobrou.

A deputada federal acrescentou que no começo deste ano já foi possível avançar sobre a regulamentação da reforma tributária, o que vai permitir que seja possível devolver o imposto pago sobre os itens de consumo para aquela parcela da população que mais precisa por meio do cashback. “Isso é uma grande vitória”, assegurou.

Ela ainda pontuou que o PT vai avançar corrigindo as distorções tributárias, fazendo que as pessoas que ganham acima de R$ 100 mil mensais é que paguem impostos.

“Vamos avançar com a isenção para todo mundo que ganha renda até R$ 5 mil”, prometeu.

Camila Jara completou que “não adianta a extrema direita querer enganar a população com essa história de taxação do Pix que não vai pegar”.

“E nós da bancada do PT e o nosso mandato têm compromisso com quem luta diariamente para pagar as contas”, concluiu a parlamentar.

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Política

Michelle diz que vai mandar abraço de Bolsonaro a Trump e fala em perseguição do Judiciário

Bolsonaro foi impedido de embarcar para posse de Trump no Aeroporto de Brasília

19/01/2025 10h45

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou sentir-se triste por seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não poder comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e reiterou a tese de que ele estaria sendo perseguido pelo Judiciário brasileiro.

Ela afirmou em entrevista à Folha que Bolsonaro não utilizaria a viagem para fugir do país porque não cometeu nenhum crime, e disse acreditar que Trump deve ter um governo "abençoado e próspero" porque, segundo ela, o republicano ama Israel.

"Sentimento de tristeza, mas nos temos certeza que o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve 58 milhões de votos, está sendo perseguido pelo Judiciário. Era para ele estar aqui, ele é amigo do presidente Trump, amigo da América, e gostaria muito de estar presente nesse momento tão importante que vai ser a posse do presidente."

"Bolsonaro pediu que ele levasse o carinho e o respeito que ele tem pelo presidente. Eles firmaram uma relação, comungam dos mesmos valores e princípios", afirmou Michelle.

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