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Para juíza, há indícios de que Vinícius Siqueira litiga com má-fé em processos

Siqueira pode estar usando ações judiciais para alimentar redes sociais, diz magistrada

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Ao negar pedido do candidato a prefeito Vinícius Siqueira (PSL) , a juíza da 44ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Jozeliza disse ontem que há vários indícios que o candidato a prefeito pelo PSL, Vinícius Siqueira esteja usando ações judiciais para alimentar suas mídias sociais durante a campanha. E deixou consignado que ele poderá ser condenado por litigância de má-fé.  

A declaração da juíza ocorreu na sentença em que ela negou o pedido de Siqueira para condenar Marcos Trad por abuso de poder econômico, por causa da participação dele em uma festa de Dia das Crianças, em 12 de outubro, em reunião em que houve distribuição de doces e pipocas às crianças.  

A magistrada, ao extinguir o pedido de Siqueira sem resolução de mérito, deu um puxão de orelha no candidato, e ainda citou uma possível litigância de má-fé por parte dele.  

“Aliás, o representante também não trouxe qualquer elo que demonstre que as crianças que participavam do evento na rua eram filhos de pais que estavam na reunião de campanha. Nada! Somente alegou e não indicou provas, fazendo crer em fortes indícios de verdade na afirmação de litigância de má-fé, no sentido de que o representante se utiliza de ações judiciais para alimentar suas mídias sociais que são constantemente impulsionadas, fato notório constante de diversas publicações jornalísticas”, asseverou a juíza eleitoral.  

Na última terça-feira (3) o Correio do Estado publicou reportagem em que mostra que os candidatos a prefeito e vereador em Mato Grosso do Sul gastaram, em 30 dias, R$ 514.868,00. Campeão de gastos no período, Siqueira investiu R$ 77,5 mil em impulsionamento. Desde o dia 4 de agosto, o volume de gastos de Siqueira com impulsionamento no Facebook e Instagram aumenta para R$ 108 mil.  

Sobre a litigância de má-fé, a magistrada não descartou a possibilidade de condená-lo, sem antes, ouvir o contraditório. “No tocante à alegação de lide temerária e má-fé, como restou consignado acima, os indícios de tal prática são muito fortes para condenação. Entretanto, considerando que o processo está sendo decidido sem oitiva do autor sobre os fatos alegados na contestação, em homenagem ao princípio do contraditório e para evitar surpresa com a decisão, posto que a parte representante não se manifestou a respeito de tal afirmação dos representados, entendo que não é possível, no caso e neste momento, condenação em litigância de má-fé, o que poderá ser revertido em caso de eventual recurso, quando já tiver o representante oportunidade de manifestação”, concluiu a juíza.

 

DESCONSTRUÇÃO

Na decisão, Joseliza desconstruiu a argumentação da candidatura de Siqueira. “Ora, com base em norma do Código de Processo Civil, art. 373, incumbe ao autor provar os fatos constitutivos do direito que alega. Essa é a regra do ônus da prova aplicável ao presente caso. O requerente faz relatos com fotos e vídeo da comemoração do dia das crianças, mostra que tem total conhecimento dos fatos, mas não informa, em nenhum momento, que a realização da reunião de campanha ocorria em uma casa, e não na rua, onde se dava a comemoração do dia das crianças, de forma que omitiu verdade sobre os fatos. Talvez esse seja o motivo pelo qual não arrolou testemunhas, posto que, inquiridas estas, trariam ao juízo fatos que não pretendia fossem conhecidos. A única prova com que pretendeu fazer a ligação entre os eventos foi a foto com o representado e o organizador do evento, foto que pode ter sido tirada até mesmo no momento em que o candidato se dirigia ao local da reunião”, justificou.  

 

OUTRO LADO

Sobre a decisão da magistrada, a candidatura de Vinícius Siqueira, por meio de sua assessoria de imprensa e de seu advogado, Pedro Garcia, que o trecho em que a magistrada fala em “litigância de má fé” não é parte do dispositivo da decisão judicial, e para justificar tal argumentação, copiou a declaração das magistrada citada acima.  

A candidatura de Siqueira também informou que qualquer tentativa de induzir os leitores à compreensão de que há litigância de má-fé, e consistiria em “fake news”.  

“Não há nenhuma condenação por litigância de má fé e qualquer tentativa do jornal imputar uma decisão inexistente ao candidato será considerado fake News (sic) e promoveremos as medidas judiciais cabíveis para responsabilizar o jornal pela matéria mentirosa”, disse Garcia por meio de nota enviada pela assessoria. O mesmo advogado disse que recorrerá da decisão.

Abaixo, a resposta na íntegra, sem edições, do candidato Vinícius Siqueira: 

O advogado da Campanha do candidato a prefeito de Campo Grande, Vinícius Siqueira (PSL), Pedro Garcia, explica que o trecho enviado pelo jornal Correio do Estado que menciona "litigância de má-fé" não é parte do dispositivo da decisão judicial já que a decisão  da juíza Joseliza Canela  julgou improcedente o pedido de condenação requerido pelo atual prefeito. Para tanto, o advogado informa que o real teor da decisão é o seguinte: ""considerando que o processo está sendo decidido sem oitiva do autor sobre os fatos alegados na contestação, em homenagem ao princípio do contraditório e para evitar surpresa com a decisão, posto que a parte representante não se manifestou a respeito de tal afirmação dos representados, entendo que não é possível, no caso e neste momento, condenação em litigância de má-fé, o que poderá ser revertido em caso de eventual recurso, quando já tiver o representante oportunidade de manifestação."

Para Pedro Garcia, afirmar ou induzir os leitores à compreensão de que há litigância de ma-fé, consiste em fake news.

"Não há nenhuma condenação por litigância de má-fé e qualquer tentativa do jornal imputar uma decisão inexistente ao candidato será considerado fake News (sic) e promoveremos as medidas judiciais cabíveis para responsabilizar o jornal pela matéria mentirosa", explica Garcia.

Por fim, advogado Pedro Garcia informa que está convicto de que as provas do processo demostram a existência da captação ilícita de sufrágio  praticada pelo atual Prefeito e que nesse ponto irá recorrer às estâncias (sic) superiores.

 

TERRAS-INDÍGENAS

Em marcha, indígenas levam pautas sobre demarcação de terras ao Congresso

A marcha foi guiada por um trio elétrico, onde os indígenas dos seis biomas brasileiros e diferentes territórios relataram os problemas que enfrentam

23/04/2024 22h00

O requerimento para a sessão foi feito pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que também preside a sessão José Cruz / Agência Brasil

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Os movimentos indígenas marcharam nesta terça-feira (23) do ATL (Acampamento Terra Livre), no Eixo Cultural Ibero-americano, em Brasília, até o Congresso Nacional, onde participaram de uma sessão solene.

O requerimento para a sessão foi feito pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que também preside a sessão.

A marcha foi guiada por um trio elétrico, onde os indígenas dos seis biomas brasileiros e diferentes territórios relataram os problemas que enfrentam. As falas cobraram das autoridades políticas de demarcações de terras, mas também citaram descasos nas áreas de saúde, segurança e educação.

Ana Ruth Kokama, 36, conta que viajou de Amaturá (AM) a Brasília, por custo próprio, para participar do ATL pela primeira vez. Ela é representante dos povos indígenas do Alto Solimões e relatou as pautas da região no trio elétrico.

"A Constituição de 88 garantiu aos povos indígenas os direitos da terra, das tradições e costumes. E agora, fazem leis para tirar os nossos direitos e autorizar a criação de fazendas, hidrelétricas e mineradoras em nossos território. Os governos estaduais estão levando empresas para explorar nossas terras sem a nossa consulta", afirmou.

Sessão solene

Em coletiva de imprensa, antes da sessão solene, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que, apesar de o número de terras indígenas demarcadas no governo Lula (PT) até agora ser menos do que o ideal, ainda representa uma grande conquista diante da realidade do Estado brasileiro.

Ela lembrou que, em menos de um ano e meio de gestão, foram dez territórios homologados. Em comparação, foram 11 terras nos dez anos anteriores -o que inclui parte dos governos Dilma Rousseff (PT), o de Michel Temer (MDB) e o de Jair Bolsonaro (PL).

"Nós conseguimos, neste um ano e quatro meses, homologar dez territórios indígenas. É pouco? É pouco. Para o tamanho do passivo que tem no Brasil, precisa avançar ainda mais. Mas, em dez anos [anteriores], foram apenas 11 territórios demarcados", disse.

"Não pensem que isso é fácil, não pensem que é uma conquista pequena. É uma grande conquista, porque se dependesse da decisão e vontade do Estado brasileiro, nem essas [dez] teriam saído",completou.

Além de Guajajara e Xakriabá, participam da sessão na Câmara em homenagem ao movimento indígena, a presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) Joenia Wapichana, deputados e lideranças tradicionais, que se pronunciaram durante o evento.

 

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BOLSONARO-DENÚNCIAS

Após indiciamento de Bolsonaro, PGR pede mais apuração sobre fraude em cartão de vacina

Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em março

23/04/2024 20h00

Esse pedido deve ser analisado pelo relator do processo no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes Valter Campanato/ Agência Brasil

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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta terça-feira (23) ao STF (Supremo Tribunal Federal) o aprofundamento de investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.

Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em março.


A investigação apontou a suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa, e a PF diz que a fraude pode ter sido realizada no escopo da tentativa de aplicar um golpe de Estado no país e impedir a posse de Lula (PT).

Para Gonet, apesar de "relevantes achados que constam do minucioso relatório final da investigação", ainda não há uma resposta do DoJ (o Departamento de Justiça dos EUA) a pedido Polícia Federal de "esclarecimento sobre se os investigados fizeram uso dos certificados de vacinação ideologicamente falsos quando da entrada e estada no território norte-americano".

"É relevante saber se algum certificado de vacinação foi apresentado por Jair Bolsonaro e pelos demais integrantes da comitiva presidencial, quando da entrada e permanência no território norte-americano", diz o PGR.

Ele afirmou também: "Seria de interesse apurar se havia, à época, norma no local de entrada da comitiva nos EUA impositiva para o ingresso no país da apresentação do certificado de vacina de todo estrangeiro, mesmo que detentor de passaporte e visto diplomático. A notícia é relevante para a avaliação dos tipos penais incidentes no episódio. Solicita-se, portanto, da digna Autoridade Policial a produção de desses informes, para o que se pede a devolução dos autos à Polícia Federal."

Esse pedido deve ser analisado pelo relator do processo no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes.

Gonet quer, ainda, a análise do conteúdo de dispositivos apreendidos com investigados, entre eles os de Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração depois de ter sido preso.

O procurador-geral também quer que a PF faça análise de dados da quebra do sigilo telemático do celular do deputado Gutemberg Reis. Ele é suspeito de ter articulado a inserção de dados falsos nos cartões de vacina.

"Encontram-se igualmente pendentes de conclusão e de juntada aos autos os laudos periciais de informática e os relatórios de extração/análise de conteúdo da maioria dos dispositivos eletrônicos apreendidos nos autos", afirmou.


Em março, a defesa de Bolsonaro criticou o indiciamento e o chamou de precipitado.

À época, os advogados afirmaram que "não há fundada e objetiva suspeita de sua participação ou autoria nos delitos em apuração".

"Se qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nomes."

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