Política

GOVERNO FEDERAL

Julgamento de contas deve terminar no início de outubro, diz ministro do TCU

TCU concedeu mais 15 dias para que o Executivo dê explicações

AGÊNCIA BRASIL

28/08/2015 - 18h43
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O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas disse hoje (28) que o julgamento das contas do governo federal deve ser concluído na primeira semana de outubro. Dantas participou de almoço promovido pelo Instituto dos Advogados, em São Paulo.

“A Presidência da República ainda vai apresentar suas explicações sobre mais dois pontos questionados. E, após tudo isso, o papel do TCU é julgar com firmeza e serenidade a posição do balanço geral da União”, disse Dantas. Segundo o ministro, o papel do TCU também é “emitir um parecer prévio para que o Congresso, o verdadeiro juiz das contas, cumpra o seu papel”. 

Na última quarta-feira (26), o TCU concedeu mais 15 dias para que o Executivo dê explicações sobre os pontos questionados nas contas referentes a 2014. O prazo original acabaria hoje (28). Com isso, o governo tem até o dia 11 de setembro para fornecer as informações complementares.

Dantas destacou que algumas das controvérsias discutidas atualmente já foram apontadas na prestação referente ao período de 2013. “A informação que se tem é que diversos problemas questionados agora já haviam sido detectados em 2013 e que o governo corrigiu alguns, mas não corrigiu outros muito importantes.”

O ministro lembrou que esses pontos levaram o tribunal a aprovar a prestação de contas anterior com ressalvas. “Não foram rejeitadas porque o governo apresentou uma série de medidas. Naquele ano, optou-se por aprovar com ressalvas justamente porque houve esse compromisso de sanar os problemas das mais variadas ordens, principalmente o registro do passivo atuarial da Previdência Social.”

Dantas disse que a análise do TCU será técnica e que caberá ao Congresso Nacional o julgamento político das contas. “Nessa análise técnica, não podemos permitir que argumentos de natureza política sejam antecipados. Haverá um momento da análise dos argumentos políticos, mas esse momento [ocorrerá] no Congresso Nacional”, afirmou.

JUSTIÇA

Maioria da 1ª Turma do STF vota por manter cautelares contra Bolsonaro

Entre as medidas impostas está o uso de tornozeleira eletrônica

18/07/2025 14h00

Bolsonaro está proibido de se ausentar da comarca do Distrito Federal

Bolsonaro está proibido de se ausentar da comarca do Distrito Federal FOTO: Arquivo

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A maioria dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta sexta-feira (18) por manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.

Até o momento, além do próprio Moraes, votaram por manter as medidas cautelares os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino. Os ministros Cármen Lúcia e Luiz Fux têm até as 23h59 da próxima segunda-feira (21) para votar.

A Primeira Turma do Supremo é também responsável por julgar uma tentativa de golpe de Estado que teria sido liderada por Bolsonaro, de acordo com acusação formal feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

As medidas cautelares contra o ex-presidente têm relação com a possível obstrução de Justiça e coação no curso do processo dessa ação penal sobre a trama golpista, na qual Bolsonaro é réu, tendo sido apontado como líder do complô.

A sessão de julgamento sobre as cautelares teve início ao meio-dia, poucas horas depois de a tornozeleira ter sido colocada em Bolsonaro. O ex-presidente foi levado, por volta das 10h desta sexta, até a Secretaria de Administração Penal do Distrito Federal para instalar o equipamento.

Moraes repetiu em seu voto a íntegra da liminar (decisão provisória) em que determinou as medidas cautelares. Além do uso da tornozeleira eletrônica, o ministro impôs a Bolsonaro o recolhimento noturno, entre 19h e 6h, bem como aos fins de semana.

Pela decisão, agora mantida pela maioria da Primeira Turma, Bolsonaro está ainda proibido de se ausentar da comarca do Distrito Federal, não pode se comunicar com seu filho Eduardo Bolsonaro, também investigado, ou com embaixadores e diplomatas de outros países. O ex-presidente não pode se aproximar de embaixadas.

As medidas têm como justificativa o risco de fuga apontado pela Polícia Federal (PF) e pela PGR, bem como para impedir que Bolsonaro continue a atuar em prol de sanções de outros países a autoridades brasileiras.

Decisão

Em sua decisão, Moraes escreveu que Bolsonaro e Eduardo praticam uma “confissão flagrante” dos crimes de coação no curso do processo e obstrução de Justiça ao trabalharem para que o governo dos Estados Unidos aplique sanções contra autoridades brasileiras e o próprio país. Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato de deputado federal e foi morar nos EUA, sob a alegação de perseguição política. A licença termina no próximo domingo (20).

O ministro Alexandre de Moraes citou ainda os possíveis crimes de tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e de ataque à soberania nacional, diante da conduta de Bolsonaro e do filho de condicionarem o arquivamento do processo sobre o golpe à retirada de taxas impostas pelos EUA sobre todos os produtos importados do Brasil.

Neste mês, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros. Entre as justificativas, ele citou o que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro e aliados, devido ao processo em que o ex-presidente é julgado por golpe de Estado.

Coação esdrúxula

Ao votar por manter na íntegra a decisão de Moraes, o ministro Flávio Dino escreveu que a coação contra a Justiça praticada por Bolsonaro e filho “assume uma forma inédita: o ‘sequestro’ da economia de uma Nação, ameaçando empresas e empregos, visando exigir que o Supremo Tribunal Federal pague o ‘resgate’, arquivando um processo judicial instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República, sob a regência exclusiva das leis brasileiras”.

Dino acrescentou que “esse ‘sequestro’ certamente merecerá muitos estudos acadêmicos, inclusive nas Universidades dos Estados Unidos, por seu caráter absolutamente esdrúxulo”.

Defesa

Logo após ter a tornozeleira eletrônica instalada, na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Bolsonaro parou para falar com jornalistas e disse que o objetivo da medida imposta por Moraes seria promover sua “suprema humilhação”. Ele negou qualquer plano de sair do país para fugir de eventual condenação.

Em nota, a defesa de Bolsonaro disse que “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”.

*Colaborou André Richter

Política

Deputados de MS criticam ação do STF contra Bolsonaro

Operação aconteceu na manhã desta sexta-feira (18); o ex- presidente também ficará submetido a "medidas restritivas", incluindo o uso de tornozeleira eletrônica

18/07/2025 13h15

Operação aconteceu na manhã desta sexta-feira (18)

Operação aconteceu na manhã desta sexta-feira (18) Agência Brasil

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Deputados federais de Mato Grosso do Sul que integram a base de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro usaram as redes sociais nesta sexta-feira (18) para criticar a operação da Polícia Federal, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que teve como alvos aliados do ex-chefe do Executivo.

Os parlamentares classificaram a ação como “perseguição política” e apontaram abuso de autoridade por parte das instituições. A operação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também impôs novas medidas cautelares a Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar das 19h às 7h e aos finais de semana, proibição de contato com embaixadores e diplomatas, além da suspensão do acesso às redes sociais.

Um dos mais enfáticos foi o deputado Marcos Pollon (PL), que afirmou estar “indignado, mas não surpreso” com a decisão. Em vídeo publicado em seu perfil, comparou a situação política do Brasil com a da Venezuela e questionou se haverá eleições em 2026. “A ditadura está escalando. Antes de prender todo mundo, eles vão humilhar um por um. Vocês têm certeza que vai ter eleição? Ou pelo menos oposição para disputar eleição?”, disse.

Também do PL, o deputado Dr. Luiz Ovando disse considerar a acusação contra o ex-presidente tendenciosa e falaciosa, e afirmou que apenas alguém “transtornado do ponto de vista cognitivo” aceitaria tal situação.

João Henrique Catan (PL) compartilhou fotos e vídeos em apoio a Bolsonaro, dizendo que o sistema “está desesperado”. Em uma das postagens, afirmou que o ex-presidente já é tratado como um preso político e que Alexandre de Moraes teria tomado a decisão por se sentir “acoado”.

Os deputados Rodolfo Nogueira (PL) e Rafael Tavares (PL) também prestaram solidariedade ao ex-presidente e endossaram a tese de perseguição política.

A Polícia Federal apontou que Bolsonaro teria atuado para atrapalhar o andamento do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, o que pode configurar os crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.

Oposição

No campo oposto, parlamentares do PT comemoraram a operação. O deputado Tiago Botelho postou um vídeo dançando com a também deputada Camila Jara em comemoração à ação da PF. Em seguida, publicou outro conteúdo com referência ao filme Ainda Estou Aqui.

O deputado Vander Loubet também se manifestou em vídeo, afirmando que Bolsonaro cometeu crimes, será julgado e precisa pagar por isso. Ele relembrou ainda episódios como a condução do governo durante a pandemia da Covid-19, o homem-bomba perto do Aeroporto de Brasília e os atos de 8 de janeiro.

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