Política

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Livros como objeto de decoração

Livros como objeto de decoração

Redação

12/03/2010 - 00h49
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“The book is on the table” é um charme e pega muito bem. Pelo menos é o que acham decoradores, arquitetos e colecionadores. Os livros de arte (também conhecidos como livros de mesa) estão ganhando cada vez mais espaço nas livrarias e adeptos entre leitores convencionais. Editoras de porte como a Cosac Naify já reservam 25% dos seus lançamentos para o gênero – com tiragens que batem os 3 mil exemplares. Os livros de arte costumam se apoiar em fotos e, principalmente, em reproduções de obras de arte. Mas é possível encontrar muitas publicações sobre arquitetura, culinária, cinema, viagens e esportes. Na maioria das vezes, são livros vistosos, de g ra ndes dimensões, e impressos em papel de altíssima qualidade (que podem custar mais de R$ 1 mil). Características que atraem até quem não gosta de ler. S a ra Ac - cioly, 28 anos, por exemplo, não se interessava por livros até casar com um marchand (um tipo de intermediá r i o e n t r e o a r t i st a e os possíveis compradores de obras de arte). “Comecei a me envolver com esse tipo de publicação. Era uma form a d e t e r obras de arte que, é claro, eu não podia comprar”, conta. C o m o o marido de Sara tinha muitos livros duplicados (dois exemplares de cada edição), ela decidiu negociá-los. Assim, tornou- se a salvação de muitos aficionados no gênero e abriu loja de vendas online (www. saraaccioly.com.br). “Vendo livros raros e aqueles que saíram de catálogo. Tenho muitas edições que foram bancadas pelos próprios colecionadores de arte – que produzem os livros para valorizar suas respectivas coleções”, diz. Sara não vê o menor problema em ter como clientes pessoas que só se interessam pelos livros de arte como objetos de decoração. “Não tem problema nenhum. Eles também servem perfeitamente para esse propósito”, defende. O arquiteto Leonardo Junqueira, 43 anos, é um entusiasta dos livros de arte como objetos de decoração. “Mas é preciso ter um espaço adequado. Não basta empilhar livros sobre a mesa. Além disso, Junqueira acredita na importância de uma curadoria: “É bom para saber que tipo de livro pode ser colocado em uma sala sem parecer algo agressivo”, diz. A decoradora e arquiteta Ângela Martins, 34 anos, explica o que seria essa curadoria pessoal de livros de arte. “Os livros são ótimos objetos de decoração, mas precisam estar de acordo com a personalidade do dono da casa. Se você é de uma família mais conservadora, não precisa ter um livro de arte com fotos eróticas, por exemplo”. Ângela acredita que livros de arte ficam bem em quase todo os cantos da casa. “Só acho que na cozinha não fica muito legal”. Embora mantenha uma equipe de designers especializados na confecção e criação deste tipo de publicação, o diretor editorial da Cosac Naify, Cassiano Machado, 34 anos, diz que produtos decorativos não são o foco. “Não fazemos livros por metro nem para agradar decoradores. Nosso enfoque é no conteúdo. Nossa intenção é documentar a criação artística. Não separamos a estética, a beleza das edições, do seu editorial”. A editora já lançou mais de 800 títulos neste formato. Sua primeira experiência no mercado de livros de arte foi em 1997 com “Barrocos de lírios”, sobre a obra do artista plástico Tunga (edição considerada revolucionária para a época). Já o lançamento mais recente da Cosac Naify no mercado das artes é o livro “Salas e abismos”, do artista plástico Waltercio Caldas. Trata-se da maior obra gráfica já impressa pela editora. As dimensões do exemplar são de 28,5 cm x 36 cm. O preço sugerido é de R$ 120.

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Lula escolhe André Corrêa do Lago para presidência da COP30

Ana Toni será diretora executiva do evento que ocorrerá em Belém

21/01/2025 20h00

Lula escolhe André Corrêa do Lago para presidência da COP30

Lula escolhe André Corrêa do Lago para presidência da COP30 JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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Corrêa do Lago tem experiência em temas de meio ambiente, desenvolvimento sustentável e mudança do clima e foi o negociador-chefe do Brasil em fóruns internacionais sobre o tema entre 2011 e 2013 e em 2023 e 2024.

Ana Toni tem longa trajetória direcionada ao fomento de projetos e políticas públicas voltadas à justiça social, meio ambiente e mudança do clima.

Os dois integraram ativamente a delegação oficial brasileira da COP29, realizada em novembro de 2024, em Baku, no Azerbaijão.

Em entrevista à imprensa, o embaixador agradeceu a confiança do presidente Lula e disse que o Brasil pode ter um “papel incrível” na COP deste ano, que, segundo ele, será construída com diversos atores – governo, sociedade civil e empresariado.

Corrêa do Lago garantiu que a participação das populações da Amazônia, onde ocorrerá a conferência, é “absolutamente essencial”:

“A COP tem várias dimensões, ela vai ter uma imensa dimensão para o próprio Brasil, como a RIO-92 [Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992] teve um impacto muito grande sobre a maneira como o brasileiro percebeu a mudança do clima, percebeu o meio ambiente, percebeu a biodiversidade. Então tem uma dimensão nacional extremamente importante.”

“Durante esse período preparatório nós vamos ter muito diálogo com a sociedade civil porque é essencial que eles estejam envolvidos no processo. Porque, como na RIO-92 são as populações que tem que acreditar nessa agenda [de combate à mudanças do clima] e que tem que contribuir para que essa agenda dê certo”, acrescentou o embaixador.

Embora a presidência formal da COP permaneça sob a responsabilidade do Azerbaijão até a abertura oficial do evento em novembro, caberá desde já ao Brasil, como presidência designada, liderar os esforços para o êxito das negociações, promovendo o diálogo entre países e demais partes interessadas.

Estados Unidos

Corrêa do Lago foi questionado sobre o esvaziamento da COP30 com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, tratado internacional adotado em 2015 sobre mitigação, adaptação e financiamento do combate às mudanças climáticas.

Ele esclareceu que o país norte-americano deixou o acordo, mas continua signatário da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima.

“Há vários canais que permanecem abertos, mas não há a menor dúvida de que é um anúncio político de muito impacto”, disse Lago sobre a decisão do novo presidente do Estados Unidos, Donald Trump.

“Os Estados Unidos é um ator essencial, porque não só é a maior economia, mas é também um dos maiores emissores [de gases de efeito estufa], um dos países que têm trazido respostas à mudança do clima, com tecnologia. Os Estados Unidos têm empresas extraordinárias e também têm vários estados americanos, cidades americanas que estão muito envolvidos nesse debate”, explicou.

"Estamos todos ainda analisando as decisões do presidente Trump, mas não há a menor dúvida de que terá um impacto significativo na preparação da COP e na maneira como nós vamos ter que lidar com o fato de um país tão importante estar se desligando desse processo”, complementou.

Novo Plano Diretor

Com Rota Bioceânica, Porto Murtinho deve se expandir para fora do dique

Município terá novo plano diretor para suportar os impactos trazidos pela implantação da rota que criará um corredor bioceânico conectando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile

21/01/2025 10h22

Plano Diretor foi apresentado na Secretaria Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc)

Plano Diretor foi apresentado na Secretaria Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

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Porto Murtinho, município que será o "Portal da Rota Bioceânica", terá que se adequar para suportar os impactos da maior Rota de Integração Logística da América Latina.

Para isso, a prefeitura do município está elaborando um novo plano diretor, que irá reorganizar a infraestrutura da cidade para os próximos 10 anos, com foco nas áreas sociais e econômicas.

Dentre as mudanças, estão a expansão da área industrial e a criação de novas áreas residenciais, bem como o fortalecimento da segurança e da saúde.

Em reunião realizada com o Governo do Estado, em Campo Grande, o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra Ribeiro, mencionou que terão de ser realizadas obras "fora do dique", já que a cidade foi construída nos limites da estrutura, o que faz com que exista "pouca área para desenvolver". Para isso, a Prefeitura aposta em planejamento e zoneamento.

"Tudo está sendo zoneado. A área habitacional, industrial, zoneamento do Porto Seco, questão da saúde, segurança, tudo, então está tudo dentro desse plano", disse o prefeito.

Plano Diretor foi apresentado na Secretaria Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc)Arquivo/Governo do Estado

O dique, que tem 9,7 quilômetros de extensão e circunda todo o perímetro urbano de Porto Murtinho, foi construído às margens do Rio Paraguai em 1985 pelo Ministério dos Transportes, para evitar o alagamento da cidade, que está dentro de uma planície de inundação e de baixa declividade.

A estrutura hidráulica foi uma decisão tomada após a  população recusar a proposta de mudança do perímetro urbano para uma área mais distante do rio – cerca de sete quilômetros, local onde era construída a chamada Cidade de Lona, para abrigar a população quando as grandes cheias do Rio Paraguai inundaram toda a comunidade. A cidade ficou submersa nas enchentes de 1979 e 1982 e o dique suportou a de 1988, considerada recorde.

Na reunião, ficou acordado junto ao Governo que a expansão da cidade vai se dar ao longo do acesso da ponte, desde a BR-267. O projeto foi apresentado para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, na última sexta-feira (17).

"Com o plano diretor vamos direcionar todo o desenvolvimento do portal da rota que é Porto Murtinho. Vim apresentar para o secretário e ele gostou do projeto. E a nossa meta é apresentar o detalhamento do plano no dia 18 de fevereiro durante o Fórum da Rota", destacou Cintra.

O plano está sendo executado por uma universidade de Curitiba, mas ainda precisa ser aprovado pela Câmara.

"O Plano está sendo feito para adequar e realmente pensando Porto Murtinho com a concentração da Rota Bioceânica.E nesta linha ele está pensando na expansão, para onde a cidade vai crescer e principalmente a disponibilização de áreas específicas tanto para a infraestrutura social como para a econômica", disse o titular da Semadesc, Jaime Verruck.

Foram discutidas ainda ações para o fortalecimento da infraestrutura e do desenvolvimento sustentável ao longo do corredor logístico, para garantir que o município esteja preparado para as oportunidades econômicas geradas pela ligação entre o Brasil e os portos do Oceano Pacífico.

O encontro também contou com a presença da secretária-adjunta de Meio Ambiente, Regina Heyn, da arquiteta Fernanda Gonzaga, e do assessor especial de Logística da Semadesc, Lúcio Lagemann.

Plano Diretor foi apresentado na Secretaria Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc)Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

Ponte sobre o Rio Paraguai

Com valor estimado de US$ 85 milhões a estrutura terá uma extensão de 1.294 metros, dividida em três pontos, dois constituirão os viadutos de acesso de ambos os lados, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros de comprimento, com vão central de 350 metros.

A porta de entrada do Brasil será por Porto Murtinho, onde está sendo construída a ponte, na divisa com a cidade de Carmelo Peralta. Depois o corredor segue pelo norte do Paraguai, entra na Argentina e chega nos portos chilenos, encurtando o caminho ao Oceano Pacífico.

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