O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, teve o nome citado pelo empresário Edson Torres, em depoimento sobre o processo de impeachment do governador afastados do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
De acordo com Torres, enquanto ainda era ministro, Mandetta teria participado de reunião onde foi feito pedido para que uma entidade que gerenciava hospital estadual e alvo de inúmeras denúncias, não fosse afastada.
Correio do Estado procurou Mandetta para dar sua versão sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
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Torres prestou depoimento nesta quarta-feira (13), no Tribunal Especial Misto. Ele já havia confessado à Justiça participação em desvio de verbas durante a gestão de Witzel e reafirmou as acusações de corrupção contra o governador afastado.
No depoimento, Torres mencionou a suposta reunião entre Mandetta, o então secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, e o advogado do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), Roberto Bertholdo.
Conforme a Folha de São Paulo, o empresário afirma que, no início de 2019, era discutida a incapacidade do Iabas em gerir o hospital estadual Adão Pereira Nunes e que era necessário retirá-lo da gestão.
O contrato para montagem e gestão dos hospitais de campanha pelo Iabas é um dos alvos do processo de impeachment de Witzel.
“Depois de 15 dias, Edmar voltou de uma reunião em Brasília com o ministro Mandetta. Ele disse que lá, no gabinete do Mandetta, foi apresentado ao Bertholdo, e que pediu para poder fazer uma gestão para manter o Iabas”, disse Torres.
A Organização Social foi escolhida para gerir sete hospitais de campanha, com dispensa de licitação, por R$ 835,8 milhões, mesmo sendo alvo de denúncias de vários profissionais sobre problemas na administração do hospital estadual.
Devido aos erros administrativos considerados graves em contratos, que geraram prejuízos aos cofres públicos, a entidade já havia sido proibida de participar de licitações para gestão de unidades de saúde na cidade do Rio de Janeiro, o que não impediu a sua contratação.
No depoimento, Torres afirma que o Iabas só foi chamado para participar do esquema de corrupção após a contratação para gerenciar os hospitais de campanha.
“Na época ficou acertado que [Edmar Santos] iria conversar com o Iabas para uma possível participação de propina neste grande contrato. Logo depois eu adoeci e fiquei afastado. Quando voltei, tudo estava sendo falado pela imprensa”, disse.
O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, é acusado de ter responsabilidade nas fraudes para a contratação do Iabas.