Política

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Marcados para morrer

Marcados para morrer

Arcângela Mota, TV Press

30/03/2010 - 20h03
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O destino de personagem de novela costuma ser uma caixinha de surpresas. Conforme a reação do público, a inspiração do autor e o desempenho do ator, o caminho pode tomar rumos variados e imprevistos. Mas isso não chega a ser uma regra. Não é raro que, já no início de uma novela, alguns personagens tenham seu fim claramente traçado e conhecido pelos telespectadores. Com uma espécie de prazo de validade, muitos entram na história para morrer ou deixar a trama em um determinado momento. Esse é o caso do bem-intencionado Alcino, de Carmo Dalla Vecchia, um empresário que sofre de uma doença terminal e teve sua morte anunciada antes mesmo de "Cama de gato" estrear. "Ninguém gosta de falar sobre a morte e essa responsabilidade veio com o personagem. As pessoas pedem para que o Alcino se cure, mas ele tem de morrer. Seria loucura, depois de tanto sofrimento, chegar ao final da novela e inventar uma cura", argumenta o ator.

A doença de Alcino serviu como ponto de partida para desenrolar a trama central da novela. E é a mesma expectativa em torno de uma morte que promete movimentar "Ribeirão do tempo", próxima novela da Record que estreia em abril. Só que no folhetim, assinado por Marcílio Moraes, a história gira em torno de um misterioso acidente fatal sofrido pelo piloto de avião Sílvio, interpretado por Rodrigo Phavanello. Apesar de empolgado em realizar seu primeiro trabalho na Record, o ator deixa transparecer sua frustração em fazer um personagem marcado para morrer. E fica na torcida para que nem tudo ocorra como o planejado. "A morte do Sílvio é fundamental para o desenvolvimento das tramas. Mas nenhuma das novelas que fiz seguiu à risca o que estava escrito na sinopse. Vou até onde der", afirma.

A morte anunciada de um personagem é um eficiente artifício para criar expectativas e movimentar tramas. Em 2003, em "Mulheres apaixonadas", a morte de Fernanda, de Vanessa Gerbelli, por uma bala perdida, gerou grande repercussão ao ser amplamente divulgada ao longo da novela. Mas o autor Manoel Carlos defende que isso não é o que mais empolga o público. "O que gera expectativas são os acontecimentos que alteram significativamente a trajetória da trama, como os ganchos e as viradas", explica. Maneco relembra que, em 1981, na novela "Baila comigo", a sinopse determinava a morte do médico Plínio Miranda, interpretado por Fernando Torres, no capítulo 24. Mas, depois que o fato foi divulgado, choveram reclamações na Globo e ele não conseguiu matar o ersonagem. "Novela só tem sentido se for vista. Você tem uma resposta à medida que a história avança. A verdade é que nunca dá certo escrever com muita antecipação", diz.

Para Marcílio Moraes, a antecipação também acaba se tornando um problema. Por isso, o autor não gosta que o público saiba de antemão que ele planeja matar algum personagem. "Infelizmente isso é inevitável porque a sinopse acaba se tornando conhecida. Mas não encaro como um recurso dramático, é apenas uma contingência do modo de escrever uma telenovela. Não acho que haja grande impacto em personagens com ‘’prazo de validade’", defende o autor, que diz agir por intuição e não descarta a possibilidade de cancelar ou adiar a morte de Sílvio em "Ribeirão do tempo".

Mas não são apenas doenças e assassinatos que determinam a vida curta de alguns personagens nas novelas. Às vezes isso acontece em função da própria disponibilidade dos atores. Em "Caras & bocas", por exemplo, o personagem Jacques, de Ary Fontoura, foi supostamente assassinado nos primeiros capítulos para que o ator, que havia emendado duas novelas, pudesse descansar. Depois de umas rápidas férias, ele voltou à trama por volta do capítulo 80. "É difícil trabalhar sem ter vida própria. Precisei parar para me reciclar", conta.

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STJ autoriza importação e cultivo de sementes de Cannabis para uso medicina

A decisão precisa passar pelas instâncias inferiores da Justiça e tem potencial para destravar o mercado nacional de cannabis para fins medicinais

13/11/2024 20h00

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça Imagens/ Reprodução

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O STJ (Superior Tribunal de Justiça) autorizou quarta-feira (13) a importação de sementes e o cultivo de cânhamo industrial —variedade de Cannabis incapaz de gerar efeitos psicotrópicos— para fins exclusivamente industriais e medicinais.

A corte também definiu que deve haver regulamentação desse tipo de prática pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e da União em até seis meses.

O cânhamo é derivado da mesma planta da maconha, a Cannabis sativa, mas o julgamento não tratou de legalização ou do cultivo de droga para uso recreativo.

A causa foi julgada pela Primeira Seção do segundo tribunal mais importante do país. Os processos que tratam do tema da autorização geral para a produção de remédios e produtos à base da Cannabis no país estavam suspensos até a análise da corte.

O processo em questão discutiu a liberação da planta com baixo teor de tetrahidrocanabinol, o THC, que é o princípio ativo com propriedades psicotrópicas.
A ação original sobre o tema foi apresentada por uma empresa que queria autorização para importar sementes ricas em canabinoides para a produção de medicamentos.

A relatora do processo no STJ é a ministra Regina Helena Costa, que convocou uma audiência pública sobre o tema em abril deste ano com entidades e especialistas favoráveis e contrários à liberação.

Em seu voto, nesta quarta, Regina Helena disse que "as pesquisas farmacológicas de fitocanabinoides enfrentam alto custo de produção dos medicamentos dele derivados, em boa medida pela necessidade de importar os insumos correspondentes, do qual resulta naturalmente o encarecimento do produto para o consumidor final, não raro atingindo preços proibitivos para a realidade socioeconomica brasileira".

Alguns integrantes da corte já vinham dando decisões favoráveis ao plantio nos últimos anos. Em julho, por exemplo, o vice-presidente do tribunal, ministro Og Fernandes, no exercício da presidência, concedeu um salvo-conduto a um paciente com ansiedade e depressão para que pudesse plantar maconha sem o risco de sofrer uma sanção criminal.

Ele autorizou o cultivo doméstico da Cannabis sativa para extração de óleo medicinal após o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) ter negado o pedido. O paciente alegou ao STJ que tem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a importação do óleo, mas que o produto é muito caro, o que justifica a necessidade de cultivo caseiro.

Og Fernandes afirmou que a jurisprudência das duas turmas de direito penal do STJ determina que plantar maconha para fins medicinais é conduta atípica, ou seja, não se trata de crime por não haver uma regulamentação nesse sentido.

Em junho, o STF (Supremo Tribunal Federal) concluiu a ação que tratou da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal e fixou a quantidade de até 40 gramas ou seis plantas fêmeas para diferenciar usuários de traficantes.

Os parâmetros devem servir de critério para as autoridades policiais, que também devem levar em conta outros fatores para decidir se uma pessoa é traficante.
 

*Informações da Folhapress 

Praça dos Três Poderes

STF é evacuado após explosão e uma pessoa morreu

Os ministros e servidores tiveram que deixar o prédio com escolta, em meio ao barulho das explosões, no início da noite desta quarta-feira (13), em Brasília

13/11/2024 19h39

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Após duas explosões terem sido ouvidas na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), nesta quarta-feira (13), o esquadrão antibombas foi deslocado até o Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo informações da FolhaPress, um corpo foi avistado em frente ao prédio do STF.

As explosões ocorreram por volta de 18h30 (horário de Mato Grosso do Sul) e, segundo testemunhas, a fumaça tomou conta do local.

Agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foram vistos correndo, tentando entender o que estava acontecendo quando novas explosões foram ouvidas.

Explosão e morte


O Corpo de Bombeiros confirmou a explosão e uma morte na Praça dos Três Poderes. Até o momento, a vítima não foi identificada.

Além disso, ocorreu a explosão de um veículo nas proximidades do um anexo quatro na Câmara dos Deputados.

Após o atentado, o Supremo Tribunal Federal foi evacuado e confirmou ter ouvido o forte estrondo no final da sessão. Os ministros tiveram que ser retirados do prédio.

"Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF", diz a nota.

Ato isolado

Informações preliminares indicam que o homem que atirou a bomba, se jogou no chão e foi atingido na cabeça com um estilhaço, não resistiu a veio a óbito. A princípio, autoridades acreditam que o autor agiu de maneira isolada. 

 

 

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