Política

JUSTIÇA

Justiça rejeita denúncia contra ex-prefeito que implantou transporte coletivo gratuito

A denúncia partiu da oposição do parlamentar, que alegava prática de abuso de poder econômico, mas Justiça considerou que programa social não foi destinado à pessoa específicas em troca de voto

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A Justiça Eleitoral Estadual rejeitou a denúncia que acusava o ex-prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo Danieze, de abuso de poder político, por implementar o Projeto Zerinho, que concedeu transporte coletivo gratuito na cidade, distante aproximadamente 96 quilômetros de Campo Grande.

Diante dos fatos, o advogado do ex-prefeito, Guilherme Tabosa, afirmou que o inconformismo da acusação é lamentável, e trata-se de uma manobra politiqueira contra projeto de sucesso social. "Esse projeto merece ser reproduzido em todo Brasil, pois é a comprovação de que uma gestão responsável consegue implementar ou melhorar os serviços públicos sem onerar seus contribuintes”, disse.

De acordo com o texto da acusação, que foi movida pelos opositores do ex-prefeito, a implementação do projeto foi uma prática de abuso de poder político passível de provocar a inelegibilidade e multa ao ex-prefeito.

Entretanto, a justiça manifestou-se pela improcedência da ação, sob o argumento de que, a instituição do "Projeto Zerinho" não configura conduta vedada, pois a lei autorizadora e a previsão orçamentária são do exercício anterior ao pleito (2023). Consequentemente, afastou a ocorrência de abuso de poder político, por ausência de ilicitude no ato e de demonstração.

O juiz responsável ainda ressaltou que, a implementação do "Projeto Zerinho", embora tenha se efetivado próximo às eleições, teve sua autorização legal e previsão orçamentária no exercícioanterior ao pleito de 2024.

Além disso, constam nas folhas do processo que, o  abuso de poder político ocorre quando um agente público, valendo-se de sua posição, desvia a finalidade da administração para beneficiar uma candidatura, comprometendo a igualdade da disputa e a legitimidade das eleições. "Para ser configurada, é necessário a comprovação da gravidade das circunstâncias que o caracterizam. Neste caso, não se observa a ocorrência de abuso de poder", afirmou no documento.

Por fim, a sentença, acolhendo a tese da defesa e acompanhando parecer do Ministério Público, explicou que a implementação de um programa social de caráter geral e impessoal, como o transporte público gratuito, não se amolda, à figura da captação ilícita. "O "Projeto Zerinho" foi destinado a todos os usuários, não a eleitores específicos em troca de voto”, concluiu o Juiz Eleitoral Francisco Soliman, decidindo pela improcedência da ação.

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representatividade

Beto Pereira e Nelsinho Trad "apostam" em CPI do INSS para turbinar reeleição

O deputado federal já é o indicado do PSDB para integrar a comissão, enquanto o senador deve ser o representante do PSD

08/07/2025 08h30

O senador Nelsinho Trad (PSD) e o deputado federal Beto Pereira (PSDB) estarão na CPMI

O senador Nelsinho Trad (PSD) e o deputado federal Beto Pereira (PSDB) estarão na CPMI Montagem

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Pela segunda vez em quatro anos, Mato Grosso do Sul poderá ter dois parlamentares em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional. Se em 2021 foram as senadoras Soraya Thronicke (Podemos) e Simone Tebet (MDB), na CPI da Covid-19, do Senado, agora poderão ser o senador Nelsinho Trad (PSD) e o deputado federal Beto Pereira (PSDB) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

No caso de Beto Pereira, ele já foi indicado como membro titular pela executiva nacional do PSDB, enquanto Nelsinho Trad deve ser escolhido ainda nesta semana para ser o representante do PSD na CPMI do INSS, que será composta por 32 membros, sendo 16 deputados federais e 16 senadores da República.

O tucano sul-mato-grossense foi o escolhido entre 18 deputados federais do PSDB, enquanto Nelsinho deve ser escolhido entre 11 senadores do PSD. Em entrevista ao Correio do Estado, Beto ressaltou a importância de ser a voz de aposentados e pensionistas afetados por fraudes, destacando que sua presença na CPMI é uma oportunidade de defender os direitos dos cidadãos lesados em Mato Grosso do Sul.

“Estarei lá para ser a voz dos nossos aposentados e pensionistas que foram lesados também em Mato Grosso do Sul”, afirmou o parlamentar, complementando que sua participação na CPMI do INSS é fundamental, pois, antes da Operação Sem Desconto se tornar pública, a Controladoria-Geral da União (CGU) já havia emitido um relatório recomendando providências a serem tomadas, mas nenhuma ação foi feita.

“Tudo isso ocorreu sete meses antes de a Polícia Federal abrir a ‘caixa-preta’ das fraudes. Há algo muito sério por trás de tudo isso. Precisamos tornar essas informações acessíveis à população. É uma coisa ser lesado sem saber; outra bem diferente é ser lesado tendo conhecimento da situação”, destacou.

Pereira ressaltou que, durante a coleta de assinaturas na Câmara dos Deputados, se destacou como um dos quatro parlamentares da bancada de MS a assinar o requerimento e foi um dos oito representantes do Estado a apoiar a investigação por meio da CPMI, que reúne deputados federais e senadores para conduzir as apurações no Congresso e garantir que as fraudes sejam investigadas e esclarecidas.

Já o senador Nelsinho Trad deve ser indicado pelo PSD ainda nesta semana, conforme informou ao Correio do Estado, após conversar com o senador Omar Aziz (AM), líder do partido no Senado. “O PSD do Senado ainda fará uma reunião entre seus membros para definir os dois titulares e os dois suplentes. Se for escolhido, realizarei um trabalho firme para apurar os responsáveis e fazê-los responder na Justiça pelos seus atos”, afirmou.

Na prática, caso a CPMI do INSS emplaque e consiga apresentar resultados satisfatórios para a população, ou seja, não acabe em pizza, como aconteceu com a CPI das Bets, os dois parlamentares do Estado poderão pavimentar a reeleição para os respectivos cargos em 2026. 

Afinal, podem ganhar projeção nacional e conseguir a simpatia dos eleitores com mais de 60 anos nas eleições. Por outro lado, caso a CPMI vá pelo mesmo caminho da CPI das Bets, do Senado, o tiro pode sair pela culatra, já que a representante do Estado na comissão, a senadora Soraya Thronicke, relatora da investigação, saiu com a imagem muito chamuscada.

Isso porque os demais integrantes da CPI das Bets rejeitaram o relatório final dela, por quatro votos a três. Com isso, o colegiado teve suas atividades encerradas sem medidas a serem adotadas, sendo a primeira vez nos últimos 10 anos que uma CPI do Senado teve o relatório rejeitado.

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Declaração

Lula diz que não aceita interferência de quem quer que seja após defesa de Trump a Bolsonaro

"A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros", disse presidente

07/07/2025 21h00

Foto: Ricardo Stuckert / PR / Arquivo

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Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestar apoio a Jair Bolsonaro (PL) e chamar de "coisa terrível" e "perseguição" os processos contra o ex-presidente na Justiça brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil é um "país soberano" que não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja".

"A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros", disse o presidente em publicação no X (antigo Twitter) na qual não citou nem Donald Trump nem Jair Bolsonaro. "Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito". O comunicado foi divulgado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) no formato de nota à imprensa.

Nesta segunda-feira, 7, em publicação em sua rede social, a Truth Social, Trump pediu para que o Brasil "deixasse Bolsonaro em paz". O presidente americano descreveu Bolsonaro como um "líder forte, que realmente amava seu país". "Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo", afirmou Trump.

A expressão de apoio a Jair Bolsonaro ocorre um dia depois de Trump anunciar tarifas adicionais a países que se alinharem ao que chamou de "políticas antiamericanas dos Brics". O Brics é um fórum das principais economias emergentes do globo. O grupo reuniu-se neste domingo, 6, no Rio de Janeiro, para uma cúpula de sessões sobre temas variados. O congresso encerra-se nesta segunda.

Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pela acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, quando perdeu a recondução para Lula.
 

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