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Nelsinho participa de ato pela anistia e se aproxima do ex-presidente Bolsonaro

O senador sul-mato-grossense pretende disputar a reeleição no próximo ano e dificilmente será pelo seu atual partido, o PSD

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A participação do senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad (PSD) no ato pela anistia dos presos pelo 8 de Janeiro, realizado ontem, em Brasília (DF), por apoiadores e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), demonstrou que o parlamentar está cada dia mais próximo das pautas da direita.

Nesta semana, ele já assinou o requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, ontem, participou ao lado de Bolsonaro da manifestação organizada pelo pastor Silas Malafaia, chamada de “caminhada pacífica pela anistia humanitária”.

Conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, a presença de Nelsinho serviu para aumentar o flerte do ex-presidente para que o parlamentar sul-mato-grossense saia do partido de Gilberto Kassab e engrosse as filas do PL no Senado, onde os dois partidos têm as duas maiores bancadas, com 14 senadores.

Portanto, caso Trad seja seduzido, o PL pode se tornar a maior bancada dentro da Casa de Leis, fortalecendo ainda mais a direita e enfraquecendo a esquerda do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nos bastidores políticos de Mato Grosso do Sul, já seria dada como certa a troca do PSD pelo PL por parte de Nelsinho Trad, que pretende tentar a reeleição no pleito de 2026. Caso continue à frente do seu atual partido, as chances seriam bem remotas, portanto, o senador sul-mato-grossense pode responder ao flerte de Bolsonaro.

Procurado pelo Correio do Estado, Nelsinho disse que participou da caminhada pacífica pela anistia humanitária em apoio à anistia de quem recebeu penas abusivas por parte do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Vim, a convite do Bolsonaro, prestar o meu apoio àqueles que foram colocados no mesmo patamar dos que depredaram e destruíram patrimônio público federal. Sou a favor de separá-los para que não sejam cometidas injustiças”, declarou.

Sobre o assédio de Bolsonaro para que troque o PSD pelo PL, o senador preferiu não comentar, explicando que as pautas defendidas pelo centro e pela direita estão dentro do seu leque de atuação no Senado.

NAMORO ANTIGO

Desde julho de 2023, o senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad e o PL mantêm uma espécie de namoro a distância, pois, há dois anos, ele chegou a receber um convite formal do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, entretanto, as conversas não avançaram.

A proximidade de Nelsinho e Bolsonaro é antiga, pois, quando o ex-presidente ainda estava como chefe do Executivo nacional, o senador sul-mato-grossense era aliado de primeira hora em Brasília, votando a favor dos projetos de lei encaminhados pelo seu governo.

Além disso, na eleição presidencial de 2022, tanto no primeiro quanto no segundo turno, Nelsinho não escondeu de ninguém que seu voto seria pela reeleição de Jair Bolsonaro, mesmo com o comando nacional do PSD pendendo para o lado da candidatura de Lula.

No segundo turno, entretanto, o senador, como presidente estadual do partido, chegou a convocar uma coletiva de imprensa para oficializar o apoio a Bolsonaro, justificando que pesaram para a decisão a fidelidade e o empenho em favor dos projetos do governo do ex-presidente submetidos ao Congresso Nacional.

Enquanto grande parcela do PSD migrava para o palanque do atual presidente da República no segundo turno, o senador sul-mato-grossense pôs sua liderança a serviço da campanha bolsonarista.

Essa foi apenas mais uma demonstração do vínculo que ele sempre manteve com o então presidente da República. No início de 2021, inclusive, quando era presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad foi cotado para substituir o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Seis meses antes da especulação, em março de 2020, o senador já era visto ao lado do ex-presidente, tanto que virou notícia na mídia nacional por contrair Covid-19 após ter participado da comitiva de Bolsonaro que foi aos Estados Unidos.

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Jurisprudência

STF decide que político que não presta contas não pode registrar candidatura

Candidatos que deixarem de prestar contas eleitorais dentro do prazo poderão ser impedidos de obter a certidão de quitação eleitoral

21/05/2025 17h57

Ministro do STF, Alexandre de Moraes

Ministro do STF, Alexandre de Moraes Divulgação

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, que candidatos que deixarem de prestar contas eleitorais dentro do prazo poderão ser impedidos de obter a certidão de quitação eleitoral — documento necessário para registrar candidatura nas eleições seguintes.

A tese aprovada pelos ministros afirma:

“A previsão de impedimento à obtenção de certidão de quitação eleitoral até o fim da legislatura, nos casos de contas julgadas como não prestadas, não configura nova hipótese de inelegibilidade e insere-se no poder regulamentar da Justiça Eleitoral.”

A decisão valida uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em vigor desde 2019, que estabelece que candidatos que não apresentarem suas contas no prazo legal ficam sem a certidão de quitação eleitoral até o fim da legislatura — ou seja, por quatro anos.

O julgamento foi concluído nesta quarta-feira (21), embora a maioria dos votos já estivesse formada. A ação foi movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que questionava a resolução por considerá-la desproporcional, alegando que a regra impõe uma punição prolongada mesmo após a regularização das contas.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, rebateu a argumentação. Segundo ele, não cabe ao candidato decidir quando cumprir a obrigação de prestar contas. “Se a Justiça Eleitoral liberar geral, vai ser um incentivo à prática de caixa dois”, afirmou Moraes, sendo acompanhado pelos demais ministros.

Em decisão anterior, o STF já havia definido que o simples ato de prestar contas é suficiente para a obtenção da certidão de quitação eleitoral — independentemente de aprovação dos gastos pela Justiça Eleitoral.

 

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DENÚNCIA

Deputado denuncia demora no atendimento de UTIs aéreas em Corumbá

Conforme o parlamentar, somente em abril, foram mais de quatro acionamentos não respondidos

21/05/2025 16h30

Deputado denuncia descaso da AENA na administração do aeroporto de Corumbá

Deputado denuncia descaso da AENA na administração do aeroporto de Corumbá FOTO: Divulgação ALEMS

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Nesta quarta-feira (21), o deputado estadual Paulo Duarte (PSB), apresentou um requerimento denunciando descaso no atendimento do Aeroporto de Corumbá às aeronaves de UTI aérea responsáveis pelo transporte de paciente em estado grave para outros municípios com maior suporte na assistência em saúde.

Conforme a denúncia, o parlamentar relatou que somente no mês de abril, houve mais de quatro acionamentos que não foram respondidos causando grandes prejuízos ao atendimento em saúde aos pacientes graves.

No texto, Paulo Duarte afirmou que, sem fiscalização as concessionárias fazem o que querem e ainda deixam pessoas correrem risco de morte. “A AENA Brasil é a concessionária gestora dos aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã, além de ser a maior operadora de campos de aviação do mundo, e vivemos hoje um apagão das Agências Reguladoras. Isso é caso de polícia”, disse ele.

No requerimento, o deputado solicita esclarecimento sobre os motivos da falta de comunicação nos contatos que são disponibilizados 24 horas pela empresa AENA Brasil, que administra o aeroporto do município. “Lembro que o aeroporto de Corumbá deve funcionar 24 horas para esse tipo de operação, conforme documento oficial da ROTAER”, argumentou o deputado.

Além disso, no documento Duarte questionou o prazo que os funcionários responsáveis são orientados a responder e quantos funcionários são disponibilizados nos plantões noturnos para atenderem às chamadas de emergência para atendimento de casos graves de saúde que precisam de transporte aéreo. “Esse requerimento se justifica pelos vários relatos de médicos e pilotos de UTIs que não conseguem contato com os fiscais de pátio encarregados de responderem aos chamados das UTIs aéreas”, justificou Paulo Duarte.

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