Senador Nelson Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), rebateu críticas de opositores sobre a indicação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) para seu filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) ocupar o cargo de embaixador nos EUA. O senador lembrou da facada que o presidente levou e disse que ele tem o direito de fazer tal indicação. “Quem está chiando, vai se candidatar, levar facada, ganha e aí indica quem quiser”, disse Nelson Trad durante entrevista à Folha de São Paulo.
A possibilidade de o filho do presidente ser embaixador do Brasil nos EUA tem dividido opiniões em Brasília, mas para Nelson Trad, a ideia é mais do que normal. “Não vejo problemas. Ele vai colocar alguém que é da coronária dele”, reforçou.
As indicações de embaixadores são submetidas ao Senado e em seguida encaminhada à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), a qual Nelson Trad é presidente. Após ele emitir relatório sobre a indicação, o documento é apresentado em três semanas e em seguida ocorre a sabatina do indicado.
Após esse trâmite, a indicação será submetida a plenário para nova votação. A votação em plenário é secreta e a aprovação será por maioria simples.
Para reforçar seu posicionamento sobre a indicação do filho do presidente para ser embaixador nos EUA, Nelson Trad relembrou da ocasião em que acompanhou Bolsonaro em viagem aos Estados Unidos. “Notei uma desenvoltura firme dele. Alguns eventos, ele mesmo que organizou. Ele vai desempenhar com muito êxito essa nova missão”, declarou o senador.
Para finalizar, Nelson Trad disse, ainda em entrevista à Folha de São Paulo, que a relação do Brasil com os Estados Unidos está sendo tratada como uma pérola de cristal e não pode acontecer erros. O senador disse que não se trata de nepotismo porque é um ato discricionário.
CONTRAPARTIDA
Em entrevista exibida pelo Facebook, Eduardo Bolsonaro disse que se sente lisonjeado por estar no radar do presidente e que missão dada será missão cumprida. O deputado federal lembrou também que acabou de se casar e que precisará conversar com a esposa para saber se ela é a favor da questão. “Tem que conversar com o ministro chanceler Ernesto Araújo. Não chegou nada oficial ainda”, finalizou.