O avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil vem registrando números catastróficos nos últimos dias, por exemplo, na última terça-feira (2) o Brasil registrou o maior número de mortes ocasionadas pela doença desde o início da crise sanitária. Essa realidade não é diferente em Mato Grosso do Sul, bem como em Campo Grande. Porém, a prefeitura segue com as mesmas medidas restritivas de alguns meses, quando a situação, apesar de grave, ainda estava controlada.
Devido a esse novo panorama da doença, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) publicou uma carta aberta na última segunda-feira (01) com algumas sugestões, entre elas estão o fechamento de bares e restaurantes, extensão do toque de recolher a nível nacional, proibição de eventos, entre outras medidas.
Esse avanço da pandemia vem preocupando autoridades da saúde local, como por exemplo, o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, o momento é crítico e a única forma de baixar essa curva ascendente de contágio é a adoção de medidas mais restritivas, como ocorreu no início da pandemia na Capital.
“Devido a ocupação de leitos estar em 90% e com a nova variante não teria outro jeito de conter a curva de contágio ascendente sem o fechamento total. As pessoas deixando de circular, o vírus perde força e podemos evitar o colapso total do sistema de saúde. Portanto, o governador, bem como os prefeitos, devem decretar medidas mais restritivas”, analisou.
Essa discussão, também chegou à Câmara de Vereadores da Capital. O vereador Otávio Trad (PSD), um dos líderes do governo Trad, afirmou que a situação é grave e acredita que medidas mais restritivas devam ser adotadas pela prefeitura nos próximos dias.
Nós vivemos o pior momento da pandemia em nosso país, diferente de outras situações, nós temos um colapso do sistema de saúde em todos os estados. Eu acredito que as medidas restritivas, como tem sido feita, podem ser capazes de frear esse aumento de internações. Portanto, é algo que já estamos discutindo com a prefeitura que pode aumentar o toque de recolher, que hoje está entre 23h às 5h. Dessa forma, poderemos evitar medidas ainda mais drásticas, como o lockdown”, projetou.
Já Camila Jara (PT), do bloco de oposição à situação, revelou que a conversa surgiu em uma reunião com o prefeito Marco Trad para tratar sobre os servidores da educação em relação à pandemia.
“Eu fiz o questionamento para o prefeito em relação ao aumento da taxa de ocupação de leitos da Capital, da nova cepa que está circulando. Agora a gente está vendo uma crise pelo Brasil inteiro, não é uma crise isolada, todos os sistemas de saúde estão entrando em colapso, e se a gente não se cuidar e adotar medidas, Campo Grande pode entrar em colapso também, tendo em vista que os leitos que estão sendo ocupados por pacientes de cidades que já colapsaram no interior", disse Jara.
O líder do prefeito Trad na Câmara, Beto Avelar (PSD), afirmou que a situação é muito preocupante e também defende medidas mais restritivas e cobra mais consciência da população para evitar o alto índice de contágio.
“Enquanto algumas pessoas vem se preocupando e efetivamente fazendo o isolamento, seguindo as medidas de proteção, a população e me desculpem os jovens, mas principalmente eles não estão se conscientizando e pelo prognóstico, ou seja, pelas expectativas que tiveram hoje o maior número de contagiados são a população jovem, então eu Beto Avelar acho que tem que ter medidas restritivas, não falo no lockdown, mas um toque de recolher mais cedo e com isso uma fiscalização como já vem sendo feita”, explicou Avelar.