Agora, quem quiser saber seu ponto de vista sobre este e outros fatos poderá encontrá-los no livro “Memória – janela da história”, que Wilson Barbosa lançará amanhã (quinta-feira), às 19h30min, no Rádio Clube Cidade.
“Comecei a escrever o livro em 1990. Durante muito tempo pensei em escrever, mas faltava tomar a decisão. Fazer um projeto desse tipo necessita de uma decisão segura, porque se sabe que, a partir desse momento, não se pode mais abandoná-lo. Com esse trabalho tenho o desejo de eternizar no papel a experiência da longa trajetória da minha vida. De tudo que escrevi, eliminei muita coisa, cerca de 20% a 30% foram para o lixo. Não há no livro revelações sobre outras pessoas, não ataco ninguém, não exploro a vida alheia. Simplesmente, sigo o meu caminho, como sempre fiz”, afirmou ontem pela manhã.
A política é o centro das atenções da obra, mas a vida pessoal não foi deixada de lado. Nos capítulos iniciais, refaz a trajetória da família, que deixou Minas Gerais em meados do século 19, fixando-se na região de Rio Brilhante. Isso fica explícito nos capítulos “Os Barbosas na Vacaria”; “Meus avós em suas fazendas”; “Minha infância e a Coluna Prestes”.
Wilson Barbosa Martins conta que a decisão de dedicar-se à política aconteceu no retorno de seus estudos em São Paulo, quando tinha 23 anos. “Foi nessa volta à terra natal que tomei consciência de que poderia me dedicar à vida pública”, lembra. A primeira tentativa de chegar à prefeitura de Campo Grande, no início da década de 1950, não foi bem-sucedida. Assumiu o cargo em 1959, depois da segunda disputa. No livro, lembra com carinho da primeira gestão, considerada por ele um dos momentos importantes da atuação pública. “Fiquei até 1962, sendo uma administração muito boa para a época, lembrando que os recursos externos eram poucos. As obras eram feitas com dinheiro da própria prefeitura”.
Este aspecto é destacado por ele para diferenciar governos do passado e do presente. “Hoje, tanto os deputados como os senadores podem fazer emendas ao orçamento da União e trazer recursos para Estado e prefeituras; no passado não era assim. O Brasil não tinha essa folga financeira. No meu tempo era bem diferente”, compara.