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Palácio tenta 'trégua' com ala bivarista

Palácio tenta 'trégua' com ala bivarista

ESTADÃO CONTEÚDO

19/10/2019 - 13h20
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Um dia depois de o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), dizer que ia "implodir o presidente", emissários de Jair Bolsonaro procuraram o deputado para propor uma saída negociada para aplacar a crise que se instalou no partido.

A proposta previa que Waldir - que é ligado ao presidente do PSL, Luciano Bivar - renunciasse à liderança e, em contrapartida, aliados de Bolsonaro também desistiriam de indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a vaga. Pela oferta, o novo líder teria mandato-tampão até dezembro.

A negociação, porém, não deu certo. Desconfiados, os dois grupos do partido protagonizaram mais um dia de confronto. Tudo piorou depois da convenção extraordinária do PSL, que ontem decidiu expulsar cinco deputados do grupo bolsonarista. Além disso, em entrevista ao Estadão/Broadcast, Waldir não só repetiu o xingamento a Bolsonaro como elevou o tom ao dizer que o presidente estava "comprando" a vaga de Eduardo na liderança, oferecendo cargos e fundo partidário. "Eu não menti. Ele me traiu. Então, é vagabundo", afirmou o deputado, reiterando os ataques ao presidente.

Após a nova entrevista, Bolsonaro disse a aliados que não havia qualquer possibilidade de acordo. O Estado de S. Paulo apurou que o governo está por trás da estratégia pela qual deputados do PSL vão assinar uma nova lista a ser apresentada à Câmara, nos próximos dias, pedindo novamente a destituição de Waldir da liderança do partido.

Articulação

Embora a crise do PSL ponha em xeque a articulação política do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, disse que o racha no partido não deve afetar a análise da reforma da Previdência no Senado, marcada para o próximo dia 22, nem outras votações. Ramos também minimizou possíveis impactos para o governo em votações na Câmara, onde a bancada do PSL tem 53 deputados e está rachada.

"Precisamos serenar a situação", admitiu o ministro. "Mas eu não creio que parlamentares eleitos com a bandeira do Bolsonaro votem contra ele por uma questão interna do partido", emendou. O chefe da Secretaria de Governo reagiu, ainda, às críticas de que o Executivo não tem articulação com o Congresso. "Articulação é controlar o PSL? Claro que não", comentou ele.

A aposta do Planalto é que, mesmo com todos os percalços, será possível "realinhar" o PSL em torno de Bolsonaro. Na tentativa de buscar uma solução para a crise, o presidente está conversando com vários dirigentes de partidos. Ontem, por exemplo, ele se reuniu com o presidente do PSD, Gilberto Kassab.

Bolsonaro tem sido aconselhado a permanecer no PSL e a enfrentar Bivar, embora, com a mudança de estatuto do partido, a ala bolsonarista tenha ficado bastante enfraquecida na direção da sigla. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

TRAMA GOLPISTA

Aliados de MS chamam denúncia feita ao STF de perseguição política a Bolsonaro

Os parlamentares bolsonaristas preveem que os ministros devem tornar o ex-presidente réu por tentativa de derrubar o governo de Lula

25/03/2025 08h00

O ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser declarado réu por tentativa de golpe de Estado

O ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser declarado réu por tentativa de golpe de Estado Foto: Arquivo

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Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) hoje iniciam o julgamento que decidirá se o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e mais sete pessoas se tornarão réus por tentativa de golpe de Estado, para tirar do cargo o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.

O Correio do Estado procurou os parlamentares de Mato Grosso do Sul aliados do ex-presidente para saber sobre a expectativa quanto ao julgamento, e eles foram unânimes em classificar a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como uma perseguição política a Bolsonaro que seria capitaneada
pelo STF.

Eles também consideram quase impossível que a 1ª Turma do STF não aceite abrir uma ação penal contra os acusados pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Para o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), conhecido como Gordinho do Presidente, “é difícil acreditar nesse julgamento, quando vemos figuras como Flávio Dino, ex-ministro de Lula e comunista declarado, e Alexandre de Moraes, que tem demonstrado há anos uma perseguição implacável contra o presidente Bolsonaro e seus apoiadores”. 

“Além disso, temos Luís Roberto Barroso, que comemorou publicamente o que chamou de ‘derrota do bolsonarismo’. São todos indivíduos claramente declarados inimigos de Bolsonaro, o que torna esse julgamento claramente partidário”, disse.

Já o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) ressaltou que a Justiça no Brasil vive um “colapso sem precedentes e a perseguição política se torna cada vez mais evidente”.

“Lula foi condenado em todas as instâncias, reconhecidamente culpado por corrupção. No entanto, por meio de malabarismos jurídicos, seu julgamento foi anulado, não porque fosse inocente, mas por manobras que o livraram da punição. Seus crimes continuam os mesmos”, ressaltou.

Agora, conforme Luiz Ovando, o STF inicia o julgamento do ex-presidente Bolsonaro e de sete membros do governo anterior, baseando-se em um relatório que alega, sem provas concretas, um suposto plano para impedir a posse de Lula.

“Uma acusação frágil, que só reforça o uso da Justiça como ferramenta de perseguição política. O que vemos é um verdadeiro teatro, em que o veredito já está escrito”, afirmou.

BANCADA ESTADUAL

Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Coronel David (PL) ressaltou que, no julgamento do recebimento ou não da denúncia contra Bolsonaro, será possível comprovar se o STF é de fato o guardião da Constituição Federal “ou se de fato – para tristeza geral da nação – se tornou um órgão que assumiu fazer do Direito um instrumento da sua política”. 

“Não houve, em nenhum momento, apesar dos gritos constantes dos políticos de oposição ao governo Lula 3, nenhuma tentativa de mudança do STF quanto à flagrante violação do instituto do impedimento de alguns ministros da Corte para fazerem parte deste julgamento. Moraes, segundo a PGR, foi vítima e, portanto, não poderia ser o juiz do caso”, alertou.

Apesar de dizer que somente um milagre livraria o ex-presidente Jair Bolsonaro de virar réu hoje, o deputado estadual Neno Razuk (PL) vai torcer para que isso aconteça.

“Primeiro, eu não vejo como o presidente Bolsonaro tentou se manter no poder. Os atos do dia 8 de janeiro de 2023 foram puro vandalismo e não tinham nada de orquestrado. Por isso, se a Justiça for feita realmente, ele vai ser inocentado”, declarou.

Ainda conforme o parlamentar, a torcida de todos os aliados do ex-presidente da República é para que o STF não aceite a denúncia feita pela PGR.

“Eu torço para que isso aconteça e que ele tenha condição de disputar a Presidência da República contra o Lula em 2026”, relatou.

Na avaliação do deputado estadual João Henrique Catan (PL), o julgamento que se inicia “é fruto de uma perseguição política e jurídica que o presidente Jair Bolsonaro vem sofrendo”.

“O direito constitucional consagra que todo cidadão tem direito a recurso – acesso ao duplo grau de jurisdição”, acrescentou.

Ele completou que o STF já começou com o julgamento viciado quando mudou a jurisprudência, consolidada, para poder julgar o ex-presidente.

“Nesse ato, a Corte demonstra uma vontade pessoal de julgar o presidente. Não há a menor dúvida de que dali sairá algum tipo de revés”, analisou.

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Recado

Gleisi aconselha trabalhadores a aderirem a programa: Juro tá alto? Pega empréstimo do Lula'

Segundo o governo federal, a oferta pretende reduzir o superendividamento ao oferecer uma linha de crédito mais atraente

24/03/2025 23h00

EBC

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Chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), a ministra Gleisi Hoffmann aconselhou os brasileiros a aderirem ao novo programa de crédito consignado do governo federal. Em vídeo publicado em rede social no sábado, 22, ela recomenda: "Apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula".

Gleisi se refere ao programa "Crédito do Trabalhador", que entrou em vigor na última sexta-feira, 21. Ele é direcionado a profissionais que tenham carteira assinada. As parcelas do pagamento são descontadas da folha salarial e não podem ultrapassar 35% do salário bruto.

Segundo o governo federal, a oferta pretende reduzir o superendividamento ao oferecer uma linha de crédito mais atraente. A partir de 25 de abril, também será possível migrar para a modalidade um empréstimo com juros mais altos.

No lançamento do programa, no início do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a iniciativa possibilitaria aos brasileiros "crédito barato para sair da mão do agiota". "Será uma revolução neste País", disse.

Nos comentários da publicação, Gleisi foi criticada por ter chamado a medida de "empréstimo do Lula". "Princípio da impessoalidade mandou um abraço", escreveu um usuário do Instagram.

Outro internauta citou o artigo 37 da Constituição Federal, que versa sobre esse princípio da administração pública: "A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos".

No primeiro fim de semana de operação, a nova modalidade de empréstimo consignado para trabalhadores CLT registrou 40,1 milhões de simulações de empréstimo e cerca de 4,5 milhões de solicitações de proposta feitas às instituições até as 18h deste domingo, 23. Os dados são da Dataprev, empresa de tecnologia de informações da Previdência, e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho.

Já foram firmados 11.032 contratos por meio do aplicativo da Carteira Digital de Trabalho Digital (CTPS Digital).

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