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Paralisação das comissões trava projetos na Câmara

Debates de projetos que não tratam da pandemia da Covid-19 não ocorrem desde março deste ano

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Sem data para retomar os trabalhos presenciais e não presenciais nas comissões temáticas por causa da pandemia, deputados federais sul-mato-grossenses avaliam que estes colegiados são primordiais para aprovar projetos não relacionados à Covid-19 que estão parados na Casa, porém, afirmam que a questão sanitária precisa ser respeitada. A Câmara dos Deputados tem 25 comissões permanentes e outras 39 temporárias, em que os parlamentares deliberam sobre projetos antes de irem a plenário.

Há intenção da Câmara dos Deputados em retomar os trabalhos das comissões. Para isso, estão sendo estudadas adaptações técnicas. O maior empecilho é garantir o sigilo do voto secreto pelo sistema de votação remoto, já que os novos presidentes desses colegiados serão escolhidos pelo voto secreto. Atualmente, desde o começo do mês passado, só a Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19 tem feito reuniões técnicas remotamente toda semana, mas sem votações. A maioria é de debates ou audiências públicas.

Para o deputado federal Vander Loubet (PT), a interrupção das comissões desde março causa impacto na apreciação de projetos: “Mas não é tão grande, porque, no momento, o foco são os projetos que têm relação direta ou indireta com a pandemia da Covid-19. Isso não significa que os trabalhos das comissões não podem ser retomados. Hoje o maior impeditivo para isso é a questão tecnológica, pois o setor responsável na Câmara ainda está trabalhando para implantar o sistema remoto de votações nas comissões”.

PRIORIDADES

Além desse motivo técnico, os deputados federais Fabio Trad (PSD), Rose Modesto (PSDB) e Dagoberto Nogueira (PDT) enfatizam que os cuidados sanitários por causa da pandemia têm de ser prioridade nesse momento.

Para Trad: “A avaliação da conveniência do retorno das atividades da comissão depende de prévio estudo de técnicos em saúde pública, que balizarão a decisão do presidente Rodrigo Maia. Debates e votações remotas de proposições polêmicas podem gerar dificuldades operacionais que comprometam até mesmo o resultado da votação”.

Já Dagoberto destacou: “Sim, lógico que prejudica. Sem as comissões fica difícil as tratativas. Quando um projeto vai para o plenário, o texto está mais ou menos acordado. Depois, no plenário, o que você não conseguiu mudar na comissão, apresenta-se emenda de plenário. Mas, na maioria das vezes, as definições sempre ocorrem nas comissões. É um prejuízo muito grande mesmo. Em função da pandemia, estamos votando o que é mais urgente, o que tem relação com a pandemia mesmo, por isso que está restrito. Só agora entrou a questão eleitoral”, emendando que “o único rolo que foi muito ruim” foi a votação de mudanças do Código de Trânsito – votado no mês passado –, matéria defendida pelo governo federal, “porque não teve debate”.

O deputado Dr. Luiz Ovando (PSL) enfatizou: “Nas comissões o clima é mais favorável ao debate técnico e, consequentemente, ao aprimoramento dos projetos. Tudo é possível, inclusive retomar as reuniões nas comissões de forma remota, no entanto, perde-se as negociações que aprimoram os resultados. Por isso que se faz necessário voltarmos logo às atividades presenciais”.

Entretanto, a dificuldade do deslocamento de parlamentares de seus estados para Brasília toda semana (as empresas áreas estão operando com menos de 10% de sua capacidade) e as aglomerações que fazem parte da atividade, sejam elas em comissões ou nos plenários, inviabilizam neste momento a retomada dos trabalhos presenciais.

ACELERAÇÃO

O que pode acelerar o retorno dos trabalhos nas comissões são as pautas consideradas prioritárias pós-pandemia pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Entre elas, a reforma tributária. Só que ainda não há data da volta dos trabalhos da comissão mista formada para debater esta matéria no Congresso Nacional. Maia sinalizou que possivelmente deve ocorrer no próximo mês, ao afirmar que espera que o relatório fique pronto até a segunda quinzena de agosto. “Acho que temos as condições para retomar esse debate logo e ter um texto pronto já em agosto, na segunda quinzena de agosto, para que a Câmara possa começar a votar essa matéria na comissão especial e em plenário”, afirmou no mês passado.

Os plenários da Câmara e do Senado estão se reunindo em sessões deliberativas virtuais durante a pandemia, mas as comissões deixaram de se reunir desde o início do isolamento social, em março.

Justiça

STF reafirma que todas as decisões da Corte são fundamentadas

Declaração é em resposta a comitê da Câmara dos Deputados dos EUA

18/04/2024 22h00

Marcelo Casal/ Agência Brasil

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O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nesta quinta-feira (18) que todas as decisões tomadas pela Corte são fundamentadas. A manifestação foi feita após um comitê da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgar notificações do ministro Alexandre de Moraes direcionadas à rede social X, antigo Twitter.

Na quarta-feira (17), os documentos, que estão em segredo de Justiça, foram divulgados pela comissão, que tem parlamentares ligados ao ex-presidente Donald Trump no comando dos trabalhos.

As notificações fazem parte de diversas determinações para retirada de conteúdos considerados ilegais por Moraes. A remoção das postagens são consideradas como censura pelos críticos do ministro.

Ao se manifestar sobre a divulgação do comitê, o Supremo rebateu acusações de que as decisões não foram fundamentadas.  Segundo o STF,  os documentos que foram divulgados são ofícios enviados às plataformas para cumprimento das decisões.

A Corte declarou ainda que todas as partes envolvidas em processos têm acesso à fundamentação das decisões.

"Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação", afirmou a Corte.

A ofensiva contra o Supremo e Alexandre de Moraes nos Estados Unidos começou após o ministro incluir o empresário norte-americano Elon Musk, dono da rede social X, no inquérito que investiga atuação de milícias digitais para disseminar notícias falsas no país.

 

 

Recebidos pagos

Líder da oposição quer lista de presentes recebidos por Lula e Janja em viagens

Segundo Barros, as "mais de 15 viagens" de Lula não proporcionaram "efeitos positivos para o Brasil até o momento", o que justifica o pedido de "fiscalização"

18/04/2024 18h00

EBC

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O deputado federal Filipe Barros (PL-PR), líder da oposição na Câmara dos Deputados, solicitou acesso à lista de presentes recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva (PT) durante as viagens internacionais e nacionais realizadas por eles. O parlamentar argumenta que a situação dos 231 itens recebidos pelo casal do primeiro dia do mandato até 2 de maio de 2023, revelados pelo Estadão, "gera controvérsias".

O requerimento de acesso aos dados, protocolado nesta quarta-feira, 17, solicita ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT), além da lista detalhada de presentes recebidos entre o início do mandato de Lula e o dia 16 de abril de 2024, informações sobre o encaminhamento dado aos itens e os valores gastos com alimentação durante as viagens do presidente. Procurada pelo Estadão, a Secretaria-Geral da Presidência ainda não se manifestou.

Segundo Barros, as "mais de 15 viagens" de Lula não proporcionaram "efeitos positivos para o Brasil até o momento", o que justifica o pedido de "fiscalização" que tem como objetivo o "esclarecimento da situação". Ainda, o deputado menciona a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de auditar o recebimento dos bens dados a Lula em 2023, antes do fim da gestão do mandatário.

Os presentes recebidos pelo presidente são catalogados pela Diretoria de Documentação Histórica, que faz parte do gabinete da Presidência. Em junho de 2023, o órgão admitiu que a lista contendo os bens dados a Lula, sendo 63 deles internacionais, poderia estar incompleta.

Caso das joias

No caso das joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer ilegalmente para o País, o Estadão revelou que diversos servidores foram mobilizados para impedir justamente esta etapa do cadastro. O colar, anel, relógio e o par de brincos de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões eram um presente do príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman al Saud, e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos quando Bolsonaro e a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, voltaram da viagem.

A fim de liberar os presentes, o ex-presidente atuou pessoalmente e ainda acionou três ministérios para forçar a liberação dos itens que estavam na mochila de um militar, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque Ao todo, foram oito tentativas para que Bolsonaro ficasse com as joias.

A revelação gerou tanto impacto que, em junho do ano passado, Janja e Lula cancelaram um jantar com o príncipe em Paris para evitar a má repercussão causada pelo encontro.

 

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