Política

BANCADA

PEC propõe mandato de seis anos
e eleições unificadas em 2030

Proposta tramita na Câmara dos Deputados e é de autoria de parlamentar do Estado

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Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) pode unificar as eleições no Brasil, caso seja aprovada pela Câmara dos Deputados, em Brasília. De autoria do deputado Dagoberto Nogueira, do PDT de Mato Grosso do Sul, o texto propõe que os mandatos dos prefeitos e vereadores eleitos em 2024 tenham duração de seis anos, e não de quatro anos como determina a atual legislação, para que em 2030 sejam realizadas eleições unificadas, ou seja, para todos os cargos eletivos do Executivo e do Legislativo. 

Conforme o texto, é vedada a reeleição do ocupante do cargo de prefeito eleito e de quem o houver sucedido, ou substituído, no curso do mandato nas eleições de 2024.

“Apresento esta proposta de emenda à Constituição, que acrescenta artigos aos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCTs), com o intuito de unificar as eleições no País”.

Em entrevista ao Correio do Estado, Nogueira destacou que unificar as eleições é uma maneira de economizar. “Eu acho que o momento é ideal para isso. Hoje, as pessoas se acostumaram a votar nas urnas eletrônicas e, nas últimas eleições, a urna eletrônica já cobriu 100% do Brasil. Eu quando fui votar não tinha ninguém, por exemplo. É possível acumular, porque não tem mais problema de fila, acho que as pessoas vão conseguir votar normalmente. É uma economia monstruosa tanto para o Poder Judiciário eleitoral quanto para nós, políticos. Eu acho que ganha todo mundo com isso”, destacou.  

O parlamentar disse ainda que preferiu prorrogar os mandatos dos prefeitos e vereadores para que não haja mal-entendidos. “Se eu prorrogasse os nossos mandatos a população não iria entender, se fosse o nosso poderia entender que é em benefício próprio. Eu preferi prorrogar dos prefeitos, eles já entrariam com a prorrogação sem possibilidade de reeleição. Mas nos demais, quando houver coincidência de mandato, pode ter reeleição conforme estabelece a lei de hoje”. 

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), João Maria Lós, destacou que, ainda sem amadurecer direito a ideia, é simpático à PEC. “Num primeiro momento, pode ser interessante, porque, a cada eleição, a uma redução da atividade administrativa estatal, em virtude do envolvimento dos administradores públicos  no processo eleitoral. Por outro lado, existe a circunstância de que ocorre uma demora maior na alternância do poder, das várias correntes ideológicas, o que pode gerar um sentimento de desalento nos grupos derrotados”.

Lós ressaltou que é necessário um debate antes de aprovar a PEC, não apenas no Congresso Nacional, mas também com a sociedade civil. Este também é o argumento do advogado e ex-juiz eleitoral Elton Nasser. “Considerando que será para 2030, só por aí se vê que a questão merece debate e discussão. São necessários estudos e, se comprovassem essa melhora, tudo bem. Que não seja em tempo algum o eleitor sufocado com propagandas eleitorais para uma eleição unificada, caso venha a acontecer. Eu acho que tem que ser feito um estudo, uma análise, verificar a diminuição dos custos. O debate deve envolver a sociedade civil, deve ser chamada a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], Ministério Público, todas essas instituições. Não sou contra, mas deve ser feito um estudo”. 

O advogado André Borges é favorável à PEC e destaca que o País não pode gastar a cada dois anos com eleição. “Ideia ótima, que merece aplausos. Sempre defendi isso. País pobre, como o nosso, não pode gastar tanto dinheiro em eleições a cada dois anos. Unificação representa economia de recursos públicos, em momento em que isso é extremamente necessário”. 

O ex-juiz eleitoral e jurista Ary Raghiant Neto defendeu a PEC do deputado Dagoberto Nogueira. Ele disse que a economia de bilhões que são usados nas eleições a cada dois anos vai contribuir para o País. “A proposta de unificação, acho muito importante, evitaria uma série de custos de dinheiro público por meio dos fundos eleitorais que temos hoje. São destinados bilhões para eleições. Não é ruim, muito pelo contrário, o sistema se torna mais inteligente. De alguma forma, alguém vai ter que ter um mandato cortado ou ampliado e, na proposta dele, são os prefeitos. É uma opção política, poderia ser ao contrário. Porque teria a unificação a partir da eleição de presidente. Sou a favor como cidadão e como ex-juiz eleitoral”, ressaltou.

 

pesquisa Ipsos-Ipec

Governo Lula 3 "patina" na economia e na segurança e avaliação cai ainda mais

O cientista político Tércio Albuquerque enxerga falta de habilidade política do presidente neste terceiro mandato no cargo

24/03/2025 08h00

Terceiro governo de Lula

Terceiro governo de Lula "patina" na economia e na segurança pública Foto: Divulgação

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Pesquisa Ipsos-Ipec – realizada entre os dias 7 e 11 e que ouviu 2 mil eleitores de 131 municípios no Brasil, tendo margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95% – apontou um aumento da avaliação negativa da população neste terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a economia e a segurança pública concentrando os maiores índices: 57% e 50%, respectivamente.

Na avaliação feita pelo cientista político Tércio Albuquerque ao Correio do Estado, o que é possível observar nessas pesquisas sobre o governo Lula 3 é uma queda generalizada da avaliação: “Esse desempenho negativo leva muito em conta a falta de habilidade política com que o Lula veio para o terceiro mandato”.

Para ele, nos mandatos anteriores, Lula era uma novidade e uma expectativa no momento em que todos queriam alguma coisa diferente.

“Na reeleição, ele já começou a pender para uma situação não tão favorável e, quando elegeu Dilma Rousseff, aí foi abaixo. Agora, se repete, mas em uma outra situação e em um outro cenário, pois havia uma expectativa positiva e ele até alcançou bons índices”, recordou.

Albuquerque completou que Lula não está com a mesma determinação política dos outros mandatos e está se deixando levar por grupos com interesses pessoais, e não com o bem do Brasil.

“Ele não tem uma posição clara quando assumiu na primeira ou na segunda vez. Essa situação de ficar no meio termo, nem direita nem esquerda, está levando ao descrédito total”, assegurou.

O cientista político ressaltou que Lula caminha para terminar o terceiro mandato como um governo pífio e com muita dificuldade de eleger um substituto, porque é evidente que ele não tem mais condição de concorrer.

“Há um momento em que o político precisa aprender que é hora de parar e o melhor momento, a ciência política fala sobre isso, é quando está no ápice”, disse. 

Na avaliação dele, as pesquisas mostram que estamos vendo a derrocada do governo Lula 3 e aí que se espera um levante de forças políticas que realmente pensem o Brasil. 

“O próximo presidente precisa trazer alguma novidade em termos de reestruturação do País para que a gente não caia em recessão continuada. Seria muito ruim se a gente não conseguisse alcançar um novo patamar em 2026”, falou.

CONTESTAÇÃO

A deputada federal Camila Jara (PT-MS) não vê da mesma forma e, mesmo reconhecendo que a avaliação dos eleitores está negativa em relação à percepção do governo Lula, disse que isso se estende às instituições como um todo. 

“Se você analisar a percepção desde dezembro, a avaliação é negativa para militares e outras instituições, inclusive até para a igreja evangélica. A gente tem uma diminuição na confiança nas instituições, um cenário muito parecido com o de 2013. Então, as insatisfações são generalizadas e é quase como uma crise de identidade da sociedade como um todo”, avaliou.

Ela prossegue, ressaltando que Lula tem de entender como dará as respostas à população, que hoje é um desafio dos Estados Unidos, da Alemanha e das democracias modernas.

“Chegou o momento decisivo, ou se encara os problemas e os resolve para a população ou vai continuar vivendo essas crises de instituições”, finalizou.

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Política

Flávio Dino vota pela cassação da deputada Carla Zambelli

Quatro ministros já votaram pela cassação da parlamentar

23/03/2025 19h00

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino votou, neste domingo (23), pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

A decisão do ministro acompanhou a do relator do processo, Gilmar Mendes, levando à soma de quatro decisões favoráveis pela cassação da parlamentar, contra zero votos contrários. Também acompanharam a tese do relator, os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.

Carla Zambelli se tornou ré no STF em agosto de 2023, após sacar uma arma de fogo e perseguir o jornalista Luan Araújo pelas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

“É uma contradição insanável que um representante político ameace gravemente um representado, como se estivesse acima do cidadão ao ponto de sujeitá-lo com uma arma de fogo, em risco objetivo de perder a sua vida”, destacou Dino ao declarar seu voto.

Outros sete ministros devem votar no plenário virtual até o dia 28 de março. Caso a parlamentar seja condenada, deverá cumprir cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto.

Na sexta-feira (21), o advogado de defesa da deputada, Daniel Bialski, declarou em nota enviada à redação da Agência Brasil que houve cerceamento de defesa, impedida de fazer sustentação oral no julgamento. “Esse direito do advogado não pode ser substituído por vídeo enviado - cuja certeza de visualização pelos julgadores inexiste”, declarou.

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