Silvio Eduardo Alves Pena, que teve o nome nas urnas eletrônicas registrado como Silvio Pitu (DEM), foi eleito vereador por Campo Grande com 4.177 votos nas eleições municipais de 2020.
Segundo Pitu, a sua principal bandeira na campanha foi a de não fazer promessas, pois ele acredita que o político que usa dessa estratégia acaba não cumprindo com a palavra e decepcionando o eleitorado.
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Silvio entrou na lista dos 17 novos vereadores eleitos no pleito deste ano. Porém, ao contrário de muitos dos seus colegas de primeiro mandato, ele tem uma longa bagagem na política.
Assessor há 18 anos do prefeito reeleito Marcos Trad (PSD), conhece bem os membros da política local, o que para ele pode ser um diferencial em seu mandato.
No entanto, apesar da larga experiência no meio, Silvio concorreu pela primeira vez a um cargo eletivo em 2016, quando obteve 2.545, também na disputa para a Câmara Municipal da Capital.
Naquele ano, Pitu chegou a ser eleito, mas em razão da perda de votos do também eleito Major Ajala (PMN), ele acabou sendo barrado no coeficiente eleitoral e foi obrigado a dar a vaga para outro candidato, ficando assim como suplente na atual legislatura.
Sobre a opção de não fazer promessa, o ex-assessor especial do atual prefeito alega que os anos na política lhe deram a experiência para saber que “quando se promete o mundo, acaba não se fazendo nada para a população”.
“Eu não vendo ilusão quando não é possível atender um pedido. Na hora mesmo eu falo que não. Quando a solicitação é viável, eu trabalho para conseguir viabilizá-la. Por esse motivo tenho essa bandeira de não fazer promessas, eu prefiro mostrar o trabalho realizado. Outra postura que também não tenho é quando vejo muitos colegas fazendo 15 mil indicações, ou encaminham mil projetos, achando isso vantajoso. No entanto, temos que analisar quantas dessas solicitações foram atendidas e o quanto dessas leis eram viáveis e foram aprovadas. Contudo, eu prefiro trabalhar com qualidade, ao invés de quantidade”, explicou.
Eleições
As eleições municipais de 2020 tiveram dois componentes diferentes. Além da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que limitou reuniões com grandes aglomerações – como os tradicionais comícios –, houve também mudança nas regras da disputa.
Antes, o parlamentar era eleito com votos obtidos pela coligação, porém neste pleito o coeficiente eleitoral passou a ser calculado apenas pela sigla. Ou seja, o chamado voto proporcional (chapa pura).
Com todas essas mudanças, Silvio afirmou que essa disputa foi totalmente atípica e fez com que os candidatos tivessem de se reinventar.
Além disso, na sua opinião, a mudança nas regras eleitorais também influenciou para que essa disputa tivesse os votos pulverizados, havendo muitos candidatos e, consequentemente, dividindo o eleitorado.
“Em outras eleições em Campo Grande, com menos de 6 mil votos era difícil ser eleito. Por exemplo, este ano o líder de votos teve pouco mais de 6 mil da preferência dos eleitores. Esse foi o reflexo da mudança para chapa pura, extinguindo a cota por coligação. Apesar dessa nova dificuldade, eu vejo com bons olhos essa mudança, pois com ela foi possível haver uma renovação no Parlamento Municipal, com pessoas de todas as áreas de atuação, de várias escolaridades, mostrando um ambiente mais democrático. Entendo que um Legislativo só pode representar a sociedade se realmente tivermos pessoas de todas as idades, classes sociais, raças e credos”, analisou.
Ainda sobre essa mudança na legislação eleitoral, Silvio Pitu afirmou que tem tudo para beneficiar a sociedade campo-grandense, porém é necessário ver a postura dos novatos dentro do ambiente político.
“Toda mudança é bem-vinda e dá uma injeção nova no meio político, bem como traz uma representatividade maior para a sociedade. Porém, precisamos ver como será a nossa atuação agora como vereadores. Estou otimista, mas em política tudo pode mudar em segundos”, concluiu.
Câmara nos bairros
Pitu também revelou que pretende propor o retorno do projeto que levava as sessões ordinárias da Câmara Municipal aos bairros da Capital.
“Um vereador deve conhecer de fato os problemas da sua cidade e apenas consegue isso estando junto à população. Levando as sessões até essas localidades, podemos escutar a população de forma mais próxima e trazê-los para dentro do debate político. Dessa forma, eu acredito que a sociedade se sentirá incluída nesse ambiente, pois a Câmara é a casa do povo e não podemos estar distante dele”, projetou.
E concluiu dizendo que “essas eleições nos mostraram que a sociedade vem alcançando uma maturidade política. Não vimos a polarização que ocorreu no último pleito nacional de 2018, pois hoje o eleitor está mais criterioso e mais informado. Ou seja, ele quer cada vez mais fazer parte das decisões que o afetarão diretamente.”