Pré-candidato a reeleição, o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), afirmou ao Correio do Estado que precisou mudar os planos políticos por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Segundo o chefe do Executivo, a previsão era começar as reuniões com possíveis aliados este mês, mas a impossibilidade de encontros físicos e sua atenção voltada para o combate ao vírus adiaram o cronograma.
Trad, assim como outros prefeitos que pretendem disputar a reeleição, lamenta a situação mundial. “Reeleição está nos planos. Lamentei como todos os outros gestores devem ter lamentado, porque eu levei três anos para começar a estabilizar a economia administrativa da prefeitura. Quando a gente estava verificando com o nosso grupo até reajuste acima da inflação para funcionário público, tudo que a gente tinha de economia foi por água abaixo”, disse, ressaltando que a Prefeitura de Campo Grande teve perda de arrecadação por conta da paralisação do comércio.
O administrador municipal destacou que, diferentemente das empresas privadas, o funcionalismo público não pode demitir colaboradores para conseguir economiza. “A minha empresa foi atingida contundentemente pelo coronavírus. Minha empresa tem quase 27 mil funcionários, vive de serviços, impostos de serviços e circulação de mercadoria, e quando a Organização Mundial da Saúde [OMS] e o Ministério da Saúde falaram que para eu salvar o maior número de vidas eu teria que fechar a atividade não essencial, fechou a compra, serviço, ISS [Imposto Sobre Serviço] foi lá embaixo. As regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste vivem de serviços. Eu, que tinha uma arrecadação para dar o equilíbrio e começar a acelerar com mais obras e mais reajuste, eu comecei a ver cortes e dificuldades para pagar”, afirmou.
A expectativa do prefeito para conseguir o segundo mandato é que o eleitor leve em consideração o momento que a administração está passando. “O eleitor vai levar isso muito em conta, porque viram como assumimos nossa gestão em tempo difícil e agora está vendo a nossa gestão em tempo atípico e catastrófico, e mesmo em tempos difíceis nós estávamos com aceitação muito alta. Eu peguei uma gestão extremamente fraturada, acumulava a baixa autoestima do funcionário público, descredibilidade das instituições bancárias e a desconfiança do próprio campo-grandense. Não atrasamos folha, não enfrentei greve, não tive licitação levada ao Ministério Público. Confesso que em janeiro e fevereiro tinha um planejamento para campanha, mas deixei de segundo plano para cuidar da cidade durante a pandemia”, destacou o atual prefeito.