Campo Grande virou o ano com o prefeito Alcides Bernal (PP) continuando em pé de guerra com a Câmara Municipal para não perder o mandato. Ele conseguiu comprar com cargos o apoio dos vereadores Paulo Pedra (PDT), Jamal Salém (PR) e Edson Shimabukuro (PTB). Bernal garantiu ainda a cooptação do vereador Paulo Siufi (PMDB), de acordo com reportagem do jornal Correio do Estado publicada hoje (2). Mesmo assim, vem procurando desqualificar o Poder Legislativo. A instabilidade política prejudicou o desenvolvimento da cidade desde o início de 2013 quando Bernal preferiu o confronto com a oposição em vez de buscar o diálogo. Ele imaginava que poderia governar sem o Legislativo. E para complicar ainda mais, o prefeito chutou os seus aliados do segundo turno das eleições de 2012.
O PSDB sentiu-se ofendido com o descaso de Bernal depois de o deputado federal Reinaldo Azambuja, terceiro mais votado para a Prefeitura de Campo Grande, ter rompido antiga aliança com o PMDB para apoiá-lo. Não foi por falta de esforço do principal líder tucano de tentar ajudar o prefeito. Como Bernal não quis, ficou sem apoio oficial do partido mesmo com dois tucanos no primeiro escalão. O secretário municipal de Educação, José Chadid, foi expulso do partido porque se recusou a pedir demissão. Ele preferiu a sua fidelidade ao amigo Bernal a ao partido, enquanto Leila Machado, da Fundação Municipal do Esporte escapou de punição porque pediu desfiliação temporária do partido.
Azambuja chegou a advertir Bernal de que ele poderia ganhar eleição sozinho, sem depender de apoio de aliados, mas não conseguiria governar sem o Legislativo. O prefeito não acreditou que isto poderia acontecer. Agora tenta, a qualquer custo, reaproximação com o PSDB. O PT é hoje o partido mais próximo de Bernal por interesses políticos e eleitorais.
O prefeito está ainda enfrentando processo por improbidade administrativa na Justiça. Os promotores de Justiça pediram liminarmente o afastamento imediato do prefeito em duas ações. O juiz do caso ainda não julgou o pedido. Com isto ainda há o risco de Bernal deixar o cargo por decisão judicial. A matéria é de Adilson Trindade.