Política

ELEIÇÕES 2020

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PSDB abre mão da Capital para tentar vencer no interior de MS

Com aliança para cargos em Campo Grande, tucanos miram nos maiores municípios

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O anúncio da pré-candidatura do deputado estadual José Carlos Barbosa - o Barbosinha - à prefeitura de Dourados pelo DEM fez a luz vermelha acender no ninho tucano e o partido do governador Reinaldo Azambuja se prepara para contra-atacar naquele município e nas maiores cidades de Mato Grosso do Sul. Com o fim do carnaval, o PSDB começa a definir os nomes dos candidatos nos maiores colégios eleitorais.

Na segunda maior cidade do Estado, a escolha dos tucanos deve ficar entre o secretário Geraldo Resende (Saúde) e o deputado estadual Marçal Filho, mas conforme os bastidores, PSDB e DEM devem se unir em aliança.

“O PSDB tem bons quadros para disputar em igualdade de condições as prefeituras. Marçal e Geraldo Resende estão muito bem posicionados nas nossas pesquisas internas. Por isso, estamos trabalhando pelo consenso em favor do desenvolvimento de Dourados”, explicou o presidente regional do partido, Sergio de Paula.

Aliado de primeira hora na reeleição do governador Reinaldo Azambuja, o DEM tem cargos de comando na administração estadual como na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), Sanesul e Inmetro, além da vice-governadoria.

Segundo o presidente tucano, a Executiva do PSDB definiu que a questão administrativa não vai se sobrepor à política e vê com naturalidade ointeresse eleitoral dos democratas.  

“Nós entendemos como algo perfeitamente normal a pré-candidatura do adversário. Trabalhamos juntos na administração com o DEM e outros partidos e nas eleições marchamos separados. Isso é o exercício da democracia”.

Partido protagonista

Em alguns lugares, o PSDB pode marchar com o DEM nas eleições de 2020, mas já avisou que não vai aceitar ser coadjuvante de nenhum partido em municípios de maior densidade eleitoral. A única exceção pode ser Campo Grande, onde o ninho tucano não descarta apoiar o atual prefeito, Marcos Trad (PSD). Em 2018, quando tentou a reeleição e foi para o segundo turno com o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, Reinaldo Azambuja se comprometeu com Trad que em troca do apoio na campanha faria o mesmo este ano, na disputa pela administração pela Capital.  

O PSDB é partido com mais prefeitos fialiados no Estado, cerca de 60%. As filiações mais recentes, neste mês de fevereiro, foram dos prefeitos de Japorã, Paulo Franjotti, e de Mundo Novo, Valdomiro Sobrinho.

Na fronteira, em Ponta Porã, o PSDB está apostando as fichas na reeleição de Hélio Peluffo, que está bem avaliado pela população. O mesmo acontece em Três Lagoas, onde Angelo Guerreiro  tem grandes chances de um segundo mandato, sendo apoiado inclusive pelo deputado estadual Eduardo Rocha (MDB).

Já em Corumbá, o partido trabalha com a possibilidade de encontrar uma solução que venha a contemplar os grupos políticos do prefeito Marcelo Iunes e da deputada federal Bia Cavassa – os dois nomes mais expressivos da legenda para a disputa.

E em Costa Rica, o PSDB decidiu abrir mão da candidatura própria para apoiar o Delegado Cleverson, do PP, que irá disputar a prefeitura com a missão de acabar com a hegemonia do MDB, que se perpetua no poder municipal há duas décadas.

Cargos

Além de ter o Governo do Estado, o PSDB tem 47 dos 79 prefeitos de Mato Grosso Sul fialiados a sigla. O partido também comanda a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul (ALEMS) e a Câmara Municipal de Campo Grande, em ambas casas os tucanos são a maior bancada. 

CAMPO GRANDE

Pré-candidato não vê 'imoralidade' em contratar sócios de seus comissionados

O ex-deputado Rafael Tavares tinha contratado dois advogados que são sócios de Danilo Azambuja e Luiz Fernando Bino

18/04/2024 08h00

O ex-deputado estadual Rafael Tavares (PL) durante a entrevista Foto: Divulgação

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Durante a segunda de uma série de entrevistas que a Rádio CBN Campo Grande e o Jornal Correio do Estado realizarão com os seis pré-candidatos à prefeitura da Capital, o ex-deputado estadual Rafael Tavares (PL) declarou que não vê nenhuma “imoralidade” no fato de ter contrato, quando ainda exercia o mandato, dois advogados que são sócios do seu chefe de gabinete Danilo Assis Azambuja e do seu assessor parlamentar Luiz Fernando Espindola Bino.

O ex-parlamentar foi confrontado na sabatina sobre ter pago R$ 131 mil de verba de gabinete aos advogados Marcelo Bonotto Demirdjian e Alexandre Jacques Costa Glaychman, ambos também sócios da DBGA Advogados.

Durante o período em que atuou como deputado estadual até ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro deste ano, Rafael Tavares contratou por R$ 81 mil serviços de Marcelo Demirdjian e por R$ 50 mil servidos de Alexandre Glaychman.

“Eu gastei sim com advogado, mas nunca um advogado que estava nomeado no gabinete recebeu de forma externa. O advogado externo que era contratado para fazer parecer. Ele tem um CNPJ individual de advogado, prestou um parecer técnico para mim e eu paguei pelo serviço.

E existiu um outro advogado que estava lá dentro da Assembleia Legislativa e que me acompanhava diariamente. Foi isso que aconteceu”, declarou, referindo-se a Marcelo Demirdjian e Alexandre Glaychman.

Documentos obtidos pelo Correio do Estado apontam possíveis violações ao Artigo 117 da Lei Federal nº 8.112/1990, que trata do Regime Jurídico dos Servidores Públicos, pois, durante o período em que ocupavam cargos no gabinete do ex-deputado Rafael Tavares, eles foram identificados como sócios-administradores de empresas privadas e também da DBGA Advogados.

Danilo Azambuja e Luiz Fernando Bino também tinham outras empresas, o primeiro constituiu uma empresa no dia 3 de fevereiro de 2023, dois dias depois do início das atividades parlamentares da atual legislatura, enquanto o segundo era sócio administrador de uma empresa de serviços advocatícios.

Segundo a Lei Estadual nº 4.091, do Estado de Mato Grosso do Sul, os servidores do Poder Legislativo estão sujeitos a proibições específicas, incluindo a participação em administração de empresas comerciais e o exercício de comércio. 

Também está no Regimento Interno da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, artigo 175, X e XI, página 17, estabelecendo que atividades comerciais dos funcionários do gabinete podem violar diretamente essas disposições legais, uma vez que ocupavam cargos comissionados enquanto eram sócios-administradores de empresas privadas.

AMIGOS PESSOAIS

Ainda na entrevista, Rafael Tavares disse que os quatro advogados são seus amigos pessoais.

“Quando eu entrei na Assembleia Legislativa, era para eu contratar um advogado do deputado estadual Pedro Kemp (PT)? Não, eu contratei advogados de direita, advogados que eu conheço, que eu confio.

São pessoas do meu relacionamento. Agora, estão me acusando de usar verba indenizatória com advogado, mas esse recurso serve para isso mesmo”, argumentou.

Ele ainda justificou a contratação de Marcelo Demirdjian e Alexandre Glaychman como responsáveis por ajudá-lo a apresentar mais de 40 projetos de leis na Assembleia Legislativa.

“Outra coisa, eu sou o líder no número de indicações na Casa, mais de 1.100 indicações, 25% das indicações foram feitas pelo meu gabinete e por esses advogados que trabalharam comigo. Ou seja, tem serviço para justificar o pagamento da verba indenizatória e, para concluir, eu sou o 15º deputado que mais gastou, tem outros 14 que gastaram mais que eu”, ressaltou.

Questionado se seria normal a contratação de dois advogados sócios de seu chefe de gabinete e do seu assessor parlamentar, Rafael Tavares disse que “sim, acho normal, pois são advogados do meu entorno, advogados de confiança”.

“Eu não contratei o escritório DBGA Advogados, pois o escritório é contratado quando você vai resolver vários problemas e cada advogado tem sua especialidade.

Eu contratei um advogado, um CNPJ individual dele, para prestar um serviço técnico, que foi prestado, inclusive os resultados estão aí sendo apresentados”, finalizou.

O ex-deputado estadual foi novamente interpelado se não seria uma imoralidade ter feito as duas contratações e respondeu com uma outra pergunta.

“Qual que é a imoralidade? Veja bem, vou repetir para todos entenderem, o Danilo, nomeado no gabinete, não recebeu verba indenizatória nenhuma.

O escritório não recebeu verba indenizatória nenhuma, os pagamentos foram feitos para o CNPJ do Alexandre e para o CNPJ do Marcelo. Eu, repito aqui, não fiz nenhum pagamento de verba indenizatória para o escritório”, finalizou.

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Flávio Bolsonaro vota a favor da PEC das Drogas e ironiza: 'Homenagem à harmonia entre Poderes'

A PEC de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estipula como crime tanto a posso como o porte de drogas

17/04/2024 21h00

Flávio e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução/Redes Sociais

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que voto a favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de droga no País é "em homenagem à harmonia e independência entre os Poderes". Nesta terça-feira, 16, o Senado aprovou a PEC que vai na contramão da proposta do Supremo Tribunal Federal (STF) que julga processo que pode descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal.

A PEC é uma resposta do Congresso ao julgamento ao STF que debate a legalidade do artigo nº 28 da Lei de Drogas, que determina a punição para o usuário de entorpecentes. Na regulamentação, não há uma definição sobre a quantidade de droga que deve diferenciar o uso do tráfico de drogas, o que provocou a discussão da Corte para a criação de um parâmetro que possa distinguir as ocorrências.

"Sei que está difícil gerar emprego nesse país, mas a gente não pode concordar em legitimar a profissão de ‘aviãozinho do tráfico’. Com esse parâmetro que parece que vai ser estabelecido pelo Supremo, vai ter uma esquadrinha do tráfico no Brasil inteiro, vários aviãozinho levando droga até o usuário final", ironizou o senador durante votação.

Flávio Bolsonaro apresentou as orientações do Partido Liberal (PL) que, segundo ele, é voto sim "a favor da vida". "O que eu não quero para minhas filhas, eu não obviamente não posso votar aqui para atingir os filhos dos outros. Em terceiro, o PL encaminha o voto sim em homenagem a um debate ponderado e justo. Não tem ninguém preso, nesse Brasil, por consumo de drogas".

A PEC de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estipula como crime tanto a posso como o porte de drogas. O texto não faz diferenciação sobre quantidade. Desta forma, considera ato criminoso portar ou possuir qualquer quantidade de entorpecente.

O texto prevê a diferenciação entre quem apenas usa qualquer tipo de droga, incluindo a maconha, e quem trafica as substâncias, mas a diferenciação não descriminaliza o uso. A partir da distinção, são previstas penas diferentes: mais rigorosas para quem vende e mais brandas para o usuário, incluindo tratamento para os dependentes químicos e penas alternativas à prisão.

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